Entrevistas

Responsável pelo hit “No Me Conoce”, Jhay Cortez fala sobre novo álbum “Famouz”, a força do reggaeton, parceria com Léo Santana e amizade com Anitta

“O reggaeton que se faz hoje é melhor, as músicas são melhores, as mixagens também. As pessoas passaram a entender melhor a cultura e a música latina…,” disse Jhay. Leia a entrevista completa!

Foto: Eder Mota

Jhay Cortez pode não ser um nome recorrente para você, mas certamente você já escutou alguma música na qual ele estava envolvido. Figura importante nos bastidores do reggaeton, o porto-riquenho de 25 anos agora está à frente dos holofotes e se mostra pra o mundo como artista, como cantor. Com seu primeiro álbum “Famouz”, lançado em maio deste ano, à tiracolo, Jhay visitou o Brasil neste mês para participar da gravação do DVD de Léo Santana, “Levada do Gigante”, e tirou alguns minutos para conversar com o POPline antes de subir ao palco. Falamos da transição do produtor para artista, da parceria com J Balvin e Bad Bunny e é claro sobre o Brasil e o mercado musical brasileiro. Jhay Cortez até confessou que quem lhe atualizou a respeito do que vem sendo produzido aqui foi a Anitta!

POPline: Nos últimos anos, você teve algumas conquistas na música através de suas parcerias com diferentes artistas, como J Balvin, Natti Natasha e Ozuna. Agora, finalmente, podemos conhecê-lo como artista. Como você se sente?

Jhay Cortez: Cara, este sempre foi o meu sonho, então estou muito animado por finalmente ter chegado aqui. Todos esses artistas estão me ajudando, seja na minha criação, no meu trabalho, na minha música e eu acho que isto é o mais importante. Não é sobre fazer parcerias apenas, é sobre eles terem a iniciativa de dizer ‘Poxa, gostei. Vamos fazer’. Para mim, isso é o melhor!

Apesar de estar envolvido em grandes produções, como produtor e ou compositor, li por aí que você não considera esses grandes feitos de outros artistas como seus feitos. Por que?

Simmm! Risos Sei que sou parte dessas conquistas, fico feliz por isso e até conto como minhas conquistas também, mas estou mais concentrado em minha carreira. Por conta disso, as minhas conquistas são levadas para um lado bem pessoal, sabe? Por que elas são os meus sonhos! Ganhar um Grammy com a minha música é meu sonho, ir ao Billboard Music Awards ou aos Prêmios Juventud também é meu sonho… Ou ir ao Grammy Awards como artista… Tudo isso para mim é um sonho, então levo tudo de uma maneira muito pessoal.

Para você, que começou tão jovem na música, deve ser mágico poder estar nesses lugares e encontrar seus ídolos também!

Simmm, com certeza. Sabe, eu sempre sonhei com isso desde que eu tinha uns onze anos, isso sempre esteve em minha cabeça. Ter estado nos bastidores também me ensinou muito, me ensinou a não cometer tantos erros… A gente sempre comete erros, ninguém é perfeito, mas tudo isso me ajudou muito a ver o que eu precisava fazer para melhorar, para acelerar as coisas ou apenas para ver o quanto os artistas e as grandes estrelas trabalham!

Em maio deste ano você lançou “Famouz”, seu primeiro álbum. O disco é super coeso e tem um toque final de produção que artistas mais velhos e com mais experiência ainda não alcançaram e talvez gostariam de ter; o álbum é fluído, tudo se conecta muito bem. Como você criou este disco?

Obrigada por dizer isso! Sabe, foi um processo. Eu tinha o nome, mas eu ainda não tinha as cores desse trabalho. Então, tudo aconteceu no seu tempo. Até o final do projeto, até os últimos dias de gravação, eu não fazia ideia de como ele sairia! Basicamente, fui me divertindo e trabalhando para que todas as faixas se tornassem apenas uma no final; apesar de terem estilos diferentes, queria que todas tivessem uma unidade no final, pois todas fazem parte de um único projeto. É como uma família, todas elas vieram de uma mesma pessoa!

“No Me Conoce”, sua parceria com J Balvin e Bad Bunny é um grande sucesso. Sei que vocês são amigos de longa data, mas como aconteceu a colaboração? Você já tinha pensado neles para esta música assim que ela foi criada?

Nãooo! Eu pensei no Balvin, foi a primeira pessoa em que pensei, então conversei com ele. Na época, a gente estava trabalhando no “Oasis” (álbum do J Balvin com o Bad Bunny) e o Bad Bunny curtiu a música. Eu nem sabia que o Bad Bunny faria parte do projeto! O Balvin me ligou para me contar que faria a música comigo e ele me disse ‘Cara, tenho um amigo que gostou muito da música e vai participar do projeto também’ e quando ele virou a câmera do celular, era o Bad Bunny! Foi uma surpresa e ainda foi no dia do meu aniversário, então foi incrível! É ótima uma música, sempre gostei muito dela, porque ela não é aquela música típica das rádios, então isso foi muito importante para mim. Acho que isto foi o que a tornou o hit que ela é hoje. Não fiz a música pensando em fazer um hit radiofônico, eu só fiz uma música que eu adoraria ouvir na balada ou no meu carro, então fico feliz que ela tenha se tornado um ‘smash’.

Assim como Balvin e todos os outros artistas que já falamos, você também é um representante do reggaeton, este ritmo que tomou conta do mundo nos últimos dois anos. Você acredita que ainda há espaço para o reggaeton crescer ou o gênero já está passando por um momento de estafa?

Sim, acredito que só agora estamos de fato entrando nisso e acho que ficará maior ainda. Todo o mundo está nos observando e está se juntando a nós, à nossa cultura e isso é muito importante. Além disso, o reggaeton que se faz hoje é melhor, as músicas são melhores, as mixagens também. As pessoas passaram a entender melhor a cultura e a música latina… Também existe de o fato de que há muitos latinos espalhados pelo mundo, então tudo isso é muito legal!

Você veio ao Brasil para participar do novo DVD de Léo Santana, um artista super popular por aqui. Você o conhecia antes do convite para fazer parte deste projeto?

Eu não o conhecia, porque também não conhecia muito do Brasil. Eu só conhecia a Anitta, porque já trabalhamos em algumas músicas, mas ela também me atualizou sobre as coisas que estavam acontecendo por aqui, me falou um pouco sobre o funk também. Eu perguntei para ela sobre o que vocês ouvem, porque soube que é muito difícil entrar no mercado brasileiro, e aí ela me atualizou. Mas quando falaram comigo sobre o Léo Santana e eu escutei a música, eu gostei muito dela. A partir daí, fui ouvir as outras coisas dele e adorei as músicas, o estilo e a personalidade dele também.

Foto: Eder Mota

Eu queria saber um pouco mais sobre a música que vocês vão apresentar juntos. Você mandou para ele ou ele mandou para você? Como aconteceu?

Eu adorei a música! O tema é muito bom e é algo também que cantamos muito em Porto Rico, sobre como as pessoas falam de você e te invejam. Então colocar essa temática neste tipo de música é ótimo, porque dá muito espaço para o meu ‘flow’. Estamos misturando bastante o meu gênero e o meu estilo com o dele e ficou incrível!

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