O mundo parou para ver Beyoncé em pleno Natal. O show da era “Cowboy Carter” no intervalo de uma partida da NFL transmitida ao vivo pela Netflix, na quarta (25/12), trouxe grandes momentos para esta era da maior popstar do século XXI. Beyoncé usou a performance, sobretudo, para tratar do apagamento dos negros na música country. Isso foi percebido de diversas maneiras.
A entrada de Beyoncé no cavalo
Beyoncé iniciou o show em cima de um cavalo, enquanto passava por vários carros. O cavalo é um símbolo da cultura texana – de onde ela é – e o cavalo branco tem significado especial na era “Cowboy Carter”.
Na capa do álbum, a cantora aparece montada em um cavalo da raça Lipizzan, que é a metáfora perfeita para o que aconteceu com a música country nos Estados Unidos. Os cavalos Lipizzan nascem com pelagem escura e vão clareando com o passar do tempo até ficarem completamente brancos. Não é exatamente o que aconteceu com o country?
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Visibilidade para cantoras country negras
Assim como já havia feito no álbum, Beyoncé convocou as cantoras Tanner Adell, Brittney Spencer, Tiera Kennedy e Reyna Roberts para cantarem “Blackbird” com ela no show. As quatro são expoentes negras da música country. O resgate das raízes negras do country é o foco de Beyoncé no álbum “Cowboy Carter”.
“My House”
As palavras “My House” apareceram na arquibancada do estádio durante a performance da Beyoncé. Esse é o título da única música da setlist que não faz parte do álbum “Cowboy Carter”. Em português, significa “minha casa”, o que tinha tudo a ver com o momento. O show foi em Houston, a cidade natal da cantora.
Continuidade da parceria de Beyoncé com bandas universitárias
Depois de recriar a batalha de bandas da HBCU (Faculdades e Universidades Historicamente Negras) no Festival Coachella em 2018, Beyoncé levou 200 membros da Ocean of Soul Marching Band da Texas Southern University para o show de intervalo na partida da NFL. A Texas Southern University é uma das HBCU, criadas antes aa Lei dos Direitos Civis de 1964, para atender à comunidade afro-americana.
Destaque para Shaboozey
O cantor Shaboozey não apenas participou do show, como Beyoncé saiu de cena e deixou ele no centro das atenções. É mais uma maneira de valorizar o country negro. Shaboozey acaba de bater um bilhão de streams no Spotify com “A Bar Song (Tipsy)”, sua música recordista de maior duração na liderança da Billboard Hot 100 (19 semanas).
Homenagem ao rodeio e à cultura western
Beyoncé levou para o centro do estádio uma série de convidados representativos da cultura western e do rodeio. Entre os nomes ilustres, estavam Melanie Rivera, vaqueira mexicana; Myrtis Dightman Jr., lenda do rodeio conhecido como o “Jackie Robinson do Rodeio”; Nikki Woodward, Miss Rodeio Texas Princesa 2004 e Miss Rodeio Texas 2015; e Ja’Dayia Kursh, a primeira Rainha do Rodeio Negra do Arkansas.
Um aceno ao time Houston Texans
O show ocorreu no intervalo da partida entre os times Houston Texans e Baltimore Ravens. Beyoncé não se fez de rogada e fez um aceno ao time da casa, o Houston Texas. O proprietário do time, Cal McNair, e sua esposa, Hannah, apareceram em um carro na caravana que desfilou no estádio.
O fim do show da Beyoncé com “Bang”
O show terminou com Beyoncé fazendo um gesto de tiro para o lado com a mão e a aparição da palavra “Bang”. Isso pode ser entendido como um easter egg do “ato III” de sua trilogia iniciada com o “Renaissance”, mas também apenas uma piada com a caricatura dos cowboys. Ela vem aparecendo em fotos com microfones-armas (como um de Prince) desde 2022.
Uma curiosidade é que os jogadores da NFL são proibidos de fazerem o sinal de arma com a mão em qualquer circunstância. A penalizações incluem 15 jardas para o time durante o jogo e multa para o atleta.