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Spotify perde valor de mercado após artistas ameaçarem deixar plataforma

A companhia perdeu aproximadamente US$ 2,9 bilhões (R$ 15 bilhões) em valor de mercado após polêmica antivacina

Spotify segue com investimentos bilionários em Podcasts
Foto: Pixabay

Após polêmica antivacina, em que Neil Young solicitou a retirada das suas músicas do Spotify, o movimento cresceu e outros artistas se manifestaram a favor do cantor. Com isso, os investidores da plataforma estão vendo seus papéis derreterem conforme o mercado precifica as notícias sobre ameaças de artistas de deixar a plataforma, caso não haja um controle sobre informações falsas sobre a vacina da Covid-19.

De acordo com informações da CNN, a companhia perdeu aproximadamente US$ 2,9 bilhões (R$ 15 bilhões), em valor de mercado até o fechamento da última sexta-feira – em resposta às ameaças do músico Neil Young em tirar suas músicas da plataforma, por conta do podcast “Joe Rogan Experience”.

Neil Young | Foto: Matt Winkelmeyer/Getty Images

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Para tentar reverter a situação, em nota à imprensa, o Spotify anunciou que está adicionando um aviso de conteúdo a qualquer episódio de podcast que inclua discussões sobre a Covid-19. O comunicado direcionará os ouvintes para um ‘hub Covid-19’ que incluirá links para fontes confiáveis. A plataforma também divulgará pela primeira vez publicamente suas regras de longa data, que foram originalmente desenvolvidas por sua equipe interna.

“Essas são as regras para guiar todos os nossos criadores – daqueles com quem trabalhamos exclusivamente àqueles cujo trabalho é compartilhado em várias plataformas”, disse o CEO e cofundador, Daniel Ek, em comunicado.

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Daniel Ek, CEO Spotify. Foto: Divulgação/Spotify

Entenda o caso

O apresentador Joe Rogan, dono do podcast exclusivo do Spotify, fez alegações falsas frequentes sobre o imunizante contra covid-19 em seu programa. Em um dos episódios, inclusive, ele sugeriu que jovens saudáveis ​​não devem necessariamente ser vacinados contra a doença.

De acordo com uma carta publicada no site oficial do artista, Neil Young solicitava que o Spotify escolhesse entre ele e Rogan. “Quero que vocês avisem o Spotify imediatamente HOJE que quero todas as minhas músicas fora da plataforma deles… Eles podem ter Rogan ou Young. Não os dois”, escreveu Young na carta, de acordo com o Wall Street Journal. Depois da carta apagada, em outra declaração, ele rotulou o Spotify de “lar da desinformação sobre Covid que coloca vidas em risco”, além de ter “mentiras sendo vendidas por dinheiro”.

Foto: Reprodução/Spotify

Em seu site, Young afirmou que ficou sabendo do problema ao saber da união de centenas de cientistas, professores e especialistas em saúde pública em um pedido para que a plataforma retirasse do ar um episódio do podcast de Rogan. Nele, o apresentador conversava com imunologista que, segundo o grupo, divulgava “diversas mentiras sobre vacinas contra a Covid”.

Com isso, desde terça-feira (25) – quando começou o burburinho, as ações do Spotify desvalorizaram mais de 4,5%. Na quarta-feira (26) as músicas de Neil começaram a ser retiradas da plataforma e na sexta-feira (28), os ativos fecharam a R$ 231,15, com queda de 0,90%.

Artistas acompanham

Ainda segundo a CNN, a cantora e compositora Joni Mitchell se juntou a Young e afirmou que removerá suas músicas da plataforma. Juntos, Young e Mitchell têm quase 10 milhões de ouvintes mensais no Spotify.

“Pessoas irresponsáveis ​​estão espalhando mentiras que estão custando a vida das pessoas. Sou solidária com Neil Young e as comunidades científicas e médicas globais nesta questão”, escreveu a cantora canadense em um comunicado publicado em seu site na sexta-feira (28).

Joni Mitchell | Foto: Getty Images

Além dos artistas, o Príncipe Harry e Meghan Markle também pressionaram o serviço de streaming. O casal expressou suas “preocupações” sobre a desinformação. “Continuamos expressando nossas preocupações com o Spotify para garantir que mudanças em sua plataforma sejam feitas para ajudar a lidar com essa crise na saúde pública”, disse um porta-voz da Archewell, fundação do príncipe Harry, em comunicado.