O setor de eventos de cultura e entretenimento projeta um 2023 positivo. No entanto, ainda com desafios a serem superados para consolidar a retomada das atividades, após um longo período de paralisação provocado pela pandemia da covid-19.
“O impacto do segmento na economia brasileira ao longo deste ano mostrou a nossa grande capacidade de gerar empregos e receita de forma rápida, como o país precisava. No entanto, é fundamental que se fortaleça o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE), que tem sido essencial para a sobrevivência e sustentação das empresas no cenário pós-crise”, aponta o empresário Doreni Caramori Júnior, presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE).
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O PERSE foi o único programa do Governo Federal direcionado para um setor da economia criado durante a pandemia e que engloba um conjunto de cinco leis. Abrangem cinco pontos importantes para o segmento: refinanciamento de dívidas, créditos para sobrevivência das empresas, desoneração fiscal, manutenção de empregos e condições de adiamento e cancelamento de atividades.
No momento, as prioridades estão em resguardar e disseminar os benefícios do programa. O período crítico da pandemia passou, mas as empresas ainda sofrem os efeitos do longo período de paralisação.
“É sempre importante lembrar que fomos o setor mais prejudicado: os primeiros a parar e os últimos a retornar. Por mais que a percepção seja de que tudo voltou ao normal, com eventos lotados e fazendo sucesso, as empresas do segmento ainda vão levar um tempo para recuperar o tempo perdido. Aí é que entra o suporte do PERSE. Há, também, os efeitos colaterais que persistem, como a defasagem de mão-de-obra qualificada. Durante a crise, muitos profissionais tiveram que recorrer a outras atividades para sobreviver, pois ficamos totalmente paralisados, ao contrário de outros segmentos que tiveram o benefício da flexibilização”, explica Doreni.
Mas de onde vem o otimismo para 2023?
O presidente da ABRAPE cita o desempenho positivo do setor do segmento, que envolve 52 atividades econômicas, nas taxas de crescimento do do Produto Interno Bruto (PIB) nacional ao longo do ano.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 0,4% no terceiro trimestre de 2022, na comparação com o trimestre anterior, influenciado pelos resultados dos setores de serviços (1,1%), responsáveis por aproximadamente 70% da economia.
“É um resultado superior ao da indústria, por exemplo, que teve crescimento de 0,8%. São promotores de eventos que estão investindo em atividades por todo o país, envolvendo operadores turísticos, bares e restaurantes, serviços gerais, segurança privada, hospedagem, entre outras áreas, e impulsionando o PIB do país para cima, por ter um desempenho acima da média. Importante destacar o caráter social dessa evolução, pois gera empregos rapidamente e beneficia cidades e regiões distantes das grandes capitais que têm toda sua economia relacionada com eventos”, reforça Doreni Caramori Júnior.
Empregos
Com o auxílio do PERSE, o desempenho do hub setorial de eventos de cultura e entretenimento encerra o ano de forma positiva na geração de empregos. Entre janeiro e outubro de 2022 foram criados 254.450 novos empregos, acumulando um estoque de 3.579.065 oportunidades como um todo no Brasil. Com isso, no setor, há 72.634 empregos a mais do que no ano de 2019, um crescimento de 2%. Em destaque, os bares e restaurantes alcançaram 11.937 de vagas abertas.
Além disso, dos 2.306.882 de empregos gerados no Brasil entre janeiro e outubro, 254.450 vieram do hub setorial e 15.756 do setor de eventos. Assim, representando 11% e 0,7% respectivamente a participação relativa do setor na geração de empregos no país.
“Portanto, para 2023, nossas metas estão concentradas em consolidar as conquistas do PERSE e, gradativamente, retomar os mesmos resultados que o setor apresentava antes da pandemia. Mas, como disse, há desafios ainda a serem superados como a recuperação econômica das empresas e a mão-de-obra”, conclui o presidente da ABRAPE.