A relação entre os setores da música e fitness nunca foram tão próximas. Diversas parcerias estão sendo firmadas e mostrando que o mercado está aberto para o crescimento. Mas, segundo o Music Business Wordwilde (MBW), essa expansão já começa a trazer problemas. É que a Sony Music Entertainment (SME) entrou com um processo de violação de direitos autorais contra a marca de roupas de ginástica nascida no Reino Unido, Gymshark.
A empresa de fitness, fundada por Ben Francis em 2012, está listada como uma das que mais cresce no mundo. Avaliada em aproximadamente US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 6,8 bilhões), em agosto do ano passado, depois de vender uma participação de 21% para a norte-americana General Atlantic, a Gymshark está se expandindo para os Estados Unidos.
De acordo com a publicação do MBW, em um documento legal arquivado na Califórnia na quinta-feira (15 de julho), a Sony Music afirma que Gymshark “alcançou seu sucesso ao infringir gravações de som e composições musicais pertencentes a vários proprietários de conteúdo diferentes em grande escala”.
Entenda o caso
De acordo com o documento, a Gymshark “evitou amplamente a publicidade tradicional” e, em vez disso, promoveu seus produtos em vídeos postados em sites como Instagram, TikTok e Facebook. Esses vídeos, afirma o processo, “apresentam gravações de sons populares como parte integrante da apresentação”.
A Sony Music afirma que, embora esses vídeos publicados em redes sociais “tenham sido fundamentais para o sucesso do Gymshark”, a empresa “não pagou pelo privilégio de usar as gravações de som que aparecem neles”. O processo afirma ainda que o Gymshark “se apropriou indevidamente de centenas das gravações de som mais populares e valiosas do mercado”.
Alguns dos artistas cujas faixas foram supostamente usadas sem permissão nos vídeos do Gymshark incluem Beyoncé, Britney Spears, The Chainsmokers, Justin Timberlake, A $ AP Rocky, Travis Scott , Harry Styles, Usher, Noah Cyrus e Calvin Harris.
A ação explica que muitos dos vídeos em questão foram criados pelo próprio Gymshark, enquanto outros foram criados pelos chamados “influenciadores” com os quais a empresa fez parceria. Esses indivíduos, continua o processo, postam seus vídeos em suas próprias páginas, “ao mesmo tempo em que os fornecem ao Gymshark para repassar nas páginas de mídia social do Gymshark”.
Por fim, a Sony Music reitera que “o investimento do Gymshark nas redes sociais, e nos vídeos do Gymshark em particular, tem sido fundamental para o sucesso do Gymshark”. Tanto que, em 2018, o diretor de marca da Gymshark, Noel Mack, explicou durante uma entrevista que o “Instagram é uma grande parte da nossa história por causa das comunidades que criamos, mas o desafio é sempre como se destacar entre tantos negócios online que competem por atenção dos consumidores ”.
A Sony Music está exigindo um julgamento por júri e pede uma indenização legal de US$ 150.000 (cerca de R$ 786 mil) por gravação violada. Há 297 gravações na lista, o que significa que a indenização total máxima solicitada pode ultrapassar US$ 44 milhões (aproximadamente R$ 230 milhões).