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Zezé Di Camargo e Luciano falam sobre os 30 anos de “É o Amor”

Foto: Divulgação

Quem diria que 30 anos depois os romances ainda seriam embalados por “É o Amor” de Zezé di Camargo e Luciano? A música marca o início da carreira da dupla, quando uma singela fita K-7 levada por Seu Francisco Camargo (pai dos irmãos) chegou à rádio Terra de Goiânia (GO).

Três décadas depois, a canção composta por Zezé acumula mais de 70 regravações, incluindo intérpretes que a lançaram em hebraico e russo, somando mais de 1 bilhão de execuções no mundo, segundo dados do ECAD.

Para Zezé o que faz com que “É o amor” siga tão viva na vida das pessoas é sua atemporalidade. “É uma canção atemporal. Que fala de amor, de saudade, da vontade de estar junto. Afinal, amar se conjuga, sim, em todos os tempos”, revela. E Luciano corrobora: “Ela fala de amor de forma pura. Amor, quando é de verdade, nunca acaba. Pode ter 50, 100 anos. Vai ser sempre uma música linda para celebrar este sentimento”.

“Quando eu fiz “É O Amor”, ela foi feita em mais ou menos 3 horas, desde a concepção e da ideia de fazer ela até terminar a última estrofe, letra e melodia. Eu sabia que eu tinha feito uma grande música, uma música muito bonita, tanto que eu cantei ela várias vezes só com voz e violão e fiquei emocionado”, conta Zezé.

Neste 19 de abril, a dupla comemora a data que remonta aos dias em que o pai passou a entupir seus colegas da obra onde trabalhava, na construção civil, com fichas telefônicas e pedidos, diretamente do orelhão, pela execução da música na rádio.

De lá para cá, a dupla já soma mais de 40 milhões de cópias vendidas para 27 CDs e 1 EP, além de 6 DVDs. Na galeria de prêmios, os irmãos sustentam cinco estatuetas do Grammy Latino, entre seis indicações. Por vendagem de discos, acumulam 20 Discos de Platina, 15 Discos de Platina Duplo, 27 Discos de Ouro, 27 Discos de Prata e 27 Discos de Diamante.

Por três anos consecutivos (2016 a 2019), estiveram no topo da lista de artistas que mais fizeram campanhas publicitárias no Brasil, endossando assim uma forte identidade com o público. Além de estar entre os dez compositores que mais arrecadam por direitos musicais no Brasil.

Foto: Divulgação

Confira o trecho de um bate-papo que o POPline.Biz é Mundo da Música teve com Zezé:

Biz: “É o amor” conseguiu ter uma renovação de público grande ao longo desses 30 anos, assim como a carreira de vocês. A que você atribui isso?

Zezé: Quando a gente faz uma música, por mais que você tenha mais experiência não dá para você dimensionar o tamanho que ela vai ser e nem o sucesso, porque depende de vários fatores.

Depois que você se torna sucesso e famoso, fica mais fácil de você implantar um sucesso, de você por uma música para tocar. Você tem uma força muito grande, força da gravadora, força financeira, hoje principalmente né?! Financeiro conta muito e eu não tinha nada disso. Quando eu fiz a música, falei: “Puxa, fiz uma grande música”, mas isso não é dimensionar até onde ela iria chegar.

Ela começou a fazer sucesso, eu falei: “Como é uma música romântica, ela vai fazer um sucesso e vai passar, vão vir outras músicas e eu terei que fazer outras músicas para superar ou para dar continuidade”. Aí passaram dois anos e ela foi perpetuando pois ela foi sendo regravada também, e as pessoas começaram a usá-la muito para casamento por conta da frase “É O Amorrr”, esse cantado que cativa muitas pessoas, e ela foi se alastrando.

Aí surgiram as regravações de fora, atualmente “É O Amor” tem 74 regravações, já foi gravada em 14 idiomas: árabe, russo… nunca imaginei que eu iria ter uma música gravada nesses idiomas! Então ela foi se reinventando, algumas pessoas regravando com êxito até demais como a Bethânia, aí fez com que a música perpetuasse.

Por ela ser uma música romântica acabou ficando na vida das pessoas. Mas, realmente, eu não previa nada disso, nem que ela seria um grande sucesso e nem que ela iria durar todos estes anos.

Biz: Alguma das regravações marcou mais a vida de vocês? E por quê?

Zezé: Sim, uma bênção! Cada pessoa que gravou, foi inesquecível pra nós. Mas, confesso que, quando a Bethânia regravou foi um presente, já que a música é inspirada em uma canção dela a “Negue”. Antes de escrever “É o amor” eu estava andando na rua e pensava na música “Negue”, justamente naquela parte: “Negue o seu amor e o seu carinho. Diga que você já me esqueceu”.

Ouça “Negue”:

Quando cheguei em casa, sentei no chão, peguei o violão e saiu assim: “Eu não vou negar que sou louco por você, tô maluco pra te ver, eu não vou negar”. Esse trecho me veio à cabeça como uma resposta à música de Maria Bethânia: “Negue seu amor, seu carinho, diga que você já me esqueceu”. A música e letra fluíram juntas…

Aí foi quando naquela noite, 05:00 da madrugada, eu terminei de compor e decidir gravar voz e violão mesmo para que entrasse no disco como a 13 faixa. Era época de vinil e não existia disco com 13 músicas, mas nós conseguimos. É o amorrrrr.

Ouça a versão de “É o Amor “de Maria Bethânia:

Em tempo…

“É o Amor” já foi gravada por nomes como Bruno e Marrone, Fábio Júnior, Leandro e Leonardo, Gusttavo Lima, Lucas Lucco, Vanessa Jackson, Raça Negra, Wando e Hebe Camargo. Além deles, recentemente, durante participação no programa “Se Joga”, da Tv Globo, Luan Santana revelou que também irá regravar a música.

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