O guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, afirmou em entrevista no programa Conversa com Bial que a morte de sua esposa foi um “clássico de eutanásia”. Patricia Kisser morreu em julho, aos 52 anos de idade, em decorrência de um câncer no cólon.
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Conforme transcrição feita pelo site da revista Quem, o artista contou que estava em turnê com o Sepultura pela Europa quando recebeu a notícia de que a esposa estava em uma situação delicada. Ele voltou então para o Brasil, sendo substituído nos shows restantes por Jean Patton, do Project46.
“Eu percebi que a coisa estava muito feia quando eu estava na Europa com a Sepultura fazendo turnê […]. A médica me mandou uma mensagem dizendo que queria falar comigo […]. Liguei para a médica, e ela disse ‘a coisa está assim, seria melhor que você estivesse aqui’ […]. Muito rapidamente o Sepultura organizou outro guitarrista para continuar a turnê[…]. E eu voltei. Quando cheguei fiquei dois dias maravilhosos com ela […], mas estava com as máquinas. Estavam, na verdade, desmamando ela das máquinas para ver como ela reagiria.”
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O caso de Patricia era, segundo Andreas, do tipo que demandaria o recurso da eutanásia, a morte assistida em situações que os médicos consideram irreversíveis. Porém, isso não seria possível pela legislação brasileira.
“Cheguei numa segunda-feira e, infelizmente, na quarta-feira ela deu uma caída, e, a partir dali, a coisa não voltou mais. As notícias ficaram pesadas. Tive que ouvir que a situação era irreversível, que teria de entrar a equipe do paliativo. A Patricia estava consciente até o fim, o caso dela era um caso clássico de eutanásia, se tivéssemos isso na lei brasileira legalmente, poderíamos ter utilizado esse artifício na situação dela, porque ela estava consciente, não aguentava mais, o corpo não aguentava mais, uma situação irreversível.”
Patricia se casou com Andreas em 1994 e o casal teve 3 filhos: Enzo, Giulia e Yohan.
PatFest
Para celebrar a vida da esposa, Kisser promove no próximo dia 28 o PatFest, em São Paulo. Entre os músicos presentes, estarão Badauí (CPM22); Branco Mello (Titãs); Beto Lee; Chitãozinho & Xororó; e Sandy. O dinheiro arrecadado com a venda de ingressos do show será doado a ONG Comunidade Compassiva.
“O PatFest é uma semente que queremos plantar para trazermos o assunto morte à tona, e as possibilidades de morte que a gente pode ter na vida, como o testamento vital, comunidade compassivo, tudo isso que eu não sabia”, completou Andreas.