Depois que uma artista da própria Sony Music, Adele, decidiu demonstrar seu apoio à Kesha em cadeia nacional na Inglaterra, durante a transmissão do BRIT Awards, a gravadora decidiu se pronunciar. O advogado da empresa, Scott A. Edelman, deu uma entrevista ao New York Times explicando que estão fazendo o possível para apoiar a cantora. A gravadora, porém, não tem poder para quebrar o contrato dela com Dr. Luke.
Kesha não é contratada direta da Sony Music. Ela é contratada da Kemosabe Records, selo fonográfico do Dr. Luke, subsidiário da Sony. Em outras palavras, o vínculo contratual dela é direto com a Kemosabe, que tem autonomia em sua gestão. “A Sony está fazendo tudo que pode para apoiar a artista nessas circunstâncias, mas ela é legalmente incapaz de pôr fim no contrato, que não é uma festa”, diz Edelman. “A Sony tem feito o possível para que Kesha grave sem conexão, envolvimento ou interação com Luke, mas a gravadora não está em posição de terminar o relacionamento contratual entre Luke e Kesha”.
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Por isso, a Sony Music afirma que não pode fazer mais do que ficou decidido na Suprema Corte de Nova York, na semana passada. Kesha teve seu pedido de liminar negado, e continua sob contrato com Dr. Luke, mas podendo trabalhar sem contato com ele, que comprova investimentos de mais de US$ 50 mil na carreira dela. A cantora o acusa de abuso sexual e terrorismo psicológico (mas isso não está em julgamento, e sim o contrato). Ela quer poder continuar sua carreira livre do produtor e empresário, que passou a chamar de abusador. Zedd e Jack Antonoff já se ofereceram para trabalhar com ela.
Com um textão no Facebook, Kesha quebrou o silêncio e também falou sobre o que vem passando em sua batalha legal. “Tudo o que eu sempre quis foi poder fazer música sem medo ou abuso. Esse caso nunca foi sobre renegociação de meu contrato – nunca foi sobre conseguir um acordo melhor ou maior. Isso é sobre ficar livre de meu agressor. Eu estou aberta a trabalhar com a Sony se eles fizerem a coisa certa e quebrar todos os laços que me ligam ao meu agressor”, afirma a cantora, dando a entender que a gravadora teria, sim, poder de intercessão.