A família Belfort tem três objetivos claros em mente com o lançamento da série documental de quatro episódios “Volta Priscila” no Disney+ na quarta (25/9). Ao revirar o caso de Priscila Belfort, desaparecida no Rio de Janeiro há 20 anos sem nenhuma pista de seu paradeiro, eles esperam conseguir novas pistas, além de apresentá-la para os sobrinhos que nunca a conheceram e conseguir mudanças nas investigações de desaparecidos no Brasil.
“Eu sempre falo: alguém sabe o que aconteceu. Ela não foi abduzida. Alguém sabe. Pelo menos uma pessoa eu tenho certeza que sabe. A expectativa é que, como já passou muito tempo, um vizinho, um amigo, um parente fale. ‘Agora eu posso falar, tenho mais segurança para falar, porque se passaram 20 anos'”, diz Jovita Belfort, a mãe de Priscila.
Leia mais:
- “Volta Priscila”: Vitor Belfort critica polícia na investigação do desaparecimento da irmã
- “Volta Priscila”: documentário sobre desaparecimento estreia nesta semana
- Descubra o “true crime” que cada serviço de streaming lançará
Ela também se ressente que os netos, filhos do ex-lutador Vitor Belfort com Joana Prado, não conheçam a tia. O documentário trará gravações caseiras inéditas de Priscila, em que eles poderão conhecê-la por sua própria boca. “Vitor e Priscila eram quase irmãos gêmeos, apesar de ela ser um pouco mais velhas. Mas eles eram inseparáveis. Quero muito que meus netos conheçam essa tia: a voz, a cara, a amizade deles”, conta Jovita.
“Eles sabem do caso. Mas uma coisa é saber, outra coisa é você conhecer a Priscila. Eu queria que eles vivenciassem quem é Priscila”, completa.
Alerta Pri na ajuda de desaparecidos
Com o documentário, a família também espera resgatar e expandir o sistema “Alerta Pri”, que funcionou por três meses no Rio de Janeiro e foi descontinuado por causa dos custos operacionais. Inspirado no “Amber Alert”, esse alerta envia um sms para os celulares de todo mundo assim que uma criança ou adolescente desaparece. Enquanto esteve em uso, ajudou 99% dos casos a serem solucionados.
“Quando a Priscila desapareceu, tive que ir a São Paulo, porque não existia nada, absolutamente nada no Rio de Janeiro sobre desaparecimento”, lembra Jovita. A primeira delegacia especializada em casos de desaparecidos só foi criada na cidade dez anos depois. “São 80 mil pessoas que desaparecem por ano no Brasil, sendo que a metade é de crianças e adolescentes. Isso é um desespero para uma mãe”, pontua Jovita.
Crítico da investigação policial conduzida na época, Vitor Belfort também busca que o caso da irmã seja reaberto e transferido para a delegacia especializada em desaparecimentos. Em 2004, o caso foi conduzido pela delegacia de sequestros, mesmo sem nenhum pedido de resgate.