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Rocketman

Resenha: Sexo, drogas e rock n’roll: “Rocketman” mostra Elton John sem filtros

Duas horas de filme e uma vontade de continuar ali sentada no cinema, assistindo às histórias da vida de Sir. Elton John. Esta é a sensação que se tem ao subir os créditos de “Rocketman”, filme que conta a história da vida do cantor e pianista inglês e uma das maiores estrelas da música de todos os tempos. Sem medo de ser agressivo ou parecer lúdico demais, o musical diverte e emociona do início ao fim.

Diferente de “Bohemian Rhapsody”, filme lançado em 2018 que contou a história da vida de Freddie Mercury, “Rocketman” mostra as entranhas de Elton John logo nas primeiras cenas. Em um círculo de conversa, típico de grupos de apoio e casas de reabilitação, Taron Egerton lindamente caracterizado como o cantor já coloca as cartas na mesa. Ali, nos minutos iniciais do longa, já fica muito claro quem foi e quem é Elton John em sua intimidade. O que vem depois é uma explosão em cores e extravagância, típica do início da carreira de John.

O musical, sim o filme é bastante cantado, traz a tona a infância complicada do artista, quando ele ainda atendia pelo nome de Reginald “Reggie” Dwight, o relacionamento difícil com os pais, assim como seu primeiro contato com um piano. É difícil não esboçar emoção durante as cenas onde o pequeno Reggie, interpretado por dois atores mirins em idades distintas, se recolhe em seu quarto após embates com o pai Stanley Dwight ou quando sua avó materna, Ivy, lhe servia como sua maior incentivadora.

O desenrolar da vida de Elton, a bolsa de estudos na Royal Academy of Music, o início da carreira na banda Bluesology, o encontro mágico com seu amigo e parceiro de composição, Bernie Taupin, e o primeiro grande contrato na indústria da música são pautados nas letras dos grandes clássicos do cantor, com direito a lindas performances de dança, onde Taron Egerton mais uma vez firma seu talento. “Rocketman” abusa dos exageros, mas sem parecer caricato. É lúdico e quase teatral.

O ponto alto do filme certamente é quando Elton John atinge o estrelato e aí podemos ver um desfile de figurinos icônicos do artista, desde a fantasia de Rainha Elizabeth I ao famoso uniforme brilhante dos Dodgers. Os óculos, os sapatos, as plumas, os trejeitos e até a queda do cabelo são retratados de maneira cativante, assim como a decadência pessoal de Elton e todos os seus problemas com álcool, drogas e bulimia. A homossexualidade do artista é também retratada sem filtros; seus relacionamentos com homens e mulheres, como o encontro com sua primeira esposa Renate Blauel e a tumultuosa relação com seu ex-empresário John Reid, com quem também se envolveu emocionalmente, estão presentes no roteiro.

Destaco as performances de “Saturday Night’s Alright”, “Your Song”, “Crocodile Rock”, “Tiny Dancer”, “I’m Still Standing” e “Goodbye Yellow Brick Road” entre as melhores de “Rocketman”. Taron Egerton cantou todas as músicas da trilha sonora e fez um trabalho fenomenal. É crível e encantador – quase não nos deixa ter saudades da voz do verdadeiro Elton John.

“Rocketman” é um filme para assistir e assistir novamente sempre que for possível. O gosto de “quero mais” é inevitável.

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