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Aposta do pop nacional, Mica Condé leva empoderamento em nova fase: “Somos muito julgadas”

Cantora carioca levanta questões feministas no clipe “Na Máxima” e em seu EP “Meu Primeiro Sutiã”

Mica Condé. Foto: Divulgação

É com o desejo de liberdade e a força do autoconhecimento que Mica Condé dá início a mais uma etapa de sua carreira. Promessa do pop nacional, a cantora carioca, que também é formada em direito, usa a arte como forma de expressão, assumindo um lado mais maduro e empoderado no EP “Meu Primeiro Sutiã”. O título não surge por acaso. Ele condiz exatamente com o momento de vida da artista: a genuína e necessária transformação de menina para mulher.

Carioca da gema, a loira deu seus primeiros passos numa banda de rock, a Divisa, e chegou a dividir palco com nomes como ForFun. Mas foi na música pop que ela encontrou espaço para deixar fluir um lado eclético. Com quatro canções, o EP traz uma artista de personalidade.

Mica Condé. Foto: Divulgação

“Esse EP significou muito pra mim. Trazer esse tema de empoderamento e processo de conhecimento interno é bastante sensível. Tenho orgulho de ser porta voz de muitas mulheres, que por vezes, são caladas na sociedade que vivemos. Infelizmente, temos que ser realistas e entender que ainda somos muito julgadas e discriminadas. Por isso, me sinto parte de um todo”, reflete.

A ideia é poder levar uma mensagem de libertação para todas as mulheres que por ventura estejam precisando de uma palavra de encorajamento. “Através da minha música posso plantar um sementinha para que os nossos olhos se abram para todas as pequenas situações que nos submetemos. Eu costumo dizer que quando uma mulher conhece sua força interior ela atravessa barreiras que nem ela mesmo imagina”, reafirma a artista, de 27 anos.

O EP marca uma nova fase da trajetória de Mica. A cantora e compositora, que vem crescendo e ganhando cada vez mais notoriedade no meio musical, lançou o single, “Ligação”, em parceria com Abrisa. Inspirada nas transformações femininas, essa foi primeira música de “Meu Primeiro Sutiã”, que segue com “Fico Nua”, “Pegando Fogo” e “Paro o Mundo”.

Quebrando tabus

O álbum pretende quebrar tabus e abordar temas como primeira menstruação, a primeira vez que as mulheres conhecem o seu corpo e a fase em que começam a se entender. “Ligação”, por exemplo, tem clipe ambientado no Estúdio Sérgio Menezes, na Zona Oeste do Rio, e, segundo a cantora, instiga a imaginação, com sonoridade que passeia entre o rap, o pop e o R&B.

 

Com muita sensualidade, a cantora mostra ser dona de seu próprio corpo, mas sem perder o romantismo e a delicadeza. Os singles passeiam entre o rap e o R&B, trazendo uma experiência pop, que promete pegar de jeito os ouvintes e fãs da loira.

Desde quando partiu para carreira solo, Mica já angariou louros em seu currículo, como seu primeiro single, “Deixa Molhar’. Ela também movimentou o público quando lançou “Me Solta”, que aborda o assédio contra as mulheres e já bateu a marca de mais de 429 mil visualizações no YouTube. Recentemente, em março de 2020, ela ficou sob os holofotes na mídia com a música “Tá Tudo Errado”, parceria com Gohan MC, que fala sobre racismo, xenofobia, homofobia, poluição e desastres ambientais. Posteriormente, ainda lançou “Fumaça no Ar”, sucesso com Cacau Junior.

Troca de experiências

Totalmente inspirada no reality show “Troca de Esposas”, da Record, Mica convocou MC Talibã e Couti para lançar o single “Na Máxima”. Isso porque, a cantora e advogada fez do clipe uma divertida experiência antropológica com o funkeiro. A ideia, segundo ela, foi mostrar os desafios da rotina de uma mulher que luta por independência, ao levar Talibã para um escritório, enquanto se encanta numa comunidade. O resultado? Um sentindo na pele os desafios do cotiano do outro.

 “A mulher ainda nos dias de hoje, tem que se impor e mostrar o seu valor, pois, infelizmente ainda é muito julgada. A música surge daí, da minha necessidade em falar sobre isso e ter a chancela de dois homens que também acreditam nisso”

O hit “Na máxima” é a grande aposta da trio e marca um momento muito especial de suas carreiras. Com clima leve, divertido e muito colorido, o vídeo mostra MC Talibã em meio as burocracias comuns de um escritório de advocacia, enquanto a cantora descobre todas as delícias e as dificuldades de viver numa favela carioca, com direito até a bronzeamento na laje. Já Couti acompanhou tudo cheio de estilo num estacionamento.

O resultado é um vídeo que transborda estilo e substância, numa aventura pop emoldurada com funk, dança, alegria, sensualidade e muito empoderamento. Ah! E tudo com o apoio luxuoso da coreógrafa Thai Morango e das dançarinas Cacau Nascimento e Jéssica Barros.

Mica Condé. Foto: Divulgação

Nesta troca de realidades, eu fui atender uma cliente no Espaço de Bronze Geane Andrade, em Olaria (na Zona Norte do Rio), como se fosse a dona do negócio. A mesmas coisa no trailer, que é o bar da Rita, onde passei uma noite vendendo e atendendo os clientes. Já o talibã, foi ver como era meu dia a dia no escritório como advogada e me auxiliou atendendo um cliente de registro de nome artístico”, adiantou Mica, que não disfarça as altas expectativas para o lançamento.

Ação social no Alemão

O hit “Na Máxima” foi lançado na última sexta-feira (29/02) e contará com uma ação de dança, alegria e doações para o Complexo do Alemão, comunidade da Zona Norte do Rio de Janeiro, em parceria com o projeto Voz da Comunidade.

Mica Condé. Foto: Divulgação

“A ideia que trouxemos de misturar as realidades e poder fazer uma ação social integrada a música foi incrível. Acho que nós artistas temos a missão de trazer entretenimento e consciência também. Sempre que eu posso ajudar eu faço”, concluiu.

E a boa ação não para por aí! A comunidade, que serviu de plano de fundo para a gravação, receberá um concurso de danças promovido por Mica, em parceria com o Voz da Comunidade. Ao todo, serão cinco academias da região, que participarão da disputa pelo prêmio, que além de uniforme e divulgações, pretende também distribuir cestas básicas para alguns moradores do local, que inda sofrem os reflexos da crise econômica provocada pela pandemia do Covid-19.