Quem dita a música pop é o público jovem e, por isso, os nomes quentes do momento são substituídos a cada nova geração. Os ídolos marcam períodos da cultura pop e inspiram seus sucessores nos holofotes. Pensando nisso, o POPline traz uma lista de álbuns-referência, que merecem ser conhecidos por quem tem menos de 20 anos. São discos que ditaram padrões, elevaram o nível da música pop e, muito provavelmente, inspiraram seus ídolos e os colaboradores deles. Confira:
“Ray of Light” – Madonna (1998)
Eu fiquei muito na dúvida sobre o que falar. Minha primeira opção era enaltecer o “Miseducation of Lauryn Hill” (o que eu já fiz aqui, lembrei depois), então voltei na discografia da Madonna – afinal estamos em um site pop! Há muito o que se falar dela e cheguei a buscar as músicas mais ouvidas nas plataformas para tentar descobrir o comportamento do ouvinte geral. Como eu imaginei: ou ele ouve (em sua maioria) as mais recentes ou os grandes clássicos. Madonna possui muitos clássicos. A Rainha nos presenteia e desafia os tabus há quase 40 anos e dentre muitos os sons, vira e mexe, se volta na importância de canções como “Like a Prayer”, “Express Yourself”, “Erotica” e discos de produções impecáveis como “Bedtime Stories”. Mas e “Ray Of Light”? O sétimo álbum da Madonna é a prova do poder incrível de renovação da artista. Foi o primeiro projeto após o nascimento da primogênita Loudes Maria e do encontro da Madge com a Cabala. O disco é um dos mais plurais de Madonna, com toda uma coesão em termos de produção que revirou o final da década de 1990, uma explosão criativa com os primeiros toques de música eletrônica em sua discografia, com forte presença de instrumentos de cordas, sopros além dos vocais impecáveis. O pop criticado por muitos veículos na época por ser considerado enlatado ganhava um fôlego e era reverenciado novamente com o selo de qualidade da Madonna. Amor, conflitos, reflexão estão nas 13 canções e é difícil escolher uma para destacar. Eu poderia bater em “Frozen” ou a faixa-título, mas deixo aqui a música de abertura arrepiante e sensível “Drowned World/Substitute for Love”. Por Amanda Faia
“Jagged Little Pill” – Alanis Morissette (1995)
Antes de 1995, muitas mulheres já tinham marcado seu espaço na música. Mesmo assim, Alanis é considerada um marco único com esse álbum, sendo inspiração e referência. Há vários motivos para isso, mas eu destaco um: ela se mostrou como uma mulher, comum, não era uma roqueira rebelde, nem uma popstar sensual, mas vulnerável, verdadeira. O disco permitiu ao mundo da música a aceitar que as mulheres são imperfeitas e não há nada de errado nisso. As músicas são autorais, cruas, fortes e corajosas. Ano após anos, o “Jagged Little Pill”, continua relevante. Por Caian Nunes
“Kick” – INXS (1987)
No fim dos anos 1980, o INXS era uma espécie de Maroon 5 do seu tempo: uma banda subestimada pela crítica, com um frontman sexy e cheia de hits. Muitos deles vieram do multi-platinado álbum “Kick”. Num caldeirão de sons memoráveis como o pop lascivo e explosão funk de “New Sensation”, bem como baladas e solos de sax de “Never Tears Us Apart”, não foram poucas as pessoas que sonharam passar uma noite na companhia do vocalista Michael Hutchence, que suicidou-se em 1997. Se você ainda não se convenceu de que este álbum merece uma audição, me responda apenas uma pergunta: Você pirou com “Break My Heart”, da Dua Lipa? Pois é, a base do novo hit da cantora britânica é toda de “Need You Tonight”, single que chegou ao #1 na Billboard e faturou 5 VMA, incluindo Vídeo do Ano em 1988. O tempo provou que o INXS ainda é – musicalmente e sexualmente – interessante. Por Daiv Santos
“Secrets” – Toni Braxton (1996)
Em meados dos anos 90 a música pop internacional era dominada pela chamada tríade da voz formada por Celine Dion, Mariah Carey e Whitney Houston. Porém, uma cantora com um contralto potente chamada Toni Braxton surgiu com um álbum homônimo em 1993 faturando três prêmios Grammy. Entretanto, o seu grande sucesso veio em 1996 com o antológico disco “Secrets”, do hit “Unbreak My Heart”, que até hoje é uma música que toca bastante nas rádios e todo mundo conhece. Contudo, nada de “one hit wonder”! Com outros hinários como “How Could An Angel Break My Heart” com Kenny G, “I Don’t Want To”, o CD vendeu 15 milhões de cópias ao redor do mundo, elevou Toni Braxton ao posto de “popstar” e colocou a cantora no “quadrado” das grandes vozes norte-americanas da época. Por Helena Marques
“Life For Rent” – Dido (2003)
Antes das “sofrências” de nomes como Adele e Sam Smith dominarem as paradas de sucesso, o mundo da música tinha Dido como a voz introspectiva da música. E foi com o álbum “Life For Rent” que a cantora britânica atingiu seu pico na carreira. Com instrumentais suaves e impecáveis e letras que passam por dores amorosas até reflexões sobre a vida, Dido entregou no “Life For Rent” sua alma. O disco, todo produzido pelo seu irmão, Rollo Armstrong, e com todas as composições assinadas por ela. É desses álbuns para acalmar depois de um dia estressante e não pular nenhuma música.Por Kavad Medeiros
“Spice” – Spice Girls (1996)
Cinco inglesas pararam o mundo em 1996 com “Wannabe”. O pop dançante (e chiclete!) das Spice Girls conquistou fãs fiéis que se mantêm até hoje. Os singles são todos icônicos – “Say You’ll Be There”, “2 Become 1”, “Mama”, “Who Do You Think You Are”. Quem quer falar de girlgroup tem primeiro que conhecer “Spice”. O case de sucesso, de alguma maneira, virou padrão para outros produtos nos próximos anos: cinco mulheres, cada uma representando uma personalidade bem definida, para que o público tenha mais chances de se identificar. Para os críticos que chamavam de pop manufaturado, a resposta é o legado que entrou para a história. Por Leonardo Torres
“Off The Wall” – Michael Jackson (1979)
O quinto álbum de estúdio de Michael Jackson é um bilhete de despedidas dos anos 1970 e um abre-alas dos anos 1980. Fora da Motown e vindo de um período difícil do disco “Forever, Michael”, o rei do pop chega brilhante à Epic Records com nova sonoridade. Incorporando elementos de funk, disco music e até mesmo rock, Michael traz em 1979 um disco eletrizante e muito dançante que dá início a sua dominação na música pop. “Off The Wall” traz três composições e produções de MJ, que nunca tocou nenhum instrumento musical, além de colaborações geniais como “Girlfriend” com Paul McCartney e “I Can’t Help It” que tem Stevie Wonder nos créditos. Aos 21 anos de idade, o jovem Michael Jackson soava perfeito, uma voz singular e doce que arrebata e arremata as dez faixas do “Off The Wall”. Um disco que começa com “Don’t Stop ‘Till You Get Enough” e termina com “Burn This Disco Out” é obrigatório na coleção de qualquer amante da música pop. Por Mari Pacheco
“Breakfast in America” – Supertramp (1979)
Há 41 anos Supertramp lançava “Breakfast in America”. é um marco um Blockbuster musical do final da década de 70. Ficou seis semanas em primeiro lugar na parada da Billboard, sendo um dos discos mais vendidos do ano de 1979, chegando a vender 15 milhões de álbuns dez anos depois. Você pode estar pensando: por que estão indicando uma banda de rock progressivo? Porque esse disco foi um marco para a música de um modo geral, ele serviu de referência para muitos artistas. Não só a sonoridade mas a capa do álbum é um tema a parte, com a atriz norte-americana Kate Murtagh segurando um copo de suco como se fosse a estátua da liberdade, tendo como fundo uma cidade que lembra Nova Iorque, formada por prédios de caixas de cereais, prato de comida e embalagens de ketchup. Cresci ouvindo esse disco. Ele é ótimo para ouvir de ponta a ponta. em 2007, a MTV tava ligada e eu ouvi de longe a música Breakfast in America, sai correndo pra ver e na verdade era o clipe do Gym Class Heroes feat. Patrick Stump com a música Cupid’s Chokehold. Quer dizer 28 anos depois samplearam a música. Minha dica para conhecer este disco vai ser o Breakfast in America, que aliás se você jogar no youtube ele te sugere o clipe que eu assisti na MTV 😉 Por Pamella Renha
“Step By Step” – New Kids on the Block (1990)
Eu era criança quando ouvia, por intermédio de minha irmã mais velha, os discos da boy band da qual ela era fã. New Kids on the block era febre no mundo e no Brasil não seria diferente. Para mim, o álbum mais marcante é “Step By Step”, lançado em meados de 1990, e que, obviamente, fez parte da coleção de discos em minha casa. Ele é o quarto álbum de estúdio da banda e foi lançado no auge da popularidade do grupo. Não á toa, alcançou o número um na Billboard 200 e na UK Albums Chart, com a faixa título liderando as paradas simultaneamente. O disco tem 12 músicas e se tornou o single mais vendido do NKOTB. O trabalho marcou uma fase da carreira do grupo onde os cantores assumiram um papel mais ativo na parte criativa do álbum, co-escrevendo e produzindo várias faixas. Por Victor Arris.
Esses e outros hinos estão em uma playlist do POPline no Spotify. Ouça abaixo e siga-nos na plataforma: