“Tinha 6 anos e estava pronto para matar alguém”, revela Emicida sobre a infância
“Minha mãe ensinou gente a esquentar óleo na panela, deixar ferver e, se alguém invadisse a casa, a gente jogava na cara da pessoa”, relembra Emicida da infância na periferia de São Paulo
Emicida relembra da infância na periferia de São Paulo. Foto: Divulgação
Em entrevista ao “Programa do Porchat”, na quarta-feira, (10), Emicida revelou que por morar em uma área de grande vulnerabilidade social, como sua mãe trabalhava em dois empregos e estudava, ela ensinou os filhos a se defenderem de perigos. “Como ela voltava no meio da madrugada, vagabundo sabia que não tinha adulto na casa e forçava a porta para invadir o barraco. Ela ensinou a gente a esquentar óleo na panela, deixar ferver e, se alguém invadisse, a gente jogava na cara da pessoa. O bagulho mais louco é que eu tinha 6 anos e estava pronto para matar alguém”, disse o músico que lançou o single “Inácio da Catingueira”.
Ao relembrar do passado, Emicida conta que trabalha desde os 7 anos e por isso não concorda com o discurso de meritocracia. “Tenho aversão à meritocracia resolver as coisas. A gente vem de um contexto bastante diferente. Existem pessoas que são pobres, existem pessoas que são pobres e não têm a família. Cada uma dessas diferenças precisa de compensações para que a gente fale sobre mérito. Eu estava em um contexto que poderia ter um final trágico”, salienta o músico.
Por conta da sua vivência, Emicida entrega que que precisou se acostumar com o assédio dos fãs no início da carreira. “Os primeiros fãs pagaram os pecados deles comigo. Imagina pessoas seguindo você, eu achava que era um acerto de contas. Uma vez o cara veio num carro filmado, com dois dedinhos do vidro aberto, até ele falar ‘sou seu fã’, eu já estava assim”.