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Silva celebra dez anos de carreira com o álbum “De Lá Até Aqui”

Disco revisita grandes sucessos da trajetória do cantor, que se diz “um cara de muita sorte”

Silva. André P. / Divulgação

Parece que foi ontem, mas Lúcio Silva de Souza, mais conhecido como Silva, está completando, agora em outubro, exatos dez anos de carreira. Ao longo desses primeira década, o cantor, compositor e instrumentista capixaba, que surgiu na cena indie com seu primeiro EP, com quatro músicas, celebra a data, claro, com muita música. É que nesta sexta-feira (1), o artista lança “De Lá Até Aqui”, um álbum visual, que revisita boa parte de sua trajetória, tudo de forma simples e crua.

“Justamente para contrastar com as versões originais, que já são cheias de produção. Quis focar na essência de cada canção e foi muito bom ver que elas funcionaram assim, com pouquíssimos elementos. Para quem compõe isso significa muito”.

Silva. Foto: Divulgação

Com releituras de suas principais músicas, tudo no melhor estilo voz e violão, e um tecladinho de quebra, o cantor se recolheu com o irmão, Lucas, em sua nova casa, construída por eles mesmo, na Região Serrana do Espírito Santo, sua cidade natal, para produzir o trabalho e gravar os vídeos, todos em preto e branco, contando um pouco desses dez anos de boa música e uma legião de fãs.

(Foto: Reprodução Instagram/@silva)

Em entrevista exclusiva ao POPline, Silva comemora o novo trabalho, que foi lançado hoje, à meia noite, e ganha toda a produção audiovisual no YouTube, à partir do meio-dia. Do EP de 2011 até aqui, muita coisa mudou, mas, aos 33 anos, o cantor mantém sua voz serena, composições que trazem afago ao coração e muito mais segurança para tocar a próxima década de sucesso.

“A impressão que eu tenho é de que o tempo passou voando. Dos meus 22 (anos), quando comecei a preparar minhas primeiras músicas, até aqui, foram 10 anos de muito trabalho. Um álbum atrás do outro, uma turnê atrás da outra e quando me dei conta aqui estou eu com meus 33. Me sinto um cara de muita sorte de poder viver da música que faço”, celebra.

O trabalho sucede o lançamento de “Cinco”, onde Silva arriscou outras sonoridades, parcerias e uma grande produção. Desta vez, ele vem com o propósito de mostrar as faixas como elas foram criadas: voz, violão e teclado. Para as releituras, foram escolhidas “Cansei”, Amantes”, “Não É Fácil”, do disco dedicado à Marisa Monte, “No Seu Lençol”, “Sou Desse Jeito”, “Ainda”, “Duas da Tarde”, “Pra Vida Inteira” e “Um Pôr Do Sol Na Praia”.

A novidade fica por conta da inédita “Pra Te Dizer Que Tô Feliz Assim”. Na canção, Silva repassa essa caminhada de dez anos, falando sobre deixar os medos de lado e também as incertezas do futuro. Reflexo da segurança que sente agora, depois de 11 álbuns, entre os inéditos e ao vivo. 

“Me sinto, sim. Nada como a experiência de vida e trabalho pra deixar a gente mais seguro no que faz. Aqueles desconfortos de começo de carreira já passaram, ficou só o frio na barriga que eu espero não perder nunca. É o que me mantém emocionado e vivo”, conta.

Ao todo, foram retiradas músicas de álbuns e EPs de inéditas já lançados por Silva. Tarefa nada fácil para o artista, afinal, cada canção funciona como um filho para o compositor. “Escolhi uma música de cada álbum, além de alguns singles que não entraram em álbuns, mas que foram marcantes na minha trajetória. ‘Amantes’, por exemplo, eu não havia gravado ainda, mas tocava nos shows do ‘Bloco’ e foi ela que escolhi para homenagear esse momento da carreira. Como sempre, escolher músicas para o álbum é algo que dá muito trabalho”, reflete.

E entre a cena indie, lá dos anos 2011 até chegar ao mainstream, Silva descobriu que o mundo dá muitas voltas. O recolhimento na casa nova, na Região Serrana, trouxe a tranquilidade para revistar a carreira e servir de pano de fundo para os vídeos do “De Lá Até Aqui”. O cantinho virou, além da morada, um espaço de convívio e celeiro de muitas novidades de que ainda estão por vir.

“A casa veio na hora certa. Eu e meu irmão sempre quisemos ter um lugar para que a gente pudesse compor, descansar nossa mente e gastar tempo com a nossa família e nossos amigos. Foi numa dessas idas pra lá que decidimos que seria bonito revisitar nossas músicas antigas e comemorar nossos 10 anos de trajetória. É nessa casa onde provavelmente vão nascer muitas músicas pro futuro”, adianta.

Observando os mistérios do “novo normal”, Silva estava escalado para festivais como o Rock The Mountain, que acabou sendo cancelado para 2022. Apesar da saudades dos palcos, o cantor e compositor segue tranquilo, esperando a hora certa de retomar uma turnê. Esse disco, por exemplo, é provável que seja apenas comemorativo, sem um show específico.

“Esse álbum, diferente de todos os outros, eu não fiz pensando em turnê, mas quem sabe não aconteça algum show. Eu vou adorar se acontecer. Como as coisas estão muito incertas ainda, eu estou administrando minhas expectativas. E se é para o bem de todo mundo, estão todos muito certos. Porém, a saudade de tocar está gigante! Não vejo a hora de poder me encontrar com meu público, que é carinho puro”.

(Foto: Divulgação)

Artista inquieto que só, “De Lá Até Aqui” acaba de chegar às plataformas digitais, mas o capixaba já está mirando o futuro. “Estou sempre com um pezinho na frente, pensando no que vem depois. Não sei se todos os músicos são assim, mas logo que acabo um projeto é aí que fico empolgado para fazer mais. Por enquanto tenho só ideias e esboços, mas que já já vão ganhar forma. Espero que a gente se fale em breve sobre esses novos sons”, conclui. 

Ouça “De Lá Até Aqui”