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Após sentir na pele, Duffy critica filme “365 Dias” por glamourizar sequestro e estupro

O Netflix está com um filme polêmico, o “365 Dias”. Muita gente compara com “Cinquenta Tons De Cinza”, mas é bem mais pesado… A partir da própria história. A trama mostra um romance ao estilo de Síndrome de Estocolmo, onde uma mulher é sequestrada e passa a ter um relacionamento com o seu sequestrador. Muitos acusam de glamourizar sequestro e estupro, inclusive Duff, que sentiu isso na pele.

Foi feita até uma petição online pedindo para que o filme seja tirado do ar. “A natureza questionável do filme se torna evidente nos primeiros quinze minutos, quando o protagonista força um ato sexual com uma funcionária em seu jato particular. Ela aparece amedrontada e relutante em transar com ele enquanto é trancado na traseira do avião“, diz a mensagem da petição. “Ao final do ato sexual, ela tem lágrimas rolando pelo rosto. A partir desse momento, o filme continua a provocar mais gatilhos e ser mais problemático”.

Duffy tem uma forte opinião. Em fevereiro, ela revelou que foi estuprada, drogada e mantida em cativeiro. Uma situação bem parecida do filme.

Por isso, ela enviou uma carta aberta CEO da Netflix, Reed Hastings. Ela acredita que o filme romantiza o estupro, fazendo um desserviço para a sociedade.

Recentemente, escrevi publicamente sobre uma experiência difícil que passei. Eu fui drogada, sequestrada, traficada e estuprada“, soltou Duffy na carta.

Escrevo estas palavras (palavras que não acredito que estou escrevendo em 2020, com tanta esperança e progresso conquistado nos últimos anos), pois cerca de 25 milhões de pessoas estão atualmente sendo traficadas ao redor do mundo […] Quando fui traficada e estuprada, eu tive sorte de sair de lá com vida, mas muitas não tem tido essa sorte. E agora eu tenho que testemunhar essas tragédias, e a minha tragédia, sendo erotizadas e desvalorizadas“, protestou ela.

365 Dias glamoriza a realidade brutal do tráfico sexual, do sequestro e do estupro. Essa não deve ser a ideia de entretenimento de ninguém, nem deve ser descrita como tal, ou ser comercializada dessa maneira”, refletiu, ressaltando o perigo que o filme apresenta para a sociedade. “Me entristece que a Netflix ofereça uma plataforma para esse ‘cinema’, que erotiza o sequestro e distorce a violência sexual e o tráfico como um filme ‘sexy’. Não consigo imaginar como a Netflix poderia ignorar o quão descuidado, insensível e perigoso isso é”, conclui.

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