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Ariana Grande encerra turnê mundial no Brasil com emoção à flor da pele


São Paulo foi palco do encerramento da primeira turnê mundial da Ariana Grande. Com dois álbuns lançados, a americana cantou no Allianz Parque, no domingo (25/10), para uma plateia de fãs que iam de crianças com responsáveis a adultos com namorados – quase todos com arcos de orelhinhas na cabeça. Visivelmente emotiva pelo fim da agenda de shows, Ariana não segurou a onda e deu uma choradinha assim que terminou a primeira música – “Bang Bang”. Não dá para dizer que era uma emoção especifica com aquele público, porque ninguém tinha feito absolutamente nada ainda. O show estava só começando!

Vale um retrospecto. Horas mais cedo, Ariana esteve no palco junto dos dançarinos para uma brincadeira com os fãs que participariam do Meet & Greet. Naquele momento, ela já dava sinais de melancolia. “Esse é o último show da turnê… O 88º!”, disse para os fãs, que não podiam gravar ou tirar foto de nada. Era terminantemente proibido pegar o celular na mão. Todos, então, viveram o momento, e ouviram ela falar “olá” e “tudo bem?” em português pela primeira vez. “Acabaram de me soprar essas palavras. Vocês falam inglês?”, disse, recebendo sinais de positivo em resposta. “Oh, claro que falam. Vocês estão tipo ‘dã, óbvio!’”. As brincadeiras foram conduzidas pelos dançarinos, com Ariana entrando e saindo do palco, mandando beijos e fazendo “duckface” sempre que alguém chamava sua atenção.

Pula para o Meet & Greet. A cantora atendeu centenas de fãs no camarim antes do show. É possível dizer que era algo entre 200 e 300 pessoas, divididas em grupos que iam de quatro a sete por leva. Lá, conheceu Maísa e Letícia Campos, a cover que estava acampada na fila. Carla Perez, Xanddy e Toni Garrido também carregavam os filhos pelas mãos. Era bastante gente, mas o comentário geral era: Ariana abraçou e ouviu todo mundo. Fofa, como dava para ser, na rapidez.

De volta ao foco desta matéria – o show. Ariana se emociona ao fim de “Bang Bang” e tudo leva a crer que aquela noite promete. Os fãs sabem que não verão toda a infraestrutura (veio só o painel de LED) que passou pela América do Norte e Europa – e não estão nem aí. Cantam felizes “Hands On Me”, “Best Mistake”, “Break Your Heart Right Back”… todas essas canções lado B que os pais que estavam lá acompanhando os filhos não sabiam cantar. Um momento particularmente especial foi “Pink Champagne”, música queridinha dos fãs mais antigos. Essa tinha que ser fã mesmo para conhecer: ela não está em nenhum dos discos da cantora.

Após oito meses em turnê, era possível perceber certo cansaço na voz da Ariana, que abusa dos virtuosismos famosos e impecáveis. Dona de um vozeirão inquestionável, ela não passa ilesa por quem tem um olhar mais crítico. O show não tem banda, é só um DJ no palco, e ela canta em cima de bases pré-gravadas, com sua própria voz fazendo backing vocal de si mesma (um veículo famoso chamou de “show de karaokê”). O foco é nas coreografias, mas Ariana já as fazia no automático neste show, sem muita entrega. Para os fãs, nada que incomodasse, com certeza. Foi um show de fã e ídolo, do qual a meninada saiu feliz da vida. Era corriqueiro ouvir “foi o melhor show da minha vida” na saída do Allianz. É o que importa, no fim das contas.

Ao todo foram 17 músicas, com “Break Free” e “Problem”, os maiores hits, guardados para o fim. Os fãs cantaram tudo, mas dá para dizer que metade do público era de responsáveis, que obviamente nada cantavam. Ariana passou grande parte do show dizendo “vamos lá, Brasil!”, “não consigo ouvir vocês!”, “mais alto!”. Em tempo: a arena estava muito longe de sua lotação máxima, então toda aquela histeria tipicamente brasileira foi vista em proporção muito reduzida. Mesmo assim, Ariana twittou depois que “seus ouvidos estavam zumbindo e seus olhos estavam cheios de lágrimas, com seu coração explodindo”.

Com público reduzido, quase todas as surpresas preparadas para a cantora – bexigas, cartazes – falharam. Lá para a reta final do show, a plateia fez coro de “Ariana, eu te amo!”, mas ela não fazia ideia do que aquilo significava. Tudo foi compensado quando todo mundo acendeu as lanternas do celular e transformou o Allianz em algo parecido com uma enorme reunião de vagalumes. O efeito foi bonito de se ver de qualquer parte do local. Boa cena para encerrar a turnê.

A “Honeymoon Tour” fez uma apresentação única no Brasil, como parte integrante de uma pequena etapa sul-americana que também a levou ao Chile e à Argentina. Ela, na verdade, ainda tem dois shows para fazer neste ano, no Japão, em dezembro, mas são como apresentações aleatórias. Além disso, o Brasil finalizou um ciclo – o do álbum “My Everything”. Na próxima sexta (30/10), a cantora já lança o single “Focus” (que ela tocou uma prévia no show) e dá início à divulgação do que será seu terceiro álbum.