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Valesca defende MC Pipokinha de ataques machistas da imprensa e público

“Uma mulher livre, falando sobre sexo, ainda é algo que choca muito as pessoas”, sintetiza a funkeira

Foto: @_brunini // YouTube (captura)

Na última quarta-feira (18), Gloria Groove lançou “Proibidona“, uma parceria com Anitta e com Valesca Popozuda – para quem a drag queen presta uma homenagem na canção. Se um dia a guardiã da Gaiola das Popozudas foi vista com preconceito por algumas camadas moralistas da sociedade, hoje ela é tida como precursora do movimento de mulheres no protagonismo do funk.

Foto: Van Campos / AgNews

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Após duas décadas de sucesso, Valesca continua divulgando novas músicas e abrindo caminhos para que revelações da música urbana expressarem os seus desejos e ambições geracionais. Em entrevista ao POPline, a veterana saiu em defesa de MC Pipokinha, após comentários com críticas à postura e letras da “Rainha da P*taria” surgirem aos montes em uma publicação feita no Instagram do portal.

Sexy, vulgar e com 1 milhão de ouvintes: Mc Pipokinha é a revelação feminina do funk

Valesca traçou um paralelo entre os ataques direcionados à Pipokinha e o que viveu no auge da Gaiola das Popozudas. “Acredito que os tempos mudaram e as mulheres tem muito mais poder e espaço hoje em dia do que quando eu comecei minha carreira, mas o machismo ainda é muito presente e o sexo segue sendo tabu enorme”, explicou Valesca.

“Uma mulher livre, falando sobre sexo, ainda é algo que choca muito as pessoas”, continuou a Popozuda – que acaba de lançar “Popo Girando“, uma parceria com Psirico e Mousik.

Apesar do posicionamento, a cantora avalia uma mudança no público que consumia músicas do gênero. “Na época da Gaiola, os shows eram para um público quase 100% masculino. As mulheres não consumiam outras mulheres falando sobre sexo de uma forma tão aberta”, ressalta.

“Hoje, a realidade mudou. Sinto um apoio feminino muito grande, não só para mim, como para outras colegas do funk”, explica Valesca. “O caso da Pipokinha é um exemplo do longo caminho que ainda temos pela frente“, analisa a veterana.

A história das mulheres no funk está diretamente associada à quebra de barreiras e preconceitos. A homenagem em “Proibidona“, que também se estende ao importante papel que Anitta teve para gerações seguintes, é a síntese desse movimento.

“Começamos na Furacão 2000, todo mundo correndo atrás pra conquistar espaço… e aí passa um filme na cabeça, né?! “Beijinho No Ombro” e “Show Das Poderosas” estouraram na mesma época. Nós duas [Valesca e Anitta] fomos vítimas desses ataques, mas não abaixamos a cabeça e usamos nossa liberdade e coragem para fazer mais e mais músicas. Tanto que estamos aí, com “PROIBIDONA”, que é tudo de bom”

Foto: YouTube (Captura)

Valesca Popozuda ainda deixou uma mensagem de inspiração para MC Pipokinha, que vem chamando a atenção por suas apresentações sensuais e explícitas.

“Pipokinha, meu amor, ignora esses comentários. Uma mulher livre assim como você sempre assusta e choca a sociedade. Não desista! Se eu tivesse desistido, não estaria hoje sendo PROIBIDONA para todo o Brasil”, finalizou a lenda do funk.