O brasileiro Tico Santa Cruz é um crítico ferrenho da prática de Meet & Greet – e voltou a falar sobre o assunto com a passagem do Justin Bieber pelo Brasil. Indignado com o preço que os fãs tiveram que pagar (R$ 2,8 mil) e o tratamento que receberam no camarim do canadense (veja aqui), ele escreveu um post sobre a “mercantilização do afeto” no Facebook. “Aquele que gosta do seu trabalho deixou de ser alguém que nutre algum sentimento por ti e passou a ser uma potencial fonte de renda”, escreveu. “Esses artistas que adotaram tal prática resolveram dar preços a coisas que não tem preço. E, como as gerações mudam e os costumes também, centenas de milhares de pessoas passaram a pagar para receber alguma atenção”.
Fotos, meia dúzia de palavras, abraços e beijos, para o roqueiro, não têm preço. Mas, na verdade, dependendo do artista, até abraços e beijos são proibidos no camarim. É o bordão “no kiss, no hug” dito pelos seguranças. Em seu manifesto, Tico continua: “Não parece saudável associar respeito e consideração a valores financeiros. No entanto… na sociedade atual, a mercantilização do afeto parece ser algo aceitável. Pensem como quiser”.
Encerrando o texto, que ganhou muitas curtidas e compartilhamentos, Tico Santa Cruz diz que ficaria constrangido se aderisse ao Meet & Greet pago. E se sentiria da mesma maneira se um filho seu pedisse dinheiro para comprar um abraço do ídolo. “Se vocês jovens acham justo pagar para ter algo que não se vende… comprem sem medo. Mas lembrem-se… Num mundo onde tudo se vende – nada se vale”.