“O único lugar onde ‘sucesso’ vem antes de ‘trabalho’ é no dicionário”, já diziam os mais experientes. A bagagem profissional de mais de duas décadas credencia o produtor Rick Bonadio a explicar o sucesso de jovens artistas como Vitor Kley.
O produtor Rick Bonadio e o cantor e compositor Vitor Kley (Foto: Reprodução/Instagram)
“Hoje a gente tem aí o Vitor Kley. O moleque não para de compor música. Eu tô aqui em quarentena, ele me manda música, eu fico motivado por ele. A gente acabou de fazer um álbum que vai ser lançado e ele já fez duas músicas além do álbum porque o cara é uma máquina de compor, de trabalhar. Ele quer fazer show. Ele tá desesperado, então faz live. Ele conversa com a galera. Dá entrevista para todo mundo. Atende todo mundo bem. É um cara que tem um puta astral legal, com uma determinação, uma preparação mental absurdamente forte e isso reflete até na saúde dele. O cara tem uma saúde de ferro, não fica doente, não falta compromisso”, conta Bonadio em um vídeo.
A determinação do cantor e compositor gaúcho de 25 anos em construir um trabalho sólido foi comparada até mesmo a vocalistas consagrados como Chorão e Dinho, que no auge de suas carreiras com o Charlie Brown Jr. e os Mamonas Assassinas, respectivamente, venderam milhões de discos, ganharam prêmios e conquistaram o respeito do público e da crítica.
“Eu lembro de dois caras agora que vem sempre na minha cabeça quando eu falo disso, que é o Dinho dos Mamonas e o Chorão do Charlie Brown. Os dois eram obstinados. O Chorão chegou certa vez no estúdio e eu falei: ‘O refrão não está muito bom dessa música. Dá pra você fazer outro refrão?’. E ele falou: ‘Amanhã eu trago aí, Rick. Vou tentar um refrão lá’. No outro dia o cara chegava com oito refrões. Oito… Era um melhor que o outro. Então assim, a determinação do Chorão… ele brigava com todo mundo, ele lutava, ele queria tudo para o Charlie Brown. O cara viveu todos os anos da vida dele para aquilo”, relembra o produtor.
Bonadio ainda conta que levou anos para entender porque alguns (bons) artistas não fazem sucesso. “Eu já lancei muitos artistas. Alguns foram um fenômeno de sucesso e outros não deram certo. E eu sempre me perguntava ‘Caramba, o que um tem a ver com o outro, por que um fez sucesso e o outro não fez?’ e sempre ficava isso na minha cabeça. Até que passaram-se muitos anos, mais de 20 pelo menos, e eu comecei a entender que não era porque eu escolhia um artista que tinha uma música boa, uma voz boa, que tinha talento e não dava certo, que meu faro tava errado. O cara tinha tudo pra dar certo, mas à cabeça do cara às vezes estava errada, entendeu?”, concluiu.
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