Lollapalooza 2019

Sam Smith, Troye Sivan e The 1975 são os destaques pop da 1ª noite do Lollapalooza Brasil

Foto: Fábio Tito

Foi dada a largada na oitava edição do Lollapalooza Brasil, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. O bom público de 78 mil pessoas (cabiam 100 mil) encarou o clima abafado e sem chuva e transitou bastante pelo local para conferir as primeiras atrações da tarde. Mas para que toda essa estrutura ficasse pronta a tempo, foi preciso o apoio de mais 1.700 funcionários nos últimos três dias. São quatro palcos e dezenas de artistas que se apresentarão até domingo (7).

Mas nem tudo são flores. Como de praxe, a reclamação acerca dos preços dos alimentos e bebidas foi a tônica do dia. As reclamações mais constantes eram do hamburguer (R$30), fatia de pizza (R$18), cachorro quente (R$16), e pastel (R$15). Enquanto isso, uma dose de gin custava R$27, um copo de cerveja era R$13, o refrigerante saia por R$10 e a água mineral, R$6. Muitos questionavam o fato dos ingressos já terem sido caros (a meia-entrada para um dia de evento custa R$360 e a inteira para os três dias chega a R$1.800), o que prejudicou bastante aqueles que não queriam ver os shows de barriga vazia.

Foto: Fábio Tito

A primeira noite contou com ótimas apresentações de alguns artistas pop como Troye Sivan, que apesar da pouquíssima idade, trouxe seu pop eletrônico competente e pôs o público pra dançar sob forte calor. Ao mostrar hits como “Bloom”, “1999”, “My Youth” e “My My My”, o cantor se emocionava ao ver o mar de bandeiras coloridas. “Escrevi essa música sobre ser homossexual e quando vejo esse mar de bandeiras LGBT, sinto que tudo vai dar certo porque temos uns aos outros”, disse antes de tocar “Heaven”. Parte do público entendeu o discurso como uma resposta ao presidente Jair Bolsonaro e ensaiou o côro de “Ele Não”.

Foto: Thiago Almeida

O politicamente correto foi a marca do show do The 1975, com direito ao vocalista Matty Healy “brigando” com o público para que não aplaudisse seu ato de acender um cigarro (ele o apagou em seguida). A banda britânica voltou ao país após dois anos para mostrar as canções do elogiado A Brief Inquiry Into Online Relationships e passeou por gêneros diversos como pop, rock, baladas e soul music. Mas é com pé no rock que a banda se sai melhor, como em “The Sound” e “Sex”. Chamou atenção o apuro visual do show – um enorme smartphone “exibia” a banda, as capas de seus discos e clipes. Já que a apresentação não rolou à noite, ao menos Matty Healy atendeu a equipe do POPline logo após o show e em breve o bate-papo irá ao ar.

Foto: Fábio Tito

Mas quem realmente ganhou a noite foi Sam Smith. De volta ao país após passagem tímida no Rock In Rio, o britânico parece mais confiante e interage mais, dança mais e, por consequência, canta melhor para o deleite de seu público. Logo no começo, Sam disparou: “As plateias no Brasil são as melhores do mundo. Obrigado a todos. Eu voltarei sempre que me quiserem”. Intercalando baladas e faixas mais dançantes, o astro fez o Lollapalooza virou uma espécie de karaokê no embalo de canções como “I’m Not The Only One”, “Dancing With A Stranger” e “Too Good At Goodbyes”. E o maior côro da noite foi mesmo de “Stay With Me”, para delírio do próprio Sam que parecia não acreditar no que se passava diante de seus olhos.

Nesta primeira noite ainda houve espaço para pedidos de demarcação de terras indígenas pelos caras do Portugal The Man; a sensualidade e a altivez de St. Vincent sozinha com suas guitarras no palco; a emoção do Tribalistas, primeira banda nacional a ser headliner do festival e que enfrentou problemas no som; o rap festivo e o discurso engajado de Macklemore; e a apresentação do Arctic Monkeys que aliou o rock de arena de seus hits ao som mais introspectivo do último disco Tranquility Base Hotel + Casino.

Foto: Diego Baravelli

Atenção! A prefeitura de São Paulo autorizou a realização de obras na Avenida Interlagos durante a realização do Lollapalooza Brasil. Muita gente enfrentou problemas para chegar ao Autódromo por conta de várias ruas interditadas pela CET. Recomendamos que o público utilize trem ou ônibus para chegar ao festival. Existem duas opções: estação Autódromo da CPTM e a linha especial que sai do Terminal Santo Amaro.

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