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Anitta desabafa após perder mais de 200 mil seguidores: “Vivemos um retrocesso”

A cantora definiu a movimentação como intolerância religiosa e explicou que outras crenças serão abordadas no clipe

Anitta
(Foto: Instagram/@anitta)

Desde que Anitta anunciou o lançamento do clipe de “Aceita”, com referências da sua religião, mais de 200 mil contas deixaram de segui-la no Instagram. Por isso, a cantora abriu uma live em seu perfil voltado para os fãs. Lá, ela refletiu sobre a situação e, então, revelou estar tranquila ao ver seus números caírem nas redes sociais.

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Anitta em "Aceita"
(Foto: Instagram/@anitta)

Logo de cara, Anitta explicou que diversas religiões aparecerão durante o clipe. Ela, então, comentou que a intolerância religiosa ainda é muito presente, o que a deixa surpresa. “Nos dias de hoje, ainda vivemos um retrocesso tão grande nesse sentido de aceitar, de entender, de respeitar os caminhos das pessoas”, iniciou.

“Eu fico assustada com isso, em como vai passando o tempo e o ser humano está mais intolerante, ao invés de estar se aceitando mais, se respeitando mais… está o oposto”, adicionou.

Em seguida, Anitta explicou que é fã de todas as religiões, e costuma passear por todas durante o seu dia a dia. “Eu ando aqui na minha bolsa com um terço que eu rezo com a minha mãe, estou sempre rezando esse terço. Eu frequento chamanismo, faço constelação familiar, faço Kundalini, yoga, acredito no Hinduismo, estou sempre acompanhando, pontuou.

Por essa diversidade, a cantora comentou que não consegue entender como pessoas destilam ódio a partir desses ensinamentos que, para ela, acabam tudo sendo a mesma coisa. “Eu não sigo a minha religião por medo de julgamento, eu não sei como é na sua religião, na sua casa, mas a minha crença é que quando a gente morre não vem Deus e bate em quem foi ruim, em quem foi ‘viado’, em quem foi ‘macumbeiro’. Eu não acredito nisso”, disse ela.

“Então, na minha cabeça, Jesus mandou a gente amar as pessoas. Na minha cabeça não entra a possibilidade de que o ensinamento de um espírito tão elevado tenha sido vir para a terra e falar: ‘olha quem for ‘viado’, vocês têm que xingar, têm que excluir, bater e falar que eles não são bem-vindos'”, opinou.

Anitta critica intolerância religiosa e aponta incoerência

Em seguida, Anitta comentou sobre os mais de 200 mil seguidores que perdeu e afirmou que ninguém é obrigado a segui-la. No entanto, ela opinou e disse enxergar uma certa incoerência com esse tipo de movimentação.

“Ninguém é obrigado a gostar de mim. Mas você gostava, você seguia e agora você não gosta mais e para de seguir porque eu sou macumbeira. para mim é uma intolerância. intolerância é você não tolerar, não querer ver, não querer assistir. Você exclui, para de seguir e remove da sua roda de aceitação. Por isso essa música se chama ‘Aceita'”, pontuou.

Depois disso, em outro momento da transmissão ao vivo, a cantora debochou de algumas pessoas que criticam sua religião mas “pedem favores” aos orixás. “Tem gente que gosta de pagar e falar que macumbeiro é do capeta, mas bate na porta do pai de santo. Vai lá e pede um negocinho para os macumbeiros, tá?”, criticou.

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“Aceita” possui uma letra dúbia, com referências a entidades

A cantora ainda disse que não se surpreendeu com a recepção da música e do clipe, assim como algumas opiniões sobre seu álbum. Para ela, o “Funk Generation” não se encaixa em nenhuma ‘caixinha’ e, por isso, é algo difícil de funcionar.

Com “Aceita”, Anitta contou que quis brincar com a letra e, por isso, a composição pode ser entendida como se uma entidade estivesse falando. “Ao mesmo tempo é uma letra dúbia, que você pode, também, entender como se fosse o dono da rua ou uma pomba gira ou um exu falando. Tanto que no refrão eu falo: ‘eu não sei se você sabe como me chamam, como chamam a mim, como diria qual é o meu nome'”, revelou.

“Na minha visão, [a letra] trazia tanto a minha carreira e coisas minhas, como se fosse uma entidade, ou a minha pomba gira, ou o meu exu, falando por mim“, contou.

Assista a live completa de Anitta: