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Stalker brasileiro que já conheceu 75 popstars internacionais conta quais são legais e quais tratam mal os fãs



Imagine ter a chance de conhecer Rihanna, Demi Lovato, Justin Bieber, Miley Cyrus, One Direction, Katy Perry e tantos outros popstars internacionais? O carioca Norton Barboza, de 22 anos, sabe exatamente o que é isso. Ele esteve com todos esses artistas. Stalker assumido, o jovem já conheceu mais de 75 nomes que passaram pelo Brasil desde 2011. Ele os encontra em hotéis, aeroportos, restaurantes, shoppings, festas: aonde tiver que ir, ele vai. Bem sucedido em suas aventuras, Norton agora quer ser stalker “profissional” – e largou a faculdade para virar youtuber. Falando sobre o quê? Perseguições a famosos, entre outros pontos. Sem papas na língua, ele revela quem é legal, quem é metido, quem ignora e quem dá atenção (e ingressos grátis).

Segundo o stalker, os próprios artistas se entregam para onde vão ou onde estão, portanto ele fica de olho nas redes sociais em tempo integral. Quando não é o popstar que posta que está no lugar, são os amigos ou membros da equipe. Então, ele corre pra lá. Ou fica no hotel, “que é meio óbvio de descobrir”, só pare ter um ponto de partida. O maior erro dos fãs é achar que vão conseguir algo na porta do hotel, onde sempre tem muita gente. Norton faz diferente. Vai para lá só para ver o carro do artista e, quando o automóvel sai, ele segue. É mais fácil conseguir falar com a pessoa no shopping, no restaurante ou em pontos turísticos.

– Com esses cinco anos que faço isso, fiz contatos. No início, era bem difícil, hoje em dia é bem mais fácil. Eu tenho amizade com praticamente todos os paparazzi aqui do Rio e a gente se ajuda. Eu aviso os artistas que estão para vir e quando vão chegar e, quando preciso de informação que não sei, eles me passam. A gente vai se ajudando. – revela ao POPline.

OS LEGAIS

Quando Katy Perry veio ao Brasil em 2012 para a pré-estreia do documentário “Part of Me 3D”, por exemplo, ele foi atrás da cantora e ficou muito surpreso com a receptividade. Além de ser um amor com os fãs, ela deu convite para que ele assistisse à sessão exclusiva do filme no cinema. A foto com ela “ficou horrível” (e ele nem mostra), mas quem se importa? Ela deu convite! Outra fofa nessa linha foi a cantora Charli XCX, que veio ao país para um show privado. Norton a encontrou dentro de um shopping, conversou com ela, disse que queria muito vê-la cantar, e ela o levou junto com mais quatro amigos para a festa. “Ela foi um amor. Eu fiquei lá na frente do palco e ela mexia comigo o show todo. Foi muito legal!”.

Ariana Grande, de quem ele realmente é fã (assim como Miley Cyrus e Justin Bieber), foi outra experiência feliz. Quando ela veio para o show em São Paulo em 2015, “estava um inferno para conhecê-la”. Norton foi ao aeroporto, se hospedou no mesmo hotel, e não estava conseguindo nada. Nenhum acesso. Mas, quando estava acabando o show, ele correu para o aeroporto, na esperança de que ela pegasse o voo de meia-noite para Los Angeles. E deu certo. A cantora apareceu lá.

– Ela chegou com tipo 20 policiais em volta dela. Pensei: “ferrou, não vou conseguir conhecê-la”. Já estava desesperado. Comecei a falar “Ariana, por favor, é meu sonho”, e os policiais começaram a me empurrar e a me machucar. Quando ela percebeu, falou: “para, para agora, você está machucando ele, ele é meu fã!”. Ela começou a gritar com os policiais e seguranças e me botou dentro do círculo que ela estava. Começou a pedir desculpa, perguntou meu nome, como eu estava, me abraçou várias vezes, e tirou foto comigo. Só consegui chegar perto por causa dela mesma, entendeu?

Outros ultra cool: Sam Smith, que queria ir ao Mc Donald’s com os fãs depois do Rock in Rio; Zendaya, que ofereceu a pizza que estava comendo; Cara Delevingne, que deixou ele entrar na van para tirar foto com ela; e a Rihanna, que ele tentou conhecer por quatro anos até dar certo, no último Rock in Rio. “Quando ela estava esperando o helicóptero, fiquei chamando-a e ela não vinha. Comecei a falar que era seguro, que tinha uma grade, que a gente não ia fazer nada, e que o helicóptero não tinha nem chegado ainda. De tanto a gente encher a paciência dela, ela veio falar com a gente e autografou tudo, pediu desculpa por não ter ido na hora, porque falam pra ela que é perigoso. Ficou uns dois minutos com a gente conversando e tirando foto”, lembra.

rihanna

sam smith

OS “CHATOS” (SEGUNDO ELE)

Norton não teve uma boa experiência com Demi Lovato. Ele esteve com ela várias vezes, e diz que a cantora é “super falsa” e só atende bem quem vai ao Meet & Greet. “A última vez que ela atendeu fã no Brasil, sem ser pago, foi no final de 2012, quando ela veio pelo Z Festival, se não me engano”, comenta, “Ela não atende ninguém na rua. Ignora mesmo. Em 2013 ou 2014, eu viajei para outras cidades, entrei nos mesmos lugares que ela, e ela só me ignorava. Nessa última vez, fui ao aeroporto, ela viu a gente e saiu pelos fundos. Ela passa reto. Ignora total”.

demi

O stalker também já foi trolado por Zayn, na época do One Direction, quando o cantor deu um fora nele no Cristo Redentor, e pelo Justin Bieber, que o chamou de “pior fã do mundo” por não lhe dar privacidade. Norton seguiu o canadense na madrugada carioca, quando ele saiu para pichar muros (lembra dessa história?) e o resultado foi uma grande confusão.

https://instagram.com/p/ntafeRAJdM/?taken-by=nortonoficial

– Ele saiu da mansão 3h da manhã e a gente seguiu ele de carro. Tinham três carros seguindo e os seguranças falaram para a gente parar. O Justin estava pichando e fumando, loucão. A gente começou a tentar falar com ele e os seguranças vieram que nem bicho, querendo bater na gente. O Justin fazia sinal para irmos embora e fazia cara de nojo. No fim, ele pediu para fazermos uma fila que ele ia atender, mas foi só para enganar a gente. Fizemos a fila e ele entrou no carro, foi embora. Seguimos de novo, quando cheguei nele, ele começou a me esculachar, falando que a gente não dava liberdade para ele. Ficou repetindo que éramos os “piores, piores, piores fãs do mundo”. Falou que era ridículo o que a gente estava falando. Falei que eu não tinha dinheiro para comprar o Meet & Greet e aquela era a única chance. Pedimos fotos, ele disse que não. Minha amiga tentou forçar uma selfie e ele meteu a mão no celular dela. Não deixou. Enquanto isso, o segurança dele furou os pneus do nosso carro, nos deixando ilhados.

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Recentemente, o fã seguidor se decepcionou também com a banda britânica The Vamps. Ele viajou para São Paulo e se hospedou no mesmo hotel que o quarteto, mas foi desprezado. Os caras só queriam atender as groupies – porque estavam a fim delas. “Eles só atenderam a gente no aeroporto, porque estavam filmando tudo. No hotel, ignoraram todo mundo por quatro dias. Ignoravam e só falavam ‘sorry’”, conta.

INVASÃO DE PRIVACIDADE

Muitos artistas não gostam mesmo dos stalkers, porque não dão espaço para eles respirarem. Norton sabe disso. Ele admite que às vezes pode ser chato, mas diz que se esforça para ser o menos invasivo possível. “Quando conheço um artista, tento ir só uma vez nele, ou duas no máximo. Se vou mais do que isso, levo um presente”, diz. “Percebo que a gente invade a privacidade deles, mas como ele vêm pouco para o Brasil, então é uma coisa única e a gente quer aproveitar aquele momento”.

Miley Cyrus, por exemplo, é o maior ídolo do Norton. Nas duas vezes que ela esteve no Brasil, ele foi atrás, mas nunca conseguiu a tão sonhada foto. A americana circula bastante pelas cidades por quais faz show, mas não costuma atender os fãs fora do Meet & Greet. “Ela diz que se atender um, teria que atender todo mundo. Ela é um amor, mas sempre dá essa desculpa”, conta o fã, que conseguiu entregar um porquinho de pelúcia para ela na “Bangerz Tour”.

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A partir de agora, Norton contará essas histórias em vídeos no Youtube, mostrando como é a vida de um stalker. Confira o primeiro vídeo: