É possível que você associe a imagem de Thalles Cabral à novela “Amor à Vida” (Globo, 2013), quando o ator deu vida à Jonathan, filho do vilão e homossexual Félix, protagonizado brilhantemente por Mateus Solano. Mas além de carreira na TV e no cinema, o jovem de 25 anos também se dedica à música e lançou em 2017 o álbum “Utopia”. O quarto single deste trabalho acaba de ganhar um videoclipe que merece atenção: “Olivia” é protagonizado pela atriz, cantora, dançarina, compositora e mulher trans, Danna Lisboa. Com cenas fortes, o clipe questiona a vida espetacularizada e inferiorizada, assim como o cotidiano violento de quem sofre a transfobia na pele.
“Não falar sobre isso seria uma decisão muito fácil para mim, para evitar polêmica e outras questões. Mas não é como eu me relaciono com a arte. Sei dos meus privilégios e quero usar esse espaço pra falar de coisas importantes”, explica Thalles. “Não é um problema que deve ser lidado apenas pelas pessoas trans, é um problema de todos nós enquanto cidadãos. Deveríamos nos sentir envergonhados de viver em uma sociedade onde isso acontece com tanta frequência e com números tão significativos. É inadmissível”, completa.
Segundo levantamento feito pela ONG Transgender Europe, o Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos de mulheres travestis, mulheres transexuais e homens trans. Falar sobre o assunto é o primeiro passo para contribuir com a visibilidade da causa na sociedade atual. Por conta disto, “Olivia” traz como tema principal a liberdade, assim como todos os clipes lançados anteriormente. “Falo da distopia como uma trajetória para chegar na utopia. E nessa realidade em que vivemos no país, a utopia virou o mínimo de dignidade. As coisas vão tão mal que estamos nos contentando com o básico, que está longe de ser utópico”, explica Thalles.
A religião é utilizada como instrumento para controlar e impor princípios sobre outras vidas e violências cotidianas causadas pela intolerância. O mandamento “Ame o seu próximo como a si mesmo” é facilmente refutado quando o próximo é qualquer pessoa que não se adequa aos padrões do que se espera. “A premissa do clipe surgiu depois de ter assistido a um vídeo em que uma travesti era agredida na rua por alguns homens. Muitas pessoas assistiam a cena sem fazer absolutamente nada para ajudar. Neste clipe falamos de violência, ódio e intolerância, mas também falamos sobre amor e afeto. Que eu acredito que seja a única forma de combater o ódio”, afirma o cantor.
Danna, que foi parte fundamental em toda a elaboração e produção de “Olivia”, relata que o clipe é uma representação bem verdadeira da vida real. “Passar pelo o que eu passei faz com que o clipe seja muito mais realidade do que ficção. Pra mim, é muito importante trazer essa representatividade e dar voz a essa parcela da sociedade que vai se identificar com os vários tipos de violência que o clipe mostra”, conta Danna. “Falar sobre isso é responsabilidade de todo mundo, é uma luta de todos nós. Amor e afeto ao próximo vão muito além de religião”, completa.
O cantor se apresenta em São Paulo, dia 27 de abril, no Z Largo da Batata com participação de Danna, Geo e Ana Larousse, além da abertura de Dani Vellocet.
SERVIÇO:
Data: 27/04
Horário: 20h
Local: Z – Largo da Batata (Av. Brigadeiro Faria Lima, 724, Pinheiros, São Paulo/SP)
Horários:
20h – Portas
22h – Abertura: Dani Vellocet
23h – Show: Thalles (part. Geo e Ana Larousse)
01h – DJ set: Geo & Dani Vellocet
INGRESSOS:
1º Lote – R$40 inteira / R$20 meia
2º Lote – R$50 inteira / R$25 meia
VENDAS: https://www.ingresse.com/thalles-ingressos-z
Bilheteria do Cine Joia – Praça Carlos Gomes, 82 (seg a sex | 10h às 14h e 15h às 18h).
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 16 anos
Telefone: (11) 2936-0934
Formas de pagamento: Cartões de crédito e débito: Elo, Visa, Mastercard, Diners e American Express (não aceitamos cheques)
Chapelaria: R$4,00
Capacidade: 250 pessoas
Possui área de fumantes e acesso a pessoas com deficiência.