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Tate McRae é a salvação do pop ou somos nós que precisamos abrir os olhos (e ouvidos)?

Tate McRae. (Foto: RCA Records)

Que a Tate McRae é talentosa e entregou “Greedy”, um dos maiores hits do semestre, não podemos negar. Mas cá entre nós, o que difere o trabalho da novata de outros artistas que estão há anos no mercado tentando ‘salvar o pop’? São muitas camadas, mas o fato é que, para além dos virais espontâneos, nós também precisamos abrir os horizontes, os olhos e, principalmente, os ouvidos.

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Não estamos aqui para questionar o impacto e potencial de Tate McRae, tampouco fazer análises saturadas sobre a influência do TikTok na indústria. Nem todo mundo consegue conquistar o topo de paradas musicais, como a Billboard Global 200. Porém, convenhamos, ela não foi a primeira e também não será a última.

Uma busca rápida nos mostra que milhares de artistas, nacionais e internacionais, mantém o pop vivo. Cantoras negras, como Chlöe, Tinashe, Iza, Victoria Monét, Normani, Tyla, Doechii, Ludmilla, Aya Nakamura, Duquesa, entre outras, também entregam visuais e coreografia.

Da mesma forma que o K-Pop vem dominando os charts há alguns anos com BTS, BLACKPINK, aespa, TXT, New Jeans e Stray Kids. A questão é que, mesmo com a imensa variedade, a indústria — e boa parte das pessoas que a consomem — insistem em separar talentos em caixas que diferem raça, cor e gênero.

Grammy Awards (Foto: Recording Academy)

Categorias especiais são criadas nas premiações, as chamadas “urban” e “latin”, por exemplo, no VMA, EMA e BBMAs. Mas você se lembra da última vez que um artista preto, latino ou asiático ganhou prêmios de grande reconhecimento no pop?

No Grammy 2024, marcado para 4 de fevereiro, SZA, Victoria Monet, Jon Batiste e Janelle Monáe furam a ‘bolha de branquitude’ nas indicações mais importantes (Album Of The Year, Song Of The Year e Record of the Year), competindo com Taylor Swift, Olivia Rodrigo, Miley Cyrus, Dua Lipa, Billie Eilish e Lana Del Rey. Enquanto isso, nenhum artista de K-Pop foi se quer mencionado — e olha que muitos grupos se inscreveram.

aespa, BTS, TXT e Twice. (Foto: Divulgação)

No fim, parece que ceder espaço é algo muito mais simbólico do que efetivo. Uma política da boa vizinhança na música mascarada de inclusão. Afinal, a verdade é que, não importa se o artista conquista números extraordinários e faz seu trabalho com maestria se não se encaixar no padrão branco ocidental. Vale mais uma trend com dancinha nas redes sociais para ser definido como a salvação do pop.

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