Como sempre muito cirúrgico em suas análises musicais e de assuntos socialmente importantes, como racismo e homofobia, o YouTubers e influenciador Spartakus Santiago agora vira sua atenção para o clipe e a música de “A Coisa Tá Preta”, parceria de MC Rebecca e Elza Soares.
Exaltando a ancestralidade negra e com lindas homenagens à vários nomes da arte afro-brasileira, MC Rebecca passa uma belíssima mensagem com “A Coisa Tá Preta”, ao lado de uma das lendas de nossa música que é Elza Soares.
E todas essas referências e mensagens importantes não passaram despercebidas por Spartakus, que analisou “A Coisa Tá Preta” da melhor forma possível e mostrando o grande assunto que vem na música: o questionamento sobre a criminalização do povo negro.
A análise de Spartakus
“Essa parceria, que pra muitos pode parecer bem inusitada, na verdade faz muito sentido”, inicia Spartakus em seu vídeo de análise de “A Coisa Tá Preta”. “Ambas são mulheres, mães, pretas e periféricas que encontraram na música uma forma de transformar sua realidade”, continua o YouTuber.
A partir daí, Spartakus passeia por todo o clipe e música de “A Coisa Tá Preta”, analisando as referências, tanto visuais como na letra da faixa, trazendo à tona toda a exaltação à ancestralidade negra que foi pretendida por MC Rebecca com o lançamento.
Veja:
O conceito do clipe, segundo MC Rebecca
(Foto: Divulgação)
O argumento do clipe é da própria MC Rebecca, que assina o roteiro junto com Jonathan Raymundo. A direção ficou a cargo de Felipe Thomaz. Cabe a Jonathan explicar o conceito do vídeo:
“Se pudéssemos inscrever o clipe em um só conceito seria Sankofa. Parte de um conjunto de idiogramas do povo Akan que se localiza nos territórios de Gana e Costa do Marfim (África Ocidental), Sankofa pode ser traduzido como o ato de ‘retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro’. ‘A Coisa tá Preta’ é o exercício de Sankofa. Elza Soares representando a deusa Maa’t de Kemet (Antigo Egito) simboliza a justiça ancestral, o equilíbrio cósmico e nossos ancestrais que vigiam e zelam por nosso futuro”, diz.