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Termômetro de Verão: Shakira – Whenever, Wherever


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Depois de conquistar completamente o mercado latino e se tornar o maior nome feminino que sua terra natal, a Colômbia, já inseriu na música em todos os tempos, Shakira logo no começo do século XXI, resolveu alçar voos mais altos e tentar a sorte no mercado mais cobiçado do planeta: o mercado do hemisfério norte.

Uma coisa era óbvia: mesmo com todo o talento artístico que ela sempre demonstrou ter, seja como cantora ou como compositora e produtora, Shakira precisaria, enfim, aprender a cantar em inglês. Isso, diga-se de passagem, a artista fez e faz até hoje com maestria.

O grande ponto, entretanto, é ver em que a colombiana, na época com apenas 24 anos, resolveu se transformar para adentrar no mercado americano. Em seu debut na América, Shakira se apresentou como uma artista loira, ainda mais rebolativa que seu habitual, explorando de forma pesada e industrial sua sexualidade em toda e qualquer aparição pública que fizesse naquele momento. É fácil dizer que, então, para aqueles que não a conheciam de maneira real, a artista poderia ser facilmente amontoada na mesma prateleira de cantoras pop daquele momento como Jessica Simpson e Britney Spears. Para quem já a conhecia, entretanto, ficava o pesar por saber faticamente que Shakira era mais. Muito mais.

“Whenever, Wherever” é uma canção com uma produção considerável e percussão interessante. Entretanto, é, sem sombra de dúvidas, uma das composições mais ordinárias da história da música global. É difícil entender como um nome detentor de uma discografia como a de Shakira se pôs a entoar versos com dizeres como “Sorte que meus seios são pequenos, assim você não os confunde com montanhas”. O mais desagradável é saber que tais versos são assinados pela própria cantora, em parceria com Glória Stefan e Tim Mitchell. Sim, foram necessárias 3 pessoas para compor essa pérola.

Se o objetivo final de Shakira e sua gravadora era o mercadológico (e tudo indica que sim), “Whenever, Wherever” é um êxito inquestionável: Shakira foi alçada ao grande público americano e europeu, consolidando-se posteriormente com outros hits e, enfim, sendo conhecida não apenas como a latina com um ventre diferenciado, mas também, de uma forma ou de outra, como a artista que é. Um começo questionável com um final inquestionavelmente positivo.

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Shakira quando ainda era uma cantora que vivia apenas da música, não do corpo.