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Warner Music levanta $250 milhões para aquisições de catálogo; companhia celebra 45 anos no Brasil

O Mercado Global da música vive uma tendência de aquisição de direitos musicais liderada por Hipgnosis, Primary Wave, Round Hill e outros, e continua a crescer.

A Warner Music notifcou ontem (19) o Wall Street que seu grupo de aquisição levantou $ 250 milhões através de uma oferta privada, observando que “pretende usar os recursos líquidos da oferta para financiar uma parte das considerações de caixa agregadas de certas aquisições”, de acordo com a Music Business Worldwide.

Embora a Warner tenha investido em ativos que vão desde a empresa de tecnologia IMGN e o aplicativo de música ao vivo Songkick até publicações como HipHopDX e Uproxx, uma fonte confirmou à Variety que o objetivo da nova oferta é repertório e está em processo de aquisição de dois catálogos, de acordo com um arquivo da SEC.

“No início de outubro, concluímos a aquisição de certos ativos musicais e recentemente chegamos a um acordo de princípio com relação a uma segunda aquisição, referente a certos outros ativos musicais e relacionados à música (…) por um valor agregado em dinheiro de aproximadamente $ 338 milhões.

Pretendemos financiar essa contraprestação agregada em dinheiro com os recursos desta oferta [de dívida] e aproximadamente $ 90 milhões em dinheiro em caixa. Para os doze meses encerrados em 30 de setembro de 2020, estimamos que teríamos relatado a receita agregada adicional incremental e EBITDA ajustado para esses ativos de $ 6 milhões e $ 37 milhões, respectivamente.

O fechamento da Transação de Aquisição está sujeito à negociação, execução e entrega da documentação definitiva, que atualmente esperamos estar sujeita às condições habituais e deverá ocorrer após o fechamento desta oferta [de dívida]”, afirma o arquivo.

A Warner Music lançou seu IPO em junho, após um atraso de várias semanas devido à pandemia COVID-19. Seu preço de oferta pública inicial de US$ 25 por ação para um valor de capitalização de mercado de cerca de US$ 12,7 bilhões – que subiu 15% para quase US$ 15 bilhões no início das negociações, e atualmente esteja em torno de US$ 30 por ação, segundo a Variety.

No início deste mês, surgiram notícias de que a editora Round Hill Music, sediada em Nova York, pretende levantar US$ 375 milhões para seu novo fundo de royalties quando for à Bolsa de Valores de Londres em novembro. Segundo relatos, pretende adquirir um portfólio de 120.000 canções de 40 catálogos de artistas como Beatles, Celine Dion e Rolling Stones.

Embora a indústria da música, e o entretenimento ao vivo em particular, tenham sido profundamente danificados pela pandemia, a música gravada e a publicação de música provaram ser ativos mais fortes e, em muitos casos, cresceram em valor, uma situação impulsionada ainda mais pelo movimento agressivo da Hipgnosis para a indústria nos últimos dois anos.

A empresa gastou mais de US$ 1 bilhão em catálogos desde meados de 2018 e está anunciando várias novas aquisições por mês. A ação da Warner parece capaz de aquecer ainda mais o mercado.

Warner Music Brasil – 45 anos 

A Warner Music Brasil está completando 45 anos, com uma trajetória marcada por grandes sucessos da música nacional e internacional. A companhia, que ao longo dos anos promove a descoberta e investimento em novos talentos, contando com um extenso catálogo formado por artistas de diferentes gêneros musicais – como o rock de Raul Seixas e Red Hot Chili Peppers, a MPB de Elis Regina e Gilberto Gil, o pop de Kelly Key, IZA, Anitta, Ludmilla e Dua Lipa, o sertanejo de Leandro & Leonardo, o eletrônico de Alok e o pagode do Molejo.

As músicas desses e outros nomes da cena mundial, que marcaram as mais de quatro décadas da companhia, foram reunidos na playlist comemorativa “Warner Music Brasil 45 anos”, disponível em todas as plataformas digitais.

“É uma alegria enorme estar à frente da Warner Music Brasil no momento em que a companhia completa 45 anos. Foram muitos os desafios que tivemos que superar junto a um mercado que não parou de se reinventar. Fomos incansáveis na busca por novos talentos e novos formatos para alcançar os mais variados perfis e gostos musicais.

Como resultado, temos um catálogo de nomes que marcaram gerações e artistas que estão no auge de suas carreiras. Nossa playlist tenta traduzir um pouco dessa história”, comemora Sergio Affonso, presidente da WMB.

Histórico – Warner Music Brasil

Detentora de um poderoso catálogo internacional, que abrigou de expoentes do soul Ray Charles, Otis Redding e Aretha Franklin, do jazz John Coltrane e Modern Jazz Quartet, a mega estrelas do rock como Led Zeppelin, The Doors, Crosby, Stills Nash & Young, Eric Clapton, Yes, Genesis, Rush e Rolling Stones, a Warner Music Group abriu a filial brasileira em 1975 e, em 1977, lançou o primeiro disco de Gilberto Gil pela gravadora.

Para comandar a companhia no Brasil foi escolhido o experiente homem do disco André Midani – associado ao desenvolvimento de movimentos como a bossa nova e o tropicalismo.

Se a MPB tinha um papel importante nas investidas da Warner no país, a música pop também logo garantiu espaço. Nas primeiras contratações da gravadora, sob a batuta do produtor Marco Mazzola, estavam o roqueiro baiano Raul Seixas (para o LP “O Dia Em Que a Terra Parou”), as festeiras Frenéticas, da Banda Black Rio (que com a marca fez o influente álbum de estreia “Maria Fumaça”, cultuado no exterior) e o grupo A Cor do Som, herdeiro da síntese musical dos Novos Baianos – que seriam representados na Warner Music Brasil.

A combinação dos mais variados estilos da música produzida no país prosseguiu nos lançamentos seguintes. Totens do samba como Paulinho da Viola, Candeia e Dona Ivone Lara, estrelas da MPB como Elis Regina e Jorge Benjor, a cantriz Zezé Motta, consagrada no filme “Xica da Silva”, os ex-Novos Baianos em vôos solos, Pepeu Gomes e Baby Consuelo, assim como o ex-Secos & Molhados, Ney Matogrosso tiveram discos lançados pela companhia, que investiu ainda no violão virtuoso de Baden Powell, também como intérprete de suas próprias composições. Houve ainda espaço para o soul brasileiro, do indomável Tim Maia a Carlos Dafé e da militante Banda Black Rio a Sandra de Sá, o samblues de Luiz Melodia.

Os anos 1980 trouxeram uma explosão de rock’n’roll, impulsionada pela new wave que bateu nas praias brasileiras. E a Warner Music Brasil pegou um importante quinhão de artistas, descobertos pelos produtores Pena Schmidt e Liminha. De São Paulo, vieram Titãs, o Magazine de Kid Vinil, Ultraje a Rigor e Ira!. Do Rio, Lulu Santos (guitarrista do grupo de rock progressivo Vímana, reinventado como hitmaker da moderna surf music), Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens e o Barão Vermelho, na formação pós-Cazuza, liderada por Roberto Frejat, a partir do álbum “Rock’n Geral”.

Na década seguinte, a Warner incorporou a gravadora paulistana Continental/Chantecler, de amplo catálogo, da MPB ao sertanejo, e foi dada sequência à revelação de talentos multifacetados, como Oswaldo Montenegro, Zélia Duncan, Ed Motta, e Raimundos. Os anos de 1990 também vieram com o renascimento de duas figuras fundamentais do pop nacional: Jorge Ben Jor (com o sucesso avassalador de “W/Brasil”) e Tim Maia (que voltou à casa para um disco ao vivo).

O soul foi representado por Ed Motta e por Sandra de Sá, e a confluência de culturas negras – do Brasil, Jamaica, África e Inglaterra, todas num grande caldeirão – encontrou no grupo carioca O Rappa um poderoso meio de expressão.

O pop brasileiro do novo milênio foi de multiplicidade, o que se refletiu no catálogo da companhia de música na voz de Maria Rita, na romântica carreira solo do barão Frejat, no som do Detonautas Roque Clube e no pop de Kelly Key (que surgiu com o hit “Baba”). Aliás, Kelly daria o tom para a invasão feminina a partir dos anos 2010.

Na era das redes sociais e do streaming, após quatro décadas e meia, e atualmente sob a liderança de Sérgio Affonso, a Warner possui no cast Anitta e Ludmila, mais as novas reveladas Tiê e Iza, o pagodeiro Ferrugem e o MC Kevinho, entre outros. 


Sobre a Warner Music Group

Warner Music Group é um conglomerado multinacional dedicado à música e ao entretenimento. É formado por importantes selos internacionais, tais como: Asylum, Atlantic, Big Beat, Canvasback, East West, Elektra, Erato, FFRR, Fueled by Ramen, Nonesuch, Parlophone, Reprise, Rhino, Roadrunner, Sire, Spinnin’, Warner Records, Warner Classics e Warner Music Nashville, e ainda Warner Chappell, considerada uma das maiores editoras de músicas do mundo.

Com um amplo elenco de estrelas da atualidade e nomes lendários da cena musical mundial, a companhia atua no Brasil desde 1976. Através de importante selos brasileiros, como Continental e Chantecler, é detentora do catálogo de inúmeros e importantíssimos artistas nacionais.

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