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Retrospectiva POPline: Do 1 bilhão de acessos de “Gagnam Style” à batalha entre Lady Gaga


Depois de um 2011 marcado pelo domínio absoluto e incontestável de um único nome, 2012 veio para colocar o império musical nas mãos de vários e imprevisíveis nomes de todo o planeta. Se no ano passado falava-se apenas em Adele, hoje podemos dizer que um dos maiores nomes da atualidade é um coreano que há poucos meses era totalmente desconhecido do grande público. PSY veio para trazer ao século XXI um hit tão avassalador, que pode ser comparado ao que “Macarena” foi no século XX. “Gangnam Style” tornou-se a primeira música da história a atingir a marca de 1 bilhão de visualizações no Youtube e fez todo o planeta, no mínimo, tentar repetir a insossa coreografia oriental.

Do Brasil para o mundo, tivemos MICHEL TELÓ, colocando todo o planeta para cantar “Ai, Se Eu Te Pego”. Além de liderar os charts de mais de 30 países, o brasileiro conseguiu figurar até no Hot100 da Billboard. Um fenômeno global “Made in Brazil”! Entretanto, o dono do disco mais vendido no país, continuou sendo de uma lenda viva: “Esse Cara Sou Eu”, do eterno rei Roberto Carlos, único nome que ultrapassou a marca de 1 milhão de cópias este ano por aqui.

Em 2012, o indie virou pop. Músicas que em outros anos seriam restritas aos charts alternativos assolaram as rádios de todo o planeta e ganharam o grande público. Mesmo com toda a controvérsia e todas as críticas, LANA DEL REY foi um dos grandes nomes da música em 2012. Seu disco “Born To Die” não emplacou hits mas figura nas listas de mais vendidos do ano nos principais charts do planeta neste ano. O grupo GOTYE, por sua vez, emplacou um dos maiores hits globais do ano com “Somebody That I Used To Know”, enquanto o FUN conseguiu seu lugar ao sol com “We Are Young”. Até mesmo os artistas pop apelaram para o cenário indie na tentativa de se manterem nos charts: KE$HA, por exemplo, pediu socorro aos integrantes do grupo THE STROKES em seu novo disco, enquanto P!NK sampleou o hit “Float On” do MODEST HOUSE no primeiro single de seu novo disco.

http://162.144.206.181/~popline/wp-content/uploads/2012/12/Taylor-Swift-GMA2012-640x480.jpgTAYLOR SWIFT continuou sendo o maior nome do cenário teen mundial. Além de emplacar o primeiro #1 de sua carreira no Hot100 da Billboard, seu novo disco vendeu inacreditáveis 1 milhão e 200 mil cópias em apenas 7 dias nos EUA. RIHANNA também continuou quebrando recordes e com o hit “Diamonds” igualou-se a MADONNA e ao THE SUPREMES em número de canções em #1 na Billboard. A cantora também foi destaque na mídia por reatar seu namoro com o cantor CHRIS BROWN, que há alguns anos a espancou, gerando um dos barracos públicos mais marcantes dos últimos tempos.

A febre das Boy-Bands parece ter ganhado novo fôlego em 2012: ONE DIRECTION e THE WANTED emplacaram hits globais e mostraram que a fórmula tem tudo para continuar em ascendência em 2013.

No cenário rock, o grande destaque foi o THE BLACK KEYS. O grupo trouxe um dos melhores discos do ano “El Camino” e conseguiu figurar nos charts com singles como “Lonely Boy”. THE KILLERS, GREEN DAY e LINKIN PARK também se destacaram no segmento, sem entretanto conseguirem grandes destaques com o grande público ou crítica.

http://162.144.206.181/~popline/wp-content/uploads/2012/12/281x2114.jpgBEYONCÉ foi a mãe do ano: além de estar presente em todos os noticiários durante sua questionada gestação, a filha da cantora com JAY Z já virou marca patenteada e com apenas alguns meses de idade já gravou até um single com o pai. ADELE também deu a seu primeiro filho mas não quis fazer de seu herdeiro um festival ou uma máquina caça-níqueis e manteve-se discreta, afastando-se da mídia (não dos charts).

2012 também começou com promessas de reciclagens na música. RITA ORA viria para substituir RIHANNA nos charts. Além de não conseguir, a novata ainda foi acusada de dormir com mais de 20 executivos do mercado para conseguir sua carreira na música. Já CONOR MAYNARD seria o novo JUSTIN BIEBER. Parece que o jovem terá que continuar tentando em 2013.

O ano também foi marcado pelo retorno de algumas lendas da música à atividade: ROLLING STONES, AEROSMITH e NO DOUBT lançaram novos materiais e, apesar de não obterem bons resultados nos charts, mantiveram-se estáveis no quesito qualidade.

http://162.144.206.181/~popline/wp-content/uploads/2012/12/madonna-23032012-281x211.jpgMADONNA também tentou voltar aos charts mas acabou lançando o disco mais criticado de sua carreira. Além de não conseguir emplacara nenhum hit, “M.D.N.A.” teve vendas pífias em todo o planeta. Mas a cantora não precisou se preocupar: sua turnê mundial foi um sucesso em quase todo o planeta. Ironicamente, um dos poucos lugares do mundo aonde a cantora não conseguiu fazer um show lotado foi o Brasil. A passagem da artista pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre foi considerada um “desastre” segundo a própria empresa que a trouxe. De desastre para desastre, LADY GAGA também fez sua primeira passagem pelo país e teve a ousadia de achar que poderia lotar alguns dos maiores estádios do Brasil. Ledo engano: se até mesmo artistas com bagagem como BEYONCÉ e BRITNEY SPEARS fazem shows em locais pequenos, era quase evidente que a cantora de “Poker Face”, por mais forte que fosse, deveria fazer o mesmo. O resultado foram milhares de ingressos jogados no lixo.

E a fórmula dos realities shows musicais continuou sendo explorada como nunca. X Factor, American Idol, Duets e The Voice entupiram os americanos de calouros tentando impressionar jurados cada vez menos qualificados. O The Voice chegou até ao Brasil tendo em seu quadro nomes como CLÁUDIA LEITTE e DANIEL. Nos EUA, o X Factor tentou se destacar contratando DEMI LOVATO e BRITNEY SPEARS, fazendo com que seu orçamento fosse, de longe, o mais vultuoso dos realities do planeta. O resultado foi uma catastrófica perda de telespectadores, mas muitos comentários e repercussão nas redes sociais.

Na ala dos artistas que não deram certo, o nome que mais mereça ser citado é o da cantora NELLY FURTADO. Seu disco “Spirit Indestructible” foi, sem sombra de dúvidas, o grande desastre comercial do ano. Além de não vender, não emplacou nenhum hit e fez com que a turnê que a artista planejava iniciar fosse por água abaixo. CHRISTINA AGUILERA também tentou reerguer sua imagem em 2012 com o disco “Lotus” que, além de criticado pela crítica, conseguiu ter desempenho ainda inferior ao do precedente “Bionic”. O NO DOUBT também voltou para comprovar que, por mais que tenha sido levada como uma brincadeira, a carreira solo de Gwen Stefani é algo a ser levado com consideração, caso a artista queira viver de números e resultados. KE$HA também experimentou o gosto do fracasso com seu disco “Warrior” e uma avalanche de ex participantes de realities musicais como ADAM LAMBERT, LEONA LEWIS, ALEXANDRA BURKE e FANTASIA comprovaram que seus respectivos prazos de validade estão chegando ao fim. Por outro lado, KELLY CLARKSON, CARRIE UNDERWOOD e OLLY MURS se consolidaram ainda mais nos charts e mostraram que a fórmula pode mesmo dar certo e render artistas com longevidade que sobrevivem ao cruel e doloroso passar dos anos.

E o que 2013 nos reserva? Ao que tudo indica, o eletro pop deve perder espaço e a roda gigante de gêneros musicais deva nos trazer de volta alguma tendência do passado. A nós, resta apenas esperar.