Desde 1995 quando Simone lançou o disco “25 de dezembro”, ela ficou marcada no imaginário popular como uma “Mariah Carey brasileira” pelo grande sucesso do álbum, sendo comumente associada ao disco natalino. Na época, Simone já era uma cantora de MPB de bastante visibilidade e não gostou dessa alcunha de ser a cantora do CD de Natal. Em entrevista ao Programa do Bial, a artista falou sobre esse tema.
“Aconteceu uma coisa inédita no Brasil porque [na época que foi lançado] não havia um disco falando e sendo cantado com músicas natalinas. Mas me pegaram pra Cristo. Eu sofri bullying com ‘Então é Natal’. “Então é Natal” é uma versão abrasileirada para “Happy Xmas (War Is Over)”, de John Lennon e Yoko Ono, e está no álbum “25 de Dezembro, explicou a cantora.
O álbum “25 de Dezembro” é um dos discos mais bem sucedidos em vendas na história do Brasil. Em apenas 1 mês e meio vendeu mais de 1 milhão e 500 mil cópias e a versão em espanhol atingiu 2 milhões de vendas.
Simone explicou mais sobre esse sentimento de bullying com relação ao seu trabalho.
“Aconteceu um ‘boom’ com essa música, e você não pode dizer não a uma coisa que foi chancelada pelo brasileiro. Depois, a música tocou tanto que uma geração que não me conhecia, não conhecia a minha história, foi influenciada por pessoas que não queriam que acontecesse essa coisa boa que aconteceu comigo, porque há pessoas que têm raiva do sucesso do outro. Tom Jobim já dizia que o brasileiro é proibido de fazer sucesso”.
Sobre as críticas que recebeu de artistas da MPB pelo seu trabalho, Simone foi incisiva: “Por que é que eu não posso cantar músicas de Natal? O que me proíbe de cantar músicas de Natal? Por que proibir uma música de ser tocada? Que espírito ruim é esse? Fiquei indignada, inclusive, com alguns colegas meus. Qual é o problema de eu cantar o que eu quiser? Preconceito? O que é isso? Depois, várias pessoas fizeram discos de Natal com músicas natalinas“.