O filme “Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz”, que chega aos cinemas nesta quinta (1º/9), é resultado de uma intensa pesquisa. A roteirista Jacqueline Vargas não apenas leu livros sobre o médium, como viajou até Congonhas (MG), onde ele vivia, para conhecer a família dele. “Cheguei a me hospedar na casa de um de seus filhos, Sidney, onde pude conhecer tudo sobre sua vida, como homem, como pai e como médium”, ressalta Jacqueline.
Ela é defensora do trabalho de campo. “Gosto muito de fazer pesquisa. Eu acredito que ela te dá a história e não é pesquisa de internet, né? Tem muita gente hoje que faz pesquisa apenas pelo Google. Eu acho que você precisa ir aos lugares, conversar com o maior número de pessoas possível para esse trabalho. O roteirista/escritor, no geral, é um pouco investigador também”, explica ao POPline.
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Contato com familiares de Arigó
Além de Congonhas, Jacqueline acabou indo também a Lafaiete, visitando lugares por onde José Arigó transitou, e a Belo Horizonte, onde vive um dos filhos dele. Ela acredita que o roteiro não existiria se não fossem essas viagens. Em Congonhas, conseguiu entrar mais no mundo do personagem retratado.
“Pude conhecer pessoas, hoje bem idosas, que o conheceram e tiveram contato com ele. Poder falar com todos os filhos e ter esse contato com a família foi fundamental para a construção do roteiro. Existe um material gigantesco e inimaginável sobre o Arigó, mas existem informações que você só vai realmente conseguir aprender e pinçar na conversa com um familiar, como lembranças, detalhes e nuances que só quem teve um convívio muito íntimo com ele vai poder te passar”, conta a roteirista.
Arigó foi estudado por cientistas internacionais
Jacqueline não conhecia Arigó antes de iniciar a pesquisa. Só estava familiarizada com Dr. Fritz, o espírito que ele incorporava. Ela ficou impressionada com as múltiplas habilidades mediúnicas do retratado. “Ele psicografava, materializava, ouvia, via, curava. Podia atender mil pessoas por dia ou até mais, ou seja, uma rapidez muito grande”, ressalta. José Arigó chegou a ser estudado por cientistas de outros países.
“Cientistas do mundo inteiro queriam estudá-lo e, aqui no Brasil, ele foi perseguido, processado duas vezes e preso. Os médicos os perseguiam, a Igreja o perseguiu e isso, para mim, foi algo muito surpreendente: ver como o brasileiro não dá valor para o que é seu e como ele esquece a própria história, porque ele foi esse médium fenomenal. As pessoas falam do Uri Geller, que virava as colheres e, até hoje, é conhecido no mundo inteiro mas, para mim, desculpa, ele era ‘fichinha’ perto do Arigó”, exalta.