O cenário político brasileiro foi marcado por uma ‘virada de chave’ do último ano para este, a partir da eleição de Lula à presidência da República e todos os desdobramentos registrados até então. Todo esse movimento, é claro, é refletido na música bem como em todas as outras manifestações artísticas. É nesse contexto que a revista estadunidense Rolling Stone destacou Pabllo Vittar e BaianaSystem, como artistas que utilizam sua voz para exportar mundo afora o que se passa na política brasileira e suas perspectivas para o futuro.
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Em matéria veiculada nesta terça-feira (28), a publicação revela os traços e feitos políticos que chamaram atenção nas trajetórias artísticas da drag queen e do grupo soteropolitano até desembocar em suas apresentações no Festival do Futuro, que no primeiro dia de 2023 transformou a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em uma grande “festa da democracia”. À época, dezenas de artistas de todo o país celebraram junto ao povo a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022.
Apesar de a Rolling Stone reconhecer que a música pop brasileira prospera fora do âmbito da política, essa “continua sendo uma lente específica para entender a dinâmica do poder e as questões sociais complexas hoje”.
Pabllo Vittar foi exaltada pela revista por sempre ter apresentado ao público seu claro posicionamento político a favor de Lula. No Festival do Futuro, ocasião em que apresentou um show completo, ela fez um impactante discurso em que afirmou sentir orgulho por ter sido uma das primeiras artistas a apoiar o presidente.
“Tenho laços com um Brasil que respeita seu povo, que busca melhorias para ter uma sociedade cada vez mais digna e justa para todos, principalmente para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade, independente de classe social, raça, gênero”, revelou Pabllo, que já fez questão de dizer publicamente algumas vezes que o programa do Bolsa Família já ajudou muito a ela e a sua mãe e irmãs, quando viveu a infância no Maranhão.
A matéria ressalta que “a música brasileira, conhecida por sua força e diversidade, sempre foi uma fonte primária para artistas ou movimentos expressarem ideias políticas”, e nesse sentido enaltece o grupo BaianaSystem pelo fato de, em suas letras, sempre refletirem acerca dos problemas estruturais da sociedade, no Brasil – que vão da desigualdade social ao racismo.
“Percebemos ali que depois de 10 anos como banda, ainda estamos no começo. Nossas letras falam de temas que o país ainda não conseguiu entender, como afro-latinidade, e nossos laços com os países vizinhos são muito importantes”, expôs Russo Passapusso, vocalista do BaianaSystem, que também tocou no Festival do Futuro. “Parecia que todas as nossas letras foram feitas para aquele momento, para o show do dia da inauguração”, complementou ele.
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Na esfera da música pop brasileira, a Rolling Stone norte-americana cita Anitta, uma de suas maiores representantes lá fora. “A expressão política se estende até mesmo nas partes mais brilhantes da cena pop brasileira. Embora a megastar Anitta tenha deixado claro que não queria sua imagem associada a nenhum tipo de campanha política em 2022, ela apoiou Lula no passado e criticou Bolsonaro repetidamente”, analisou a publicação, acerca do comportamento da artista na corrida presidencial do ano passado.
Margareth Menezes, Ministra da Cultura do governo Lula, também foi destacada na matéria em questão. A artista baiana é engrandecida por sua importância na cena do axé music, por sua performance no Festival do Futuro e pelo frescor de esperança que traz à cultura brasileira em seu novo papel político.
“Além de cantar, a ministra recém-empossada fez um discurso de posse contundente ao lançar luz sobre o futuro que tem em mente: ‘Você luta contra a cultura quando quer um país silencioso e obediente’, disse ela. ‘Mas nós vencemos. O Ministério da Cultura está de volta, o Brasil que queremos está de volta'”, pontuou a publicação.
No caminho contrário, a revista expõe que grandes nomes por trás da música sertaneja, a exemplo de Gusttavo Lima, Chitãozinho e Zezé Di Camargo endossaram publicamente as práticas do governo Bolsonaro.
“Nenhum dos artistas sertanejos de primeira linha se manifestou contra os ataques nos dias que se seguiram ao motim antidemocrático, outra indicação de como a música representa uma divisão no Brasil hoje”, refletiu a Rolling Stone.