in

‘Tá cada vez mais difícil pagar cachês exorbitantes’, analisa Nicole Balestro

Empresária expõe a sua preocupação diante do futuro do mercado de eventos, a partir do aumento dos cachês e o desequilíbrio entre o sucesso no digital e a conversão na venda de ingressos

Nicole Balestro comenta sobre o futuro do mercado de eventos
Nicole Balestro comenta sobre o futuro do mercado de eventos. Foto: Divulgação

A empresária Nicole Balestro, que possui mais de 20 anos de experiência no ramo musical, expôs nesta quarta-feira (21), em seu perfil no X (Twitter), a sua preocupação sobre os rumos do mercado de eventos. De acordo com Balestro, daqui a pouco tempo, apenas alguns Festivais de Música poderão custear determinados cachês de artistas que estão exorbitantes dentro da realidade da indústria.

De acordo com Nicole, a sua preocupação é semelhante em relação à outros contratantes de shows com quem tem conversado. A profissional aponta que, em muitos casos, o sucesso numérico no âmbito digital, não necessariamente é convertido na venda de ingressos. No entanto, os cachês permanecem inflexíveis. Até o momento, a publicação no X (Twitter) já teve mais de 338 mil visualizações.

Leia Mais:

Em conversa com o POPline.Biz é Mundo da Música, Nicole refletiu sobre os motivos nos quais a publicação está reverberando de forma rápida.

“Eu não esperava que esse Tweet tivesse tanta repercussão. Acho, inclusive, que o motivo disso é justamente porque é um questionamento feito pelo próprio mercado. Eu já fui a ‘contratada’ e enxergava o mercado de shows como uma engrenagem, uma via de mão dupla. Eu precisava do contratante para botar o trampo do meu artista na estrada e ele precisava de mim. Hoje, no lado de ‘contratante’ tenho visto muita dificuldade no mercado de fazer a máquina girar de forma sustentável”, aponta Nicole Balestro.

Nicole Balestro. Foto: Reprodução/Instagram.

A empresária acrescenta: isso se deve ao fato de termos artistas muito grandes na internet, mas que não tem o mesmo peso para lotar uma casa de show. Consigo ver esse fenômeno num movimento da pandemia: ninguém saía de casa e teve aumento no consumo de streaming. Com o retorno das eventos, não tivemos uma ‘normalização’ desse processo. No paralelo, as marcas continuam enxergando apenas os grandes festivais, deixando os independentes com dificuldade tremenda de fechar conta.”

Além do cachê, um tema levantado nos comentários no Twitter são as exigências do rider camarim, que também são da responsabilidade do contratante dos shows.

O tema não é novidade e começou a ganhar comentários no mercado a partir da retomada após o período pandêmico. Em paralelo ao aumento dos cachês, o número de Festivais de Música, cresceu substancialmente. Com isso, Festivais considerados “mainstream”, começaram a criar iniciativas “menores”, em um período de sazonalidade menor, para abraçar outras frentes da indústria. Com isso, alguns Festivais independentes não conseguiram manter o modelo de negócios.

Portanto, o diálogo sobre a base da criação dos cachês dos artistas deve ser um dos principais temas da indústria musical brasileira em 2024.