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Segunda noite é de atrasos, mas também é de Ivete


A segunda noite do Palco Principal do Festival de Verão Salvador foi marcada novamente por atrasos que, dessa vez, causaram um efeito dominó em todos os shows previstos. Nada começou no horário, o que minou a intenção logística da produção do Festival em diminuir o número de shows e concentra-los, para que o evento deixasse de ser a maratona cansativa de apresentações como em anos anteriores.

Outra novidade deste ano, que não pegou, foi colocar as atrações nacionais para a abertura do show. Com a plateia ainda chegando ao parque, a primeira banda da noite, a mineira Jota Quest, só subiu ao palco uma hora e vinte minutos depois da hora prevista pela produção, 19 horas, para ter um quorum razoável.

E enquanto o show não começava, o público do camarote era entretido por música eletrônica; a pista, quebrava tudo ao som do funk carioca e do pagode. E no camarim do Jota Quest, o aquecimento era uma festa, com clima de boate e iluminação vermelho-sangue. Ao subir ao palco, já com casa cheia – a estimativa é de que a noite de quinta tenha tido cerca de 10 mil pessoas a mais do que no primeiro dia, perfazendo um público de 55 mil pessoas -, a banda começou o show com a base do bolero Besame Mucho, para emendar a música So Special.

Jota Quest trouxe a Salvador uma espécie de aperitivo do show de seu novo CD, La Plata. Cantando apenas três músicas do álbum lançado em outubro, entre elas a inédita Vem Andar Comigo. O show novo e inteiro deste CD, Rogério Flausino e companhia só farão no Carnaval, quando se apresentam na Área Verde do Camarote Planeta Othon, em Ondina, conforme anunciou o vocalista, durante a coletiva:

“Vamos ter convidados neste show, que não posso dizer, é surpresa”, fez mistério Flausino. “Arranjamos um pretexto para tocar aqui e não ficar de fora da maior festa do universo”, brincou ele, que afirma ter traquejo para segurar o rojão de cantar durante a folia. “É muita responsabilidade. Mas vamos ficar aí depois do nosso show, para nos divertir e quebrar tudo. Não tivemos ainda convite, mas, se rolar…”, deixa a intenção no ar.

Poucos amigos – Jota Quest entregou o palco para Ana Carolina às 21h25, tentando ser os mais pontuais possíveis dentro de todo atraso. Mas a atração seguinte só entrou em cena uma hora depois. De poucos amigos, como já é de seu feitio, a cantora não deu entrevistas, nem a mínima para os fãs.

E tão pouco teve a gentileza de passar no lounge do Festival, espaço que fica antes da passarela que dá aos artistas acesso ao palco, onde o público se acotovela no alambrado para ver as atrações, que são entrevistadas antes de subir.

Ana Carolina, rodeada de seguranças, saiu do camarim de cabeça baixa, passou por trás do espaço lounge e seguiu firme e sem cumprimentar ninguém para o palco, onde começou o show cantando Fever/Cantinho, seguidas Eu Comi a Madona e Rosas.

Depois de Ana Carolina, foi a vez de Ivete Sangalo, que causou sensação ao entrar carregada por dançarinos sarados, deitada sobre uma liteira. A cantora, fantasiada de Dalila, fez o show mais animado da noite. Na coletiva, anunciou que talvez seu DVD não seja gravado em novembro, devido a crise econômica. Diversas celebridades se acotovelaram para ver Ivete, que entregou o palco para a banda Eva, que começou sua apresentação, finalmente, quase às duas da manhã. A noite foi fechada por um encontro de forró captaneado pela banda Cavalo Doido.

Matéria: Jornal A Tarde