Dois mil e oito: o ano em que o mundo conheceu o primeiro Presidente negro da maior potência mundial. Ano também muito movimentado no cenário musical.
Outro grande destaque de 2008 foram os Europeus do Coldplay. “Viva la Vida” foi o Cd mais vendido do ano em todo o planeta. Mesmo não sendo, de longe, um dos melhores trabalhos da banda de Chris Martin, o álbum rendeu 7 indicações ao Grammy e, em geral, boas críticas da mídia. Além de tudo isso, foi com a canção que leva o mesmo nome do álbum que o grupo conseguiu atingir pela primeira vez em sua carreira o #1° lugar dos charts americanos e do Reino Unido.
Gostando ou não, o rapper Lil Wayne foi o maior destaque do cenário black americano. “The Carter III” vendeu mais de 1 milhão de cópias em uma semana apenas nos EUA e consolidou um dos maiores hits do ano: “Lollipop”. A maior surpresa foram as 8 indicações ao Grammy, que deixaram os mais conservadores indignados. Há que se admitir, porém, que o cd é bom.
No âmbito MÍDIA, ninguém conseguiu superar Britney Spears. A jovem de 27 anos tanto fez que conseguiu se manter nas capas das revistas de todo o planeta ao longo de todo o ano. Todo o marketing sobre seu suposto retorno, fez com que ela conseguisse seu primeiro hit #1 na Billboard desde seu single debut “…Baby, one more time”, em 1999. Seu álbum “Circus”, ainda que qualitativamente inferior, conseguiu em quatro semanas vender o que o antecessor “Blackout” vendeu em um ano.
Muitas foram as revelações de 2008. Destaques para Leona Lewis, Duffy, Adele, Jonas Brothers, Mallú Magalhães, Scracho, Paramore, Colbie Caillat e Jazmine Sullivan. Todavia, nenhuma revelação conseguiu o mesmo impacto que Katy Perry, que conseguiu lançar o hit mais polêmico e grudento do ano: “I Kissed a Girl” foi #1 em quase todos os charts de que se tem notícias e lançou a jovem no cenário Pop. Resta saber quanto tempo vai durar.
Rihanna continuou emplacando hits em 2008. Depois de “Umbrella” em 2007, as regulares “Take a bow” e “Disturbia”, permaneceram por muitas semanas nos principais charts mundiais e as vendas do cd “Good Girl Gone Bad” se mostraram satisfatórias.
Mariah Carey foi um dos pontos mais questionáveis do ano: depois do platinado “The Emancipation of Mimi”, a cantora não obteve êxitos destacáveis com “E=MC2”. Até mesmo em seu maior mercado, os EUA, a cantora parece ter sido esquecida. Até mesmo a novata Leona Lewis, considerada a nova Mariah Carey, conseguiu obter vendas superiores ao trabalho da veterana. Seus singles “I’ll be loving u long time”, “I Stay in love” e “Right to Dream” foram frandes fiascos nos charts de todo o planeta e, para fechar, a cantora acabou completamente ignorada no Grammy: nenhuma indicação para o cd ou para qualquer single do mesmo.
No quesito “Retorno do ano”, os holofotes estavam inicialmente direcionados ao lendário “Chinese Democracy” do Guns n Roses, que não passou de uma decepção de vendas e de críticas. Quem roubou a cena de verdade foi o AC/DC, lenda do rock, que mesmo se negando a vender singles ou discos pela internet, foi sucesso nos charts com um dos melhores cds do gênero este ano.
Este ano, algumas gravadoras optaram por não lançar singles digitais em sites como o Itunes: foi o caso do hit “All Summer Long” de Kid Rock. A canção chegou a ser a mais executada nas rádios americanas por vários dias, mas quem quisesse ter a mesma em casa, teve que comprar o cd do cantor. O single acabou não sendo lançado digitalmente para downloads.
No Brasil, a carioca Cláudia Leitte se lançou em carreira-solo consolidando-se cada vez mais como aspirante a Ivete Sangalo. Seu hit “Exttravasa”, que mais pareceu uma faixa tirada de qualquer álbum da ex vocalista da Banda Eva. Cláudia Leitte passou, ainda, a investir pesado no segmento jovem: tanto “Exttravasa” quanto “Pássaros” tiveram versões remixadas que emplacaram nas rádios jovens de todo o país.
O Hit nacional de maior destaque do ano foi uma parceria entre Vanessa da Mata e Ben Harper. “Boa Sorte/ Good Luck” foi a canção mais rodada nas rádios nacionais e, acreditem, permaneceu por semanas em #1° lugar nas rádios de Portugal, tendo ainda obtido destaque considerável em outros países da Europa.
Nomes fortes do cenário nacional como Skank, Jota Quest, O Rappa, Detonautas e Maria Rita também chegaram a lançar Cds em 2008, com bons êxitos, em diferentes proporções obviamente.
Um fenômeno que ganhou destaque na música nacional em 2008 acabou sendo o ressurgimento do Folk Brasileiro. Artistas Pop ganharam destaque por acrescentarem elementos do gênero Folk em seus álbuns. Os dois maiores destaques foram a banda Vanguard e Mallú Magalhães, jovem de 16 anos que ficou famosa através do site de relacionamentos MySpace. Sua música “J1” teve mais de um milhão de acessos e virou jingle de uma campanha publicitária na televisão. Pouco tempo depois seu cd já estava nas lojas de todo o país, com boa recepção da crítica.
Por: Alex Alves