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Warner Chappell: Diretor fala sobre reestruturação e negócios

Hitmaker firma parceria de administração de suas obras com a Warner Chapell
Marcel Klemm. Foto: Acervo Pessoal/Sérgio Zalis

Qual o papel de uma editora na trajetória de sucesso de uma música? Por que artistas como Bruno Cardoso (do Sorriso Maroto), Gaby Amarantos, Carlinhos Brown, Shylton Fernandes (autor do hit “Recairei”, sucesso na voz dos Barões da Pisadinha), Rodrigo Reys, Benicio Neto, Rafael Quadros, Vinny Miranda e Bivolt, escolheram fechar contrato com a mesma editora recentemente?

Todos esses artistas fazem parte do casting da Warner Chappell, uma das editoras mais antigas do mercado, com mais de 200 anos dedicados aos autores nacionais e internacionais. Sob nova direção, a empresa está passando por um momento de reestruturação baseado no olhar atento de Marcel Klemm, ex-gerente de produção musical na TV Globo, que está há 1 ano como diretor-geral da editora.

“Com a minha chegada a gente mudou algumas coisas do processos, estamos fazendo ajustes finos. A equipe é muito boa, então a gente viu alguns gaps que poderiam melhorar com relação ao processo e botou foco no que é importante”, revelou o executivo em entrevista ao POPline.Biz é Mundo da Música. O executivo também falou sobre o momento em que a empresa está passando, o olhar para o papel da editora no processo de sucesso de uma canção e os impactos da pandemia.

Importância de uma editora

O papel das editoras se tornou ainda mais importante em um cenário socioeconômico de incertezas como o atual, ocasionado pela pandemia do coronavírus. O papel de uma editora, de forma bem objetiva, é garantir que a criação dos compositores seja corretamente cadastrada, registrada, trackeada e remunerada.

“O nosso papel é ser a primeira linha de proteção ao compositor. A canção é o alicerce da nossa indústria, sem a canção não existiriam artistas, músicos, gravadoras… não existiria nada”, revela Klemm.

Para ele, a criação de uma composição é a pedra fundamental da indústria, e o papel da editora é justamente garantir a defesa desses direitos, seja desde a questão do copyright a monetização correta e eficaz. “Talvez essa seja a missão de uma editora: defender os direitos de seus compositores”, completa.

Com a sua chegada, há 1 ano, a Warner Chappell tem comemorado grandes conquistas e um crescente o casting de artistas. Quando questionado sobre como se dá essa busca por novos compositores, Marcel revela que acontece de forma ativa e passiva.

“Me arrisco a dizer que são as duas coisas. É óbvio que tem um trabalho proativo nosso de buscar o novo, apostar em novos autores e apostar neles. Mas, a partir do momento que você faz um bom trabalho, autores que a gente não procurou, naturalmente nos procuram. Então acontece das duas formas, tanto de forma ativa como de forma orgânica”, revela.

Busca por novos negócios

Marcel revela que a Warner não é uma editora que vive para tirar pedidos, eles possuem um trabalho de prospecção e fomento de oportunidades. Para explicar o seu posicionamento como gestor de uma das maiores editoras do mundo, o executivo parafraseia o cantor Frejat em sua colocação de que os “criadores têm o direito de viver do retorno financeiro da sua criação”.

“Não esperamos o telefone tocar, corremos atrás de oportunidades. Criamos camps para conectar compositores de diferentes estilos, enviamos músicas para diferentes artistas, fazemos ativação do catálogo junto às agências de publicidade, produtores de audiovisual para séries, filmes, novelas…Buscamos garantir que a geração de valor da canção seja maximizada e potencializada”, revela.

Sobre a pandemia, Marcel revela que a receita de execução pública com a ausência de shows, casas de festas, boates, música mecânica, foi impactada diretamente. O executivo conta que, “com a recessão econômica, eventualmente algumas rádios se tornam inadimplentes, param de pagar o Ecad, isso é uma realidade, isso aconteceu”.

Divulgação

O olhar ativo para o novo segue. Marcel acredita que todas as ferramentas de divulgação (incluindo TikTok, por exemplo) são importantes e ocupam um espaço diferente dentro de uma estratégia de comunicação. “Pode ser até romântico da minha parte, mas toda ferramenta que ajuda a divulgar do compositor e do artistas é válida. A gente lida com arte. Queremos que a arte alcance o maior número de pessoas. Não fazemos arte para ficar guardada na gavetinha”, diz.

Porém, o executivo revela que o papel de criar estratégias de divulgação estão mais ligadas ao trabalho de marketing do próprio artistas do que da editora no trabalho da canção. “É um trabalho que pode ocorrer a quatro mãos, editora-gravadora ou editora-integradora, mas tem muito mais a ver com a gravação fonográfica do que a própria edição”.

Para ele, o papel da editora é garantir que todos esses formatos sejam mapeados e regulamentados, e explica o importante papel da UBEM (União Brasileira de Editoras de Música) nesse processo:

“A UBEM tem uma parcela muito grande do mercado. Todas as majors e as demais editoras fazem parte da união. Ela faz essa curva dos coletivos com essas DSP (digital service provider). Todo utilizador de música no ambiente digital é um DSP – Google, Spotify, Amazon… o papel deles é criar acordos coletivos”, explica.

Ele revela que é muito mais fácil negociar com um órgão com a UBEM, do que negociar com cada editora. Dentro do acordo se estabelecem padrões mínimos de pagamento e regras, para que seja regulamentado, regularizado e monetizado, gerando valor e remuneração para o compositor e para o artista.

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