Pela primeira vez o YouTube NextUp está investindo em cantores em ascensão. O projeto de apresentar novos talentos já foi trabalhado com diversos tipos de artistas, mas o ineditismo é que a plataforma de vídeo, desta vez, selecionou apenas músicos para uma residência artística de uma semana no Rio de Janeiro! Durante os dias 10 a 14 de dezembro no YouTube Space Rio, 12 músicos independentes mergulharam densamente em vários processos artísticos durante uma semana de imersão focada em música. Eles tiveram encontros com a equipe do YouTube, ouviram conselhos de artistas reconhecidos, como Karol Conká, e dos principais profissionais da indústria musical no país. O POPline esteve no encerramento do evento, conversou com alguns desses artistas, que estavam em ritmo de despedida, concentrados em uma atmosfera de emoção e gratidão!
Sou artista independente e curti, como faço para participar?
Durante um papo com Lígia Lima, gerente do YouTube Next UP, ela esclareceu como é o processo de seleção para o projeto! O YouTube NextUP foi criado para criadores de conteúdo no geral, existe há mais de 5 anos e várias pessoas já participaram ao redor do mundo, mas somente com cantores é a primeira vez. Então, é bastante similar com o projeto que já existe, mas direcionado para artistas independentes. Queríamos reforçar a mensagem que o YouTube é uma casa para os artistas. O processo de seleção engloba artistas independentes que tenham canais de 1000 a 100.000 inscritos. Pode participar qualquer canal que não seja assinado por uma gravadora. Recebemos 300 vídeos, os times de música daqui do Brasil e dos Estados Unidos analisam todas as inscrições e chegamos aos vencedores.
7 anos e empoderada – conheça a Elis MC
Uma das participantes do projeto, Elis MC, tem apenas 7 anos e faz sucesso na internet pelas suas performances empoderadas das canções: “Vem Dançar com a Elis”, “Bonde do Elis” e “Abre a Rodinha”. Acompanhada pela mãe, a produtora cultural Renata Morais, ela explica que a filha já dava pinta de artista desde os 2 anos. “Como ela sempre gostou de dançar, sentimos a necessidade dela “ter um som”. Ela sempre cantava e dançava músicas de outros artistas, mas para não ter problemas com direitos autorais quando colocávamos os vídeos nas redes, decidimos criar músicas para ela. O objetivo da Elis como artista é ter uma referência positiva e natural infantil. Ela canta um funk pra todo mundo, fala coisas que uma criança fala. Nesse processo, a estética é muito importante para o empoderamento infantil negro. Queremos que a criança negra sinta-se representada através daquela outra e é muito mais fácil a criança entender isso através de outra. Ela mostra que não precisa ser de um padrão branco para estar no palco e passar a sua verdade.
Davi Sabbag – da extroversão da Banda Uó para a carreira solo de cantor romântico
Quem não se lembra da Banda Uó? O trio goiano de tecnobrega, que embalava clássicos divertidíssimos na balada como “Sauna” e “Faz Uó” deu uma pausa no final de 2017, e Davi Sabbag, ex-integrante da banda, também participou da residência e contou como está sendo a sua carreira solo focada em baladas românticas: ” Na Banda Uó nos conhecemos organicamente e tivemos vontade de fazer um som divertido e debochado, mas também organicamente decidimos que não queríamos fazer mais aquele tipo de som, mesmo com a nossa carreira no auge, porque não era algo que estava nos movendo. Nessa experiência do YouTube eu venho com uma bagagem um pouco maior do que a galera daqui sobre a indústria, de saber como funciona o business, mas com muita coisa para aprender. Para mim a essência do artista é essa – estar sempre ligado para aprender tudo e descobrir o que é. Quando a banda acabou comecei a me aventurar em outros estilos. Eu mesmo sempre fui muito romântico, tenho até dificuldade de escrever com outras pessoas porque minhas músicas são muito pessoais. O que me move mesmo é o amor, isso é o que há de mais verdadeiro. Por isso encaminho o meu trabalho para esse estilo”.
Stefanie – do sonho adolescente de ser rapper à concretização aos 30 anos
Há quem relute para se assumir como artista e esse foi um dos desafios de Stefanie, MC de Santo André, (SP), que desde adolescente nutria o sonho de viver da música, mas só conseguiu realizar esse desejo integralmente aos 30 anos. Hoje, com 35 e grávida do seu segundo filho, ela era a participante mais emocionada ao final da residência. “Até os 30 anos eu trabalhava numa loja como vendedora e fazia algumas apresentações, mas tive a oportunidade de viver só da música e desde então está sendo assim. Está vindo um segundo filho que também vai ser sustentado pela música. No início eu tinha muito receio, ouvia muito: “Você quer ser artista?” Mas senti que aquilo estava batendo muito na minha porta e decidi ir. No início, por ser mulher, muitos rappers até falavam: “Se for pra cantar rap não pode usar maquiagem, mas muita coisa já mudou”!, celebra a artista que com levada e métrica peculiares, se destaca no movimento Hip Hop.
Romero Ferro – de Pernambuco para o mundo
O pernambucano Romero Ferro é tido como uma das novas caras do POP no Brasil. O recifense mistura POP, New Wave e brega pernambucano. Em conversa com o POPline, Romero fala sobre o seu trabalho bem dançante: “Comecei profissionalmente em 2013 com um EP de quatro canções, sem estilo definido, foi mais para saber o que o público iria achar do Romero e lancei um álbum mesmo em 2016, que se chama “Arsênio”, tem um conceito definido, são 10 canções e passeia mais pelo pop, tem um viés político forte. Agora em 2018 comecei a preparar o meu 2° disco. Porém, estou soltando por single. Esse disco tem uma vibe completamente diferente, muito solar, dançante, falo de sofrência, de coração partido, chamo o que faço de “Brega Wave”. O disco completo sai em março!”