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Romântico e politizado: Projota ressalta a importância de expressar seus “dois lados” com o auxílio das rádios e plataformas de streaming


Projota deu início nesta sexta-feira (25) a uma nova fase. Com o lançamento de “Qué Pasa”, o rapper paulista começou efetivamente os trabalhos do álbum “Tributo aos Sonhadores II” que será lançado em 2020. A melodia inspirada na música latina mais as participações do grupo de hip-hop Orishas e do mexicano Mario Bautista  transformaram a faixa em um perfeita recorte perfeito para a programação das rádios e playlists de plataformas de streaming.

Não é a toa que a “Qué Pasa” foi super bem aceita em diversas listas latinas no Spotify, por exemplo, e estreou simultaneamente seu videoclipe em 15 franquias da MTV da América do Sul e Latina.

Mas Projota é mais que hits radiofônicos. Em conversa com o POPline em agenda promocional de “Qué Pasa”, o artista tem o cuidado de frisar que suas multifacetas transformam seus projetos em algo plural e que vai muito além do rapper romântico que se ouve nas FMs. “É por isso que eu ainda faço álbum. Sou um artista que gosto de fazer álbum e dentro dele eu vou conseguir colocar tudo o que quero dizer, sabe? No rádio a gente tem uma limitação. Uma limitação do que eu vou conseguir dizer. Vai tocar uma música da Taylor Swift, aí vai tocar minha música e depois Justin Bieber e o que cabe ali [meio]? É difícil eu falar de política ali. Inclusive em alguns momentos quando eu tentei não consegui. ‘Sr. Presidente’, por exemplo, foi uma música que a gente tentou tocar no rádio e a gente não conseguiu”, explicou sobre a faixa lançada ano passado e que é uma crítica ao descaso do Governo (não importa à instância).

“Mas aí ‘Sei Lá’ toca. ‘Linda’ toca. ‘Oh Meu Deus’ toca. ‘Se Elas Gostam Assim’ toca. ‘Ela Só Quer Paz’ toca. Então, no meu álbum, eu vou ter a oportunidade de falar de política, de falar sobre as minhas perdas, coisas que me machucam, coisas mais fortes, pesadas de serem ditas e a música romântica vai tocar na rádio”, nos disse. E não pense que ele se importa com críticas sobre o seu “lado romântico”. Projota é um artista sensível e gosta de cantar o amor. “Gosto de fazer músicas românticas. Se eu não gostasse de fazer teríamos um grande problema. Cresci ouvindo Roberto Carlos, ouvia minha mãe curtindo Julio Iglesias, saca? Eu amo e acho que eu faço bem. E vai pra a rua e o rádio toca. É importante ter minha música na rádio, é interessante, lindo pra minha carreira”.

Foto: Divulgação

“Vou atacando por todos os lados. Enquanto a internet e as plataformas de stream me derem a oportunidade de falar de política e de outras questões eu vou falar, meu álbum está ali”, disse. No momento, o disco “Tributo aos Sonhadores II” não está pronto e, segundo o próprio Projota, o conceito ou a ideia de um tema central não está 100% amarrada. É que seu processo de composição parte do que ele está sentindo e vivendo entre um projeto e outro. No caso de 2019, depois de “Tributo aos Sonhadores I”, ele pode trabalhar com uma nova geração de artistas, como Vitão em “Sei Lá” e Luccas Carlos em “Dejavu” além de levar Giulia Be para o Palco Sunset do Rock in Rio.

Esse intercâmbio ajuda a expandir o público. “O que eu consigo através da mídia [e das músicas que tocam nas rádios] é ganhar novos públicos todos os dias e eles vão lá ouvir ‘Muleque de Vila’ [presente no mesmo disco de ”Oh Meu Deus’ e ‘Linda’] e ‘A Rezadeira’ [no mesmo álbum de ‘Cobertor’, ‘Enquanto Você Dormia’ e ‘Elas Gostam Assim’].

A entrevista completa e em áudio com Projota será disponibilizada na íntegra, em breve, no POPline Studios.