O New York Times reuniu cinco tipos diferentes de especialistas em saúde por meio de uma videoconferência, divulgada na última semana (10), para discutir as formas que são gerenciados os riscos da Covid-19 reconhecendo as compensações entre vários danos e benefícios à saúde e a economia.
O painel discutiu quando trazer eticamente as pessoas de volta ao trabalho, escola, e a retomar os ritmos habituais da vida norte-americana. Além disso, foram destacados os principios e valores que determinarão as escolhas que serão feitas no futuro próximo.
Um deles, o bioeticista Zeke Emanuel, vice-reitor e diretor do Healthcare Transformation Institute da Universidade da Pensilvânia liderou um grupo do Center for American Progress que no início deste mês apresentou um plano para acabar com a crise do coronavírus.
Porém, o especialista não se mostrou positivo quanto à volta de eventos para aglomerações, como shows e festivais.
Para o acadêmico, reuniões assim não devem acontecer antes de setembro ou outubro de 2021, “no mínimo. […] Precisamos fazer em etapas. Primeiro, em espaços que permita gente de baixo risco de morte voltar […] Lugares que você consegue ficar a 2 metros de distância de outra pessoa devem voltar antes.”
“Encontros maiores – conferências, shows, eventos esportivos – que todo mundo quer remarcar para outubro de 2020… Não faço ideia como eles pensam que essa é uma possibilidade plausível. Esses serão os últimos a retornar.
Para ele, primeiro devem voltar restaurantes com espaços abertos. Então, escolas e escritórios – com ventilação e distância. Caso haja, de novo, casos da doença, é esperado o isolamento antes que o coronavírus volte a se espalhar.
Segundo o grupo, coordenado por Emanuel, os EUA precisam de uma política nacional de ficar em casa até meados de maio. Nas semanas seguintes, os testes precisariam aumentar para testar todos os que estão com febre ou moram com alguém que está positivo para o Covid-19. O rastreamento de contatos – identificando e notificando pessoas que estiveram próximas a alguém infectado – se tornaria abrangente.
Pessoas que têm o vírus ou febre, ou as pessoas próximas a eles, seriam isoladas. Também haveriam testes de uma amostra representativa em cada município, para determinar a taxa de infecção na população, além de mapeamento e alertas para informar o público sobre a localização dos casos do Covid-19.
Se esses esforços forem implementados com sucesso, Emanuel espera que as restrições atuais possam começar a diminuir em junho. Nesse ponto – ou mais tarde, se as etapas necessárias não tiverem sido tomadas – será necessário repensar a forma como gerenciamos os riscos, reconhecendo as compensações entre vários danos e benefícios.