O clássico lema da garota boazinha e descolada que chutou o balde.
Ao longo de sua carreira, Avril Lavigne já foi de tudo um pouco: ídolo dos pseudo-revoltados com “Complicated”, ídolo dos indigentes com “Nobody’s home”, ídolo Pré-adolescente com “Girlfriend” e ídolo de ninguém com “Alice”.
Fato é que a cantora vem tentando, desde 2009, lançar seu novo álbum, sendo impedida por sua gravadora, que considerava o conteúdo do material um suicídio comercial. Eis que a obediente canadense agiu como sempre em toda sua carreira: fez exatamente o que seus produtores ordenaram: gravou uma bala comercial.
Nasce então “What The Hell”, uma versão ainda mais teen de um dos maiores hits de sua carreira, “Girlfriend”. A canção é sim bem produzida. A letra, porém, é baseada na mesma história que vemos em 9 a cada 10 singles de cantoras do gênero rock infantil: o clássico lema da garota boazinha e descolada que chutou o balde e agora vai barbarizar o mundo com toda sua atitude moderna.
Mesmo com todo o clichê do single, é inegável seu potencial comercial. E muito embora tenha existido, de início, uma baixíssima receptividade da canção nas rádios americanas, “What The Hell” teria tudo para ser sucesso de execuções. Mas o que teria feito a canção de Avril Lavigne não impactar os charts nesse começo de ano? Qual o porquê da recepção pouco calorosa do público e dos programadores de playlists das rádios mundiais?
A explicação mais plausível seria a avalanche de sangue novo no mercado. O público clama por novidades. Katy Perry, Rihanna, Ke$ha, Lady GaGa e toda essa nova safra de cantoras pop fazem com que os nomes que reinavam nos charts há alguns anos como Christina Aguilera, Avril Lavigne e Ciara tenham uma imagem ultrapassada e fadadas ao desuso. São raros os casos de artistas que conseguem sobreviver à marca do tempo.
Avril Lavigne pode tirar uma lição com seus resultados atuais: é preciso de mais do que apenas ensaios sensuais e uma imagem de patricinha de brechó para conseguir se destacar no mercado atual. Quem sabe da próxima ela não tenta um vestido de carne?