15 anos de carreira nas pistas e um repertório que transborda diversidade sonora. DJ TamY lança hoje seu primeiro EP autoral, o “Baile da TamY”, uma celebração e homenagem à música preta. Disponível em todas as plataformas, o projeto reúne colaborações com artistas como Pablo Bispo, Izrra, Shury e WJ e explora gêneros como house, pop e rap, enquanto promove uma reflexão sobre a desconexão de alguns estilos musicais de suas raízes negras.
Com o lançamento na semana da Consciência Negra, TamY reafirma sua trajetória como artista e comunicadora comprometida com a cultura e a representatividade. Ela conversou com o POPline sobre o lançamento e contou alguns detalhes sobre a criação do “Baile da TamY” e a importância desse trabalho neste momento de sua carreira. Confira!
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POPline: O “Baile da TamY” reúne faixas que resgatam e homenageiam a música preta, especialmente gêneros que se desconectaram de suas origens. O que te inspirou a abordar essa reflexão no seu primeiro EP?
TamY: Eu acho que a gente foi muito pra esse caminho de abordar gêneros que são originalmente da galera preta, da música preta, e que foram perdidos. Muito mesmo pra trazer esse resgate, sabe? De fato, foram gêneros musicais que se popularizaram e por muito tempo teve uma… Eu não vou falar que foi uma apropriação, porque eu acho que arte e música é muito um lugar de todo mundo, mas por muito tempo foi esquecido que esses estilos musicais, principalmente quando a gente fala de house, de disco, foram uma onda que veio do povo preto, ali nos anos 70, 80, surgindo junto com as discotecas. Eu achei importante trazer esses gêneros para dentro desse trabalho, porque é uma coisa muito nossa, né? E é legal a gente afirmar isso! Isso aqui é nosso e a gente faz isso muito bem e vocês não podem esquecer disso! É muito sobre esse lugar e eu acho que aquele meu jargão do ‘Black Pop Music’ também interage muito com essa ideia. O que é black, o que é preto, o que é música negra é popular! Mesmo isso sendo muito invisibilizado às vezes.
A diversidade sonora é um dos pilares do projeto, misturando house, pop, rap, e outros estilos. Como foi o processo de escolha e criação dos subgêneros representados no EP?
Essa diversidade sonora fala muito quem eu sou. Todo mundo sabe que eu amo black music, música preta no geral, e a música preta ela é diversa. A música preta não é só o rap. A música preta, como na própria pergunta diz, ela é pop, ela é o house, ela é o R&B, ela é o disco, sabe? E esse processo de escolher esses subgêneros, ele veio muito nessa ideia de coisas que eu gosto! Eu costumo falar que eu sou essa loucurinha mesmo, né? E esse processo veio muito disso, são coisas que eu gosto, coisas que eu acho importante, coisas que são características minhas e eu acho que tinha tudo a ver pra dentro de um projeto musical que eu tou fazendo parte, que eu tou fomentando.
“Capetão do Mato” traz uma mensagem política e reflexiva sobre atitudes incoerentes dentro da comunidade negra. Como você espera que essa faixa impacte o público e provoque discussões?
“Capetão do Mato” é a faixa mais política que tem dentro do EP, né? Ela é bem um diálogo de preto para preto, da nossa comunidade, e eu acho que a conversa, o diálogo em si, ele sempre traz bons resultados. A gente sempre aprende um com o outro e a gente, enquanto povo preto que luta tanto pra igualdade racial acontecer, pra liberdade, pra que a gente consiga viver num lugar democrático pra todos, de igual pra igual, a gente sempre dialoga pra fora. Só que, às vezes, é necessário a gente dialogar pra dentro, com a nossa própria comunidade, sabe? A gente entender o pensamento um do outro, que às vezes é diferente, a gente ensinar o outro, explicar o caminho pro outro. Então, acho que “Capetão do Mato” é muito importante nesse lugar, tipo ‘olha a gente, olha para dentro, vamos se ajudar, vamos fortalecer, vamos nos fortalecer, porque é importante!’. Precisamos estar alinhados aqui para que quem é de fora entenda de fato a nossa causa, as questões que a gente tanto fala.
Você colaborou com artistas e produtores de destaque como Pablo Bispo, Izrra e Shury. Como essas parcerias enriqueceram o “Baile da TamY” e o que elas representam para você?
Todos os meus parceiros no “Baile da TamY” são meus amigos pessoais! São pessoas que eu amo, que eu admiro e que também eu sou fã! Eu acho que o “Baile da TamY” ficou muito meu mesmo, muito meu baile, por conta disso! Porque são pessoas queridas, talentosas, e que eu acredito muito! Também são pessoas que me impulsionam, sabe? Que acreditam em mim, que estão comigo, que às vezes me vem tocar, às vezes estão comigo em festas e também no momento de lazer. Enfim, são amigos queridos. Amigos queridos que fizeram esse bailinho ficar gostoso, sabe? Risos!
Com mais de 15 anos de carreira e um histórico marcante em eventos e iniciativas sociais, o que esse EP significa na sua trajetória como DJ, comunicadora e influenciadora?
Cara, o “Baile da TamY” é um EP que, com certeza, tá dando um start nessa minha história de produtora musical. Nesse outro lado que a música pode me levar, sabe? São mais de 15 anos na pista, tocando em festivais, em festas, fazendo som, trocando energia com a galera na pista. Eu amo isso. Eu amo a pista, eu amo estar tocando em evento, eu amo estar no meio da multidão. Eu acho isso incrível. Eu amo fazer party, festa, assim como eu amo também abrir festivais, estar em shows. Eu sou essa energia, gente! Eu sou muito essa energia! E eu acho que é muito importante eu, enquanto DJ, tá trazendo um trabalho autoral meu pro mundo, sabe? Eu acho que é o start pra uma carreira grandiosa que tá por vir também. Agora não só atrás das pickups, mas também produzindo, fazendo música, né?