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“Toy”, o disco perdido de David Bowie, finalmente será lançado

Álbum traz regravações de músicas originalmente lançadas (sem sucesso) pelo cantor antes da fama

Foto: Nina Schultz

Antes de David Bowie atingir o sucesso com “Space Oddity” em 1969, ele passou anos à margem da indústria fonográfica do Reino Unido, produzindo canções como “I Dig Everything”, “Silly Boy Blue” e “Liza Jane” que falharam nos charts e não causaram qualquer impacto junto ao público. Essas canções foram completamente excluídas dos shows após o estrelato de “Ziggy Stardust”. Desde então, apenas seus fãs mais fervorosos curtiam o trabalho dos primeiros anos.

Mas em 2000, Bowie regravou várias faixas para um álbum intitulado “Toy“, que foi arquivado quando ele deixou a Virgin em 2001. Vinte anos depois, o álbum verá a luz do dia – junto com dois discos de outtakes das sessões – no box set “David Bowie 5. Brilliant Adventure (1992 – 2001)“, que também incluirá edições remasterizadas de “Black Tie White Noise“, “The Buddha of Suburbia“, “Outside“, “Earthling” e “hours…“, além do álbum ao vivo “BBC Radio Theatre, London, June 27th, 2000” e a coleção de raridades “Re: Call 5“. A caixa chega às lojas em 26 de novembro como um conjunto de sete CDs, um box com 18 vinis ou download digital.

As raízes de “Toy” remontam aos ensaios para o show “VH1 Storytellers“, feito na metade de 1999, quando ele ressuscitou seu single de 1965 “Can’t Help Thinking About Me” para uma história sobre seus primeiros dias na cena musical pop britânica com Steve Marriott do grupo Small Faces.

Ele não tocava a música há mais de 30 anos e abertamente se intimidou com algumas partes da letra (“as piores falas que eu já escrevi“, disse Bowie no programa). Mas ele amou o novo arranjo e a música permaneceu no setlist da turnê europeia de 1999. “Joe Elliott, do Def Leppard, estava em um show em Dublin e ele era um grande fã. Ele veio nos bastidores e ficou entusiasmado com aquela música. E disse que ele deveria resgatar mais músicas desta época”, disse o líder da banda de Bowie, Mark Plati.

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Quando Bowie tocou no festival Glastonbury, ele já estava pensando neste álbum. “Eu odeio desperdiçar a energia de uma banda afiada pelo show, então perguntei a todos se eles gostariam de fazer um álbum imediatamente quando voltássemos para Nova York. Então reuni algumas músicas de um período incomum e reservei um tempo em um estúdio”, ele escreveu aos fãs em junho de 2000.

Na quarta-feira passada (22), o espólio do cantor lançou uma versão oficial da faixa “You’ve Got a Habit of Leaving”, que faz parte da tracklist de “Toy“:

As versões originais de canções como “Karma Man”, “Hole In The Ground”, “I Dig Everything” e “Baby Loves That Way” foram gravadas ao longo de vários anos com uma grande variedade de músicos e produtores. Os novos arranjos feitos para o projeto “Toy” deram a elas um som coeso e moderno.

“Se minha memória não me falha, não passamos muito tempo ouvindo as coisas antigas. Acho que a única vez que ouvimos este material foi quando Bowie levou para o estúdio. Eu nem ouvi as gravações antigas. Eu pensei: ‘Se quisermos fazer isso algo novo, não posso ter o antigo preso na minha cabeça’”, disse o guitarrista Earl Slick à Rolling Stone.

As sessões para “Toy” vieram depois de uma década desafiadora para Bowie, onde ele lutou para encontrar seu lugar na música moderna. Mas o set de Glastonbury e a resposta da crítica a “hours…” transformaram a narrativa e Bowie, de repente, se tornou um venerado artista atemporal. E não um desbotado cantor dos anos 1970.