Argumento principal no ecossistema digital: números. Principalmente, tratando-se das visualizações de clipes no YouTube. Mas, será que analisando apenas esse fator, podemos considerar que quanto mais visualizações um single possuir, ele será considerado um hit?
Indo na contramão dessa análise principal, o Mundo da Música observou alguns aspectos que interferem na característica de um hit.
E que, nem sempre, milhares de visualizações significam que um single atingiu o patamar de sucesso.
Vejam abaixo os 5 motivos principais de reflexão desse processo:
1- Artistas com Grande Base de Fãs
Naturalmente, artistas que possuem uma grande base de fãs nas Redes Sociais são os primeiros envolvidos com o conteúdo divulgado pelo artista.
Logo, são eles quem garantem boa parte das visualizações de um vídeo, motivados pela divulgação do artista.
Os fãs de Taylor Swift, por exemplo, são conhecidos pelo engajamento com os lançamentos da artista. Apenas no Instagram a cantora possui mais de 118 milhões de seguidores.
Seu recente single “Me” em parceria com o cantor Bredon Urie da banda Panic! At the Disco lançado no final do mês de abril, possui atualmente 203 milhões de visualizações no YouTube.
2- Publicidade – Patrocínio de um clipe como publicidade de abertura de outros vídeos dentro da própria plataforma do YouTube
Em 2017, o cantor Luan Santana usou a estratégia de tornar criar publicidade no seu próprio clipe. Falamos no período sobre esse evento aqui no MM, clique aqui para rever.
Com isso, os usuários ao acessarem outros vídeos viam trechos do seu clipe como forma de anúncio e a depender do período assistido, esse tempo contava como uma visualização.
A estratégia deu certo e o clipe ‘Check-in’ de Luan Santana foi, naquele ano, o clipe brasileiro com o maior número de visualizações nas primeiras 24 horas de lançamento.
Luan é um artista com um grande engajamento com seus fãs e o clipe que possui atualmente 27 milhões de visualizações está distante da sua média de views para músicas mais conhecidas na sua trajetória, como ‘Acordando o Prédio’ (261 milhões de visualizações).
3- Compra de Views
Um dos grandes vilões perseguidos pela gestão do YouTube e muito discutido na indústria musical são as compras de views.
A empresa relata que tem trabalhado para evitar que esse tipo de manipulação aconteça, mas, ainda não é algo fácil de inibir.
Com isso, alguns artistas acabam optando por essa estratégia para tentar impulsionar um single, mas, que geralmente não alcançam o patamar de ‘hit.
4- Clipe em canais divulgadores com grande quantidade de inscritos
Geralmente clipes em canais como Kondzilla, que possuem milhões de inscritos e acabam funcionando como distribuidores de conteúdo audiovisual eles atraem visualizações pelos inscritos no canal.
Porém, esses números também não são garantia de um single ser considerado um hit. A popularidade desses canais cresceu com a possibilidade de falar diretamente com um público consumidor de Funk, por exemplo, mas, falamos recentemente aqui no MM que ultimamente esse modelo vem apresentando queda.
Veja abaixo a imagem do canal do Kondzilla com a apresentação dos últimos 21 clipes lançados que possuem, em média, um pouco mais de 200 mil visualizações para cada vídeo pelos inscritos do canal:
5- Ausência de Crossover
‘Crossover’ é um termo utilizado para falar em cruzamento de desempenhos digitais ou de uma transição.
Falando sobre o desempenho de um clipe no YouTube, com os pontos anteriores conseguimos provar que apenas o desempenho no YouTube não é uma garantia que o single torne-se hit.
O ‘Crossover’ seria então a regularidade de desempenho em todas as plataformas: streaming (YouTube, Spotify, Deezer, etc); rádios; divulgação online, entrevistas; entre outros.
Não há uma fórmula clara para a definição de um sucesso musical que é sempre eleito pelo público consumidor.
E mesmo com os impulsionamentos, o público que faz com que a música torne-se um hit e seja muito executada.
Com isso, as visualizações são importantes, mas, não apenas o único fator importante de análise e argumento para um artista e sua equipe.