Finalmente está entre nós o novo álbum do Terno Rei. “Gêmeos” chegou às plataformas digitais às 21 horas desta quarta-feira (9), via Balaclava Records, com um total de 12 faixas e muita nostalgia. Abusando de uma sonoridade característica do início dos anos 2000, a banda paulista entrega um trabalho que faz justiça ao seu elogiado antecessor, o disco “Violeta” (2019).
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O quarto álbum de estúdio do Terno Rei foi produzido durante a pandemia do COVID-19 e gravado em Curitiba, no Nico’s Studio, com mixagem e masterização por Nico Braganholo, produzido por Amadeus De Marchi, Gustavo Schirmer e Janluska.
Encabeçado pelo single “Dias da Juventude”, “Gêmeos” vem para sacramentar o lugar de destaque do Terno Rei na cena musical brasileira, alcançado pelo grupo com o disco anterior, o elogiado “Violeta”. Em entrevista ao ROCKline, a banda falou sobre a pressão por fazer um novo projeto a altura do de 2019:
“A gente teve essa pressão, que é super natural, e acho que isso acabou refletindo no jeito que a gente produziu tudo, com um pouco mais de cuidado. Tanto que demorou mais, o processo foi mais moroso, uma coisa mais bem pensada. O ‘Violeta’ foi um trabalho assim: a gente tinha 11 músicas e gravamos 10. Já neste caso [o ‘Gêmeos’], a gente fez 30 ideias para escolher as melhores, sendo 13 que a gente gravou e 12 que foram para o disco. Mas com certeza a pressão é maior. No ‘Violeta’ a gente não tinha um público muito grande, então a gente podia fazer o que a gente queria. Hoje a gente ainda pode fazer o que quer, mas a pressão é muito maior, aumenta o cuidado,” comentou Luis, baterista do grupo.
Gêmeos – o título e o signo
O título do novo álbum do Terno Rei é sugestivo. A ambiguidade do controverso signo do zodíaco faz parte do enredo de “Gêmeos”. O disco, que vem recheado de sensações, em especial nostalgia, saudades e melancolia, nasceu com o sol em peixes, mas podia bem ser geminiano, dado a sua pluralidade de sentimentos.
Ale Sater, vocalista da banda, explicou a escolha do título:
“Quisemos usar um signo que é meio controverso, tem uma galera que não gosta, e a gente achou isso interessante, como uma provocação amigável. Além disso, acho que nas letras toca-se muito nos temas de amizade e nostalgia. Sempre falo que é como aquela sensação do amigo que você tinha com 16, 15 anos, que você contava tudo e se sentia muito confortável ao lado dele; aquela sensação de ser quase gêmeos, que é mais ou menos o que a gente vive como banda, pois estamos juntos há 12 anos. Quando eu falo essa palavra também sinto várias coisas, ela tem uma ambiguidade bem interessante.”
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Sonoridade
O single abre-alas de “Gêmeos”, “Dias da Juventude”, tem um quê de música carimbada na programação da MTV Brasil no início dos anos 2000. A faixa até lembra a estética de grupos desta época, como o Gram, por exemplo. A busca por essa sonoridade nostálgica foi ao mesmo tempo natrual e intencional, como explicaram os guitarristas Bruno Paschoal e Greg Maya:
“Eu acho que foi uma coisa da pandemia, né? Pelo menos eu voltei a ouvir muito – até antes já estava ouvindo – esse tipo de som e essas bandas do começo dos anos 2000. Então acho que foi bem natural,” disse Bruno.
Greg complementou:
“A gente adora essa estética e a gente quis arriscar. A gente também viu que tava rolando na gringa esse movimento de anos 2000 e a gente quis dar essa surfadinha na onda também.”
O baterista, Luis, ainda confessou que o Terno Rei tinha uma playlist recheada com sons do final dos anos 1990 e início dos anos 2000, que serviu como uma influência direta para o álbum, seja nas composições, gravações e estética.
A faixa “Difícil”, por exemplo, traz um pouco do som do Interpol nos álbuns “Turn On The Bright Lights” e “Antics”. Esse foi um dos grupos destacados pelo Terno Rei em entrevista ao ROCKline, onde eles ainda mencionaram o Joy Division, o Molchat Doma e toda a cena pós-punk como referência.
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Gêmeos: faixas destacadas pelo ROCKline
Das 12 faixas do álbum “Gêmeos”, destacamos aqui as nossas favoritas:
- Difícil
- Trailers
- Brutal