Representantes masculinos do pop nacional, os cantores Tiago Iorc, Jão, Silva e Thiago Pantaleão já servem de inspiração para personagens literários. Os três artistas são referências declaradas do autor Vinícius Grossos na criação dos personagens centrais de seu novo romance, “Uma Canção de Amor e Ódio”. Detalhe importante: o livro conta com cenas de sexo explícitas.
Na prateleira de young adult do segmento LGBTQIAPN+, “Uma Canção de Amor e Ódio” conta a história de dois cantores pop que alimentam uma rivalidade tanto pessoal quanto mercadológica, até que são obrigados pela gravadora a comporem e gravarem uma música juntos. Ao se aproximarem, acabam se apaixonando. Ben é bissexual, ousado e polêmico. Já Theo é gay, tranquilo, exemplo de bom moço e, por contrato, é obrigado a esconder sua sexualidade do público.
“Para pensar no Ben, que é um artista negro, assumidamente bissexual, eu senti que sua música precisava refletir sua coragem. Quando penso nele, lembro do Lil Nas X, do Thiago Pantaleão, no Troye Sivan. Ele tem atitude, sabe? Na música e fora dela também. Agora quando vamos falar do Theo, ele é brisa, sabe? Enquanto Ben é furacão. Quando penso no Theodoro, eu sinto que ele faria algo que Tiago Iorc faria… Bem na sonoridade do Jão, do Silva… Um pop com MPB, com muito foco na composição, no sentimento”, Vinícius Grossos conta ao POPline.
Livro conta com cenas quentes entre os personagens
No Instagram, Vinícius brincou que seu livro “Feitos de Sol” (2018) traz “gay tristes”, seu livro “A Matemática do Amor” (2016) traz “gays fofos”, e “Uma Canção de Amor e Ódio” é sobre gays safados. Desta vez, ele queria escrever cenas de sexo com riqueza de detalhes. “Os personagens têm por volta dos vinte anos. Eles são interessantes, atraentes… Pensei: por que, não?”, comenta.
“Há tantos livros com cenas eróticas entre homens sendo escritos por mulheres heterossexuais. Eu sou um homem gay, que gosta de transar com homens. Quero dizer… Eu senti que saberia escrever bem uma cena de sexo, que não fosse romantizada, ou fantasiada, ou fetichizada, e que eu, como leitor, me identificaria mais. Que fosse uma cena de atração, desejo… de sexo, puramente falando. Fazer amor é legal. Mas fazer sexo é bom pra caramba também! Por isso eu não quis romantizar. O sexo ali é direto, é tesão puro. E é narrado como um jovem de vinte anos narraria, talvez. E posso te confessar algo? Eu adorei! Eu me sentia excitado enquanto escrevia e ia imaginando as cenas. Espero poder brincar com a imaginação dos leitores também!”, conta Vinícius.
O resultado são trechos como “como meu pau pressiona tanto a minha cueca que está quase forçando sua saída na marra” e “a cabeça do pau de Theodoro pulsa na minha garganta, o que me faz engasgar e tirá-lo rapidamente”. O livro já está à venda na Internet e nas livrarias.