Em 2010, Christina Aguilera lançou “Bionic”: dentre a crítica, foi ‘ruim’; no mercado, ‘mal-sucedido’; dentre os fãs, ‘incompreendido’. Independentemente do seu quadrado, “Bionic” foi o maior fracasso da carreira da cantora, que quebrou a excelente sequência de sucessos na qual ela vivia. Não adianta negar que o tal álbum não foi uma péssima tentativa em adentrar o culto à bizarrice que o mercado passou a apreciar. O clipe de “Not Myself Tonight” não foi corajoso, inovador ou original, mas algo extremamente mal feito que fugiu completamente do padrão de qualidade que Christina Aguilera sempre teve. Estas novas decisões estratégicas destoaram do talento e visão da cantora, que há dez anos atrás já exaltava as mensagens de “Firework” (Katy Perry), “We R Who We R” (Ke$ha) e “Born This Way” (Lady GaGa) – entre outras – no clipe de “Beautiful”. Criou-se uma percepção que Christina Aguilera havia se vendido sem filtro algum para o mercado, e destruído toda a individualidade que a fazia destoar de outras típicas estrelas pop.
“Lotus” tem a missão de resgatar o que fez Christina Aguilera ser tão diferente e respeitada na década de 2000. O álbum vem para exaltar o talento indisputável da cantora, que por muitos (e inclusive por mim) é considerada a grande voz de nossa geração. Ninguém canta como Christina, e dentre Britney Spears e Justin Timberlake – seus parceiros de Mickey Mouse Club – ela parece ter se perdido do que a faz tão especial para o mercado. Espero que “Lotus” não seja mais uma tentativa de se adequar ao novo pop, agora com estrelas como Adele e Kelly Clarkson ganhando atenção por puro potencial vocal, e que este novo álbum imprima a identidade que a reestabelecerá como uma grande estrela da música em geral.