Uma das maiores cantoras do nosso país vai ter sua história contada na Marquês de Sapucaí no próximo carnaval. É que a Estação Primeira de Mangueira anunciou, nesta segunda-feira (13), que Alcione será o enredo da Verde e Rosa em 2024. A homenagem à artista, de 75 anos, será assinada por Guilherme Estevão e Annik Salmon, que emplacam o segundo ano como carnavalescos na agremiação.
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Nas redes sociais, a artista referência do samba falou sobre a novidade. “Estou muito honrada e emocionada com o convite. Nunca imaginei tamanha homenagem”, declarou. O lançamento do enredo e logo oficial acontece em 28 de abril, aniversário de 95 anos da Escola.
Contudo, não é a primeira vez que Alcione será homenageada na avenida. Em 1989, pela Independentes de Cordovil, o enredo foi “Marrom Som Brasil“. Cinco anos depois foi a vez da Unidos da Ponte levar para a Sapucaí o enredo “Marrom da Cor do Samba“. E em 2018, a Mocidade Alegre foi vice-campea em São Paulo com o enredo “A Voz Marrom Que Não Deixa o Samba Morrer“.
Como praticamente todos os anos, Alcione participou do desfile da Mangueira, que levou para a Avenida o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”. A agremiação ficou em 5º lugar e voltou à Sapucaí no Desfiles das Campeãs, que aconteceu em 25 de fevereiro.
Segundo a escola, o convite da presidente Guanayra Firmino foi feito na casa de Marrom, que aceitou a homenagem de imediato. No Instagram da agremiação, fotos da estrela ao lado de integrantes e pessoas que estão por trás dos desfiles da Mangueira, foram compartilhadas.
Com uma trajetória irretocável na música, Alcione comemorou 50 anos de carreira em 2022, com uma série de festividades, incluindo um show no Theatro Municipal do Rio. Também no Instagram, ela, que é dona de clássicos da música popular como “Você Me Vira a Cabeça”, “A Loba” e “Além da Cama”, só para citar alguns, dividiu com o público sua história de amor com o Carnaval.
“Desde o final dos anos 70, o coração dessa Marrom, bate em Verde e Rosa. Em 1984, estive na inauguração do Sambódromo, ano que a Mangueira foi Super Campeã. Fui enredo da Unidos da Ponte em 1994! Já desfilei na Beija Flor, Imperatriz, Império Serrano, Caprichosos de Pilares e tantas outras coirmãs da minha Estação Primeira… Era na Sapucaí que passávamos com o bloco ‘Pagodão’ juntamente com amigos ícones do Samba”, contou a publicação na redes social.
Mangueira tem em seu histórico diversos campeonatos homenageando artistas da música e da literatura
O anúncio da homenagem à Alcione pela Verde e Rosa animou milhares de corações mangueirenses. Afinal de contas, a escola costuma arrancar boas posições quando presta homenagens à personalidades – principalmente da música. Seis de seus 20 títulos vieram a partir de enredos com este mote.
Em 1967 sagrou-se campeã com “O Mundo Encantado de Monteiro Lobato“. Mas foi a partir de 1984, com o famoso “supercampeonato”, é que esta fama se afirmou. “Yes, Nós Temos Braguinha” foi um desfile apoteótico que marcou a inauguração do Sambódromo do Rio de Janeiro.
O bicampeonato de 1986 e 1987 veio a reboque de homenagens ao cantor e compositor Dorival Caymmi e ao escritor Carlos Drummond de Andrade. Em 1998 foi a vez de Chico Buarque ser homenageado e encerrar um jejum de 11 anos sem títulos. E, por último, Maria Bethânia foi consagrada no título de 2016.
Outras homenagens não chegaram ao título, mas deixaram sambas inesquecíveis e momentos icônicos da Mangueira na avenida. Villa-Lobos (2º lugar em 1966), Chiquinha Gonzaga (9º lugar, 1985), Tom Jobim (6º lugar, 1992), Nelson Cavaquinho (3º lugar, 2011), e a tríade Cartola, Jamelão e Delegado (7º lugar, 2022).
Vale o destaque ao desfile em homenagem aos Doces Bárbaros [Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia] em 1994: um samba que ficou para a antologia do Carnaval, gerou um desfile animadíssimo, mas com muitos problemas na pista. Por isso conseguiu apenas o 11º lugar em 1994. Relembre: