O que há de mais fresco na música independente da região amazônica: a etapa tradicional do Festival Se Rasgum, as “Seletivas Se Rasgum 2021” lançou essa semana (16) uma Coletânea com 10 faixas inéditas construídas durante processo de mentoria do projeto, coordenado pelo produtor gaúcho Iuri Freiberger junto aos produtores do festival. O resultado da produção pode ser ouvido na Deezer, player oficial do Se Rasgum ou nas redes sociais do Se Rasgum.
A iniciativa das “Seletivas Se Rasgum” acontece há mais uma década abrindo espaço para fomentar a nova música paraense. Em tempos pandêmicos, a etapa inaugurou uma nova fase virtual, ampliando seu alcance para ouvir e mapear toda a riqueza e diversidade da música feita atualmente na região da Amazônia Legal. Os artistas selecionados foram: Jeff Moraes, Klitores Kaos, Karen Francis, Drin Esc, Raidol, Núbia, Iris da Selva, Soprü, MC Super Shock e Móbile Lunar.
Foram mais de 250 inscritos dos nove estados que compõem a região amazônica (Pará, Amazonas, Roraima, Acre, Amapá, Rondônia, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso), com 10 deles selecionados por um júri representativo de cada um dos estados. Todos passaram por um processo de mentoria, com especialistas do mercado discutindo os principais passos para a construção de uma carreira longeva e com direito à criação de 10 singles inéditos que chegam ao mundo em forma de playlist.
Com coordenação do músico gaúcho Iuri Freiberger e da produção do festival, os músicos tiveram toda liberdade para construir essa nova música do zero. Em entrevista ao POPline.Biz é Mundo da Música, Iuri contou como foi o convite para participar do projeto e o processo de mentoria artística.
“O convite do Seletivas veio pelo Se Rasgum pra criar algo diferente misturando o que eu já estava fazendo com os programas de aceleração (como o Impulso da UBC e do Labsonica) e transformar as Seletivas num processo de identificar novos artistas da região da Amazônia Legal e mostrá-los para compradores da música daqui e de fora”, revela Freiberger.
“Daí surgiu a ideia de capacitação e qualificação desses artistas que viriam a ser selecionados para que apresentassem algo mais potente em um pitching virtual para pessoas que fazem curadoria de festivais, de gravadoras, de distribuidora e de imprensa. Cada artista selecionado produziria uma música especialmente para o pitching e que saem agora em forma de playlist na Deezer”, diz Freiberger.
O produtor revelou como foi processo de mentoria com os artistas: “essas músicas foram preparadas com o processo de mentoria num período de três meses, abrangendo áreas importantes da carreira artística de uma forma geral como identidade, comunicação, qualificação técnica, entender como funciona o estúdio ao vivo, produção musical e empreendedorismo.”
O resultado é um recorte forte e diverso numa playlist que traz uma pitada de trap, de regional, de pop, de eletrônico, de psicodélico, de R&B, de rap, de reggae e até mesmo de punk feito só por mulheres.
O empreendedor Marcelo Damaso, responsável pela idealização e organização do Festival Se Rasgum, fez um balanço do projeto que acontece há mais de 10 anos e dos desdobramentos da iniciativa que cresce a cada ano, ao POPline.Biz é Mundo da Música.
“Quando criamos as Seletivas lá atrás, há mais de 10 anos, naquele específico momento a gente queria criar mais um palco para que outras bandas pudessem se apresentar numa condição respeitável pro artista em relação à palco, som, estrutura. Muito mais do que disputar uma vaga no festival, aquilo ali era mais um show, era 15 minutos pra banda apresentar o seu som pra um público massa e muita gente achava as Seletivas um momento especial da Se Rasgum, onde eles escutavam o que estava acontecendo de mais novo na cena de Belém”, reflete Damaso.
“Agora viramos a chave completamente e ampliamos, abrindo para a Amazônia Legal e ao invés de fazer apenas a apresentação de palco e show, a gente foi pra outro lado. Como o momento pedia algo mais interno, de estudo e mentoria, unimos as duas coisas: ampliamos pra Amazônia Legal e fizemos com que as bandas entrassem nesse processo interno de profissionalização. Acabou que acho que vai virar um formato definitivo e cada vez mais aberto pra todos os estados da Amazônia Legal”, analisa Damaso.
“A gente entendeu que é essa a nossa missão, não apenas nas fronteiras do Pará, mas para conhecer e mapear a nova música da Amazônia. Fora isso, as bandas ainda concorrem à vagas no festival. Foi uma mudança significativa, dos palcos para a profissionalização e ampliação, num processo que todo mundo ganha”, finaliza Damaso.
As Seletivas Se Rasgum têm patrocínio master da Oi e apoio cultural do Oi Futuro através da lei Semear de incentivo à cultura via Governo do Estado do Pará e Fundação Cultural do Pará, além do player Oficial Deezer. O projeto também foi selecionado pelo Edital de Multilinguagens – Lei Aldir Blanc Pará.