Com certeza você já ouviu falar no Metaverso. A teoria de múltiplas realidades paralelas virtuais ganhou ainda mais força nos últimos meses e vem se tornando cada vez mais rotineiro e real. Tanto que, no VMA 22, performances em realidades virtuais alternativas ganharam destaque e disputam uma categoria própria. Mas, como chegamos até aqui?
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A ideia de Metaverso, múltiplas realidades paralelas virtuais de grande imersão, não é algo novo: surgiu lá na década de 1980, com o livro “Snow Crash”. E apesar de estar sendo cada vez mais falada e explorada, a ideia dessas realidades virtuais e das experiências de uma espécie de “segunda vida” baseada na tecnologia também não é novidade, especialmente entre os gamers.
Para se ter uma ideia, os chamados “simuladores de vida”, como “The Sims” e “Second Life” já são bastante populares há pelo menos duas décadas.
Agora, com o avanço ainda maior da tecnologia, revelando novas experiências de realidade virtual e realidade aumentada, além da própria possibilidade mercadológica quase infinita de realidades paralelas criadas como bem entendemos, o Metaverso ganhou ainda mais força e interesse das empresas e do público e a indústria da música é uma das primeira a explorar esse novo terreno.
O Metaverso, a pandemia e a indústria da música
Talvez tenha sido a pandemia de Covid-19, que estourou em todo o mundo no primeiro trimestre de 2020, que forçou a população global e as empresas de tecnologias a pensarem e viverem em ambientes cada vez mais virtuais, dando um passo importante para a normalização do Metaverso.
Podemos até dizer que essas experiências virtuais, sejam profissionais ou pessoais, foram uma espécie de treinamento para o que está por vir nos próximos anos no campo das realidades virtuais; claro, a música vem como um dos segmentos pioneiros também nesse terreno ainda um tanto quanto desconhecido e inexplorado. Assim como em todas as mídias, como rádio, TV e internet, é a música que toma um dos primeiros passos no Metaverso.
A impossibilidade de fazer shows presenciais, por causa da pandemia, forçou os artistas a encontrarem outras alternativas de se conectarem com seus públicos e de, claro, ganhar um dinheiro enquanto o mundo estava parado. E é aí que as realidades virtuais paralelas do Metaverso entram como um ambiente perfeito para essas novas experiências musicais.
Os shows virtuais nos games
Mundos virtuais e paralelos, como citados acima, não são novidades para os gamers. Com a tecnologia ainda mais avançada, a vivência virtual nessas plataformas está ainda mais imersiva e próxima da realidade. Por isso, foram nos games que a indústria da música encontrou a plataforma perfeita para vencer a pandemia e voltar a se conectar com o público.
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Games como “Fortnite”, “PUBG”, “Roblox”, “Minecraft” e “Free Fire”, todos online, receberam vários artistas para eventos musicais imersivos e interativos, com vários deles, inclusive, concorrendo na nova categoria do VMA 22: Melhor Performance no Metaverso.
Avatares dos artistas são utilizados e, com a tecnologia, a possibilidade criativa de um show no Metaverso é, literalmente, infinita. Efeitos visuais, mudanças de cenários e figurinos. Enfim, tudo se torna ainda mais grandioso nas realidades paralelas.
Artistas virtuais, músicas reais
Com o avanço tecnológico, surgem também artistas totalmente virtuais ou híbridos e mesmo que isso possa parecer novidade, já há algum tempo a música também é apresentada no Metaverso e até mesmo no mundo real por artistas virtuais. Games como a franquia “Splatoon”, da Nintendo, explora bastante seus personagens como cantores ou em bandas, com músicas lançadas tanto no jogo como também no mundo real.
Entretanto, talvez, a primeira artista totalmente virtual do mundo real seja a japonesa Hatsune Miko, que utiliza a tecnologia de sintetização de canto chamada Vocaloid. Hatsune foi, inclusive, a atração de abertura da turnê “ArtRave: The Artpop Ball”, de Lady Gaga.
Mais recentemente, o popular game “League of Legends” também lançou seu grupo totalmente virtual para o mundo real: o K/DA. Com avatares baseados em quatro dos personagens de “LoL”, o K/DA já lançou até mesmo um álbum, com participações de vários artistas do mundo real e que chegou a entrar na Billboard 200, a principal parada de discos dos Estados Unidos.
O Gorillaz também é um ótimo exemplo de avatares utilizados como artistas de músicas lançadas no mundo real. Quem lembra? Já o grupo sul-coreano aespa é outro que também utiliza do Metaverso como seu terreno de atuação. O grupo foi apresentado como um símbolo para “encontrar um outro eu” e “experimentar um outro mundo” e as quatro meninas do grupo possuem tanto suas versões reais como versões em avatares para realidades virtuais.
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O futuro é híbrido?
A tecnologia segue avançando rapidamente e as realidades virtuais paralelas vão se tornando cada vez mais reais, cada vez mais imersivas. Novas tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada transporta o ser humano com todas suas emoções e sensações para mundos criados a dedo, para experiências grandiosas e que normalmente não aconteceriam no mundo real. Ou aconteceriam?
Para a música, o Metaverso é um ótimo terreno para explorar ainda mais a conexão com o público e atingir ainda mais pessoas. Enquanto as empresas de tecnologia tentam entender como abordar todas as possibilidades do Metaverso, a indústria da música parece que já sabe bem o que fazer.
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