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40 anos de ‘Thriller’: como o álbum de Michael Jackson ‘salvou’ a indústria da música de uma crise

Foto: captura/Thriller video music (YouTube)

Thriller“, de Michael Jackson, retornou ao Top 10 da Billboard 200 nesta semana. A principal parada de discos dos Estados Unidos mostrou o antológico projeto do Rei do Pop na sétima posição do ranking após o relançamento do álbum, que completa 40 anos nesta quarta-feira (30), com uma edição comemorativa.

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Revolucionário, o sexto álbum de estúdio de Jackson pavimentou a cultura estética, sonora e comportamental de uma geração de artistas pop e o consagrou como o principal nome de uma geração. A música e o clipe que batizaram o disco são marcos da cultura popular global e reuniram elementos que foram transformados em referências para contemporâneos do cantor, que faleceu em 2009.

Em números, o projeto é quase insuperável. “Thriller” é um dos discos mais vendidos da história, com mais de 70 milhões de cópias arrematadas ao redor do mundo, 33 milhões apenas nos Estados Unidos. Apesar dos feitos para a cultura, o álbum de Michael Jackson, lançado pela Epic Records em 1982, teve um impacto inigualável na indústria da música, que enfrentava uma dura crise naquela época.

Em 1979, três anos antes do lançamento do projeto, as gravadoras receberam milhões de LPs indesejados que ficaram encalhados nas lojas, gerando um enorme prejuízo ao mercado musical. Segundo registros da RIAA, naquele ano, as receitas de gravações caíram 10% em relação ao ano anterior, dando início a queda do vinil após anos de crescimento. Os baixos índices da indústria fonográfica geraram demissões em massa em algumas gravadoras, como a CBS Records e a Warner Bros.

Em matéria publicada pela Billboard nesta quarta-feira (30), executivos de grandes corporações musicais relembram o impacto de “Thriller” em um momento delicado para o mercado da música nos EUA, que também enfrentava uma recessão mundial de dois ou três anos de duração. “Foi a primeira vez que todos nós, jovens da indústria da música, fomos atingidos pelo negócio”, disse Dan Beck, chefe de publicidade da Epic Records na época, à Billboard.

“Uma das primeiras coisas que as pessoas cortaram foi a renda disponível – então, se alguém comprava três ou quatro álbuns por mês e agora comprava apenas um ou dois, isso era bastante dramático para o nosso negócio.”, contou o executivo à publicação estadunidense.

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Thriller, a consolidação da MTV e a chegada dos CDs

A Billboard atribuiu ao “Thriller“, de MJ, a responsabilidade de reinaugurar a indústria da música após os anos em baixa. Na época, a MTV também registrava um crescimento explosivo e o mercado adotava o CD como o seu principal produto. O sucessor de “Off The Wall” (1979) foi um sucesso instantâneo, começando com o single de abertura, “The Girl Is Mine” – um estratégico dueto com Paul McCartney, que levaria Jackson a audiência de “rádio branca”. O resto é história: foram sete singles no top 10 da Hot 100 e 37 semanas em primeiro lugar na Billboard 200.

Segundo a publicação, o retorno de Michael gerou recursos para o mercado abastecer Madonna , Prince, Bruce Springsteen, Cyndi Lauper e bandas de hair metal nos anos seguintes. Em 1981, a CBS Records, então proprietária dá Epic Records, havia registrado US$ 1 bilhão em receita, seu pior panorama financeiro desde 1971. Após o lançamento do disco, no final de 1983, o cenário era outro. A gravadora aumentou seu lucro líquido em 26%, uma diferença de US$ 187 milhões.

“Isso tirou a indústria da música da estagnação. Isso nos ajudou a sair dos dias de discoteca e se tornou um mundo totalmente novo.”, declarou Larry Stessel , então vice-presidente de marketing da Epic, à Billboard.

A publicação observa que as vendas de “Thriller” oscilavam conforme os lançamentos de singles e videoclipes, mas dispararam depois que Michael fez o moonwalk durante o especial de aniversário de 25 anos da NBC na Motown, em maio de 1983. “Começamos a vender literalmente 1,2 milhão de cópias em todo o país toda semana. O álbum passou de 4 para 6 milhões de cópias para 7, 8, 9, 10, 11.”, relembra Stessel.

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O sucesso de “Thriller” influenciou os negócios de uma década, sendo um fator relevante durante as negociações da compra da Epic Records pela Sony, em 1988, por US$ 2 bilhões. Além da faixa-título, o álbum – produzido pelo lendário Quincy Jones – agrega sucessos como “Billie Jean“, “Beat It” e “Human Nature“.

Essa “era” rendeu a MJ oito Grammys: Álbum do Ano, Gravação do Ano, Melhor Performance Pop Vocal (Thriller), Melhor Arranjo, Melhor Performance Masculina de Rock, Melhor Performance Vocal Masculina de R&B, Melhor Vídeo Musical e Melhor Canção de R&B.

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