Neste domingo (2), um Brasil ansioso parou para acompanhar as eleições. Após a apuração dos votos válidos, alguns nomes que representam a comunidade LGBTQIAP+ se destacaram ao serem eleitos. Além disso, a presença de travestis na Congresso Nacional também é uma novidade histórica no governo.
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Pela primeira vez na história, Erika Hilton (PSOL) e Duda Salabert (PDT) serão representantes travestis e transsexuais entre os deputados federais. As duas, que já possuem uma história na política, assumirão o cargo no Congresso Nacional a partir de 2023.
Para quem não sabe, a criação de leis é responsabilidade dos deputados. A diferença entre as esferas – federal ou estadual – também acrescenta novas determinações. Os deputados federais, por exemplo, devem manter a democracia e, também, fiscalizar as ações do Poder Executivo.
Além das candidatas, outros representantes LGBTQIAP+ também foram eleitos para novos mandatos que iniciam em 2023. Conheça alguns deles!
Erika Hilton | Deputada Federal pelo PSOL
Erika Hilton iniciou sua carreira na política em 2020, quando foi a mais votada para o cargo de vereadora no Brasil. Desde então, enquanto manteve o cargo em São Paulo, a política participou da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a violência contra pessoas trans no país.
Além disso, ela também se tornou presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores de São Paulo. Agora, a política se elegeu como a segunda mais votada do PSOL para deputada federal, com mais de 243,8 mil votos válidos. Com isso, Erika passa a representar a população de São Paulo no Congresso Nacional.
Duda Salabert | Deputada Federal pelo PDT
Eleita em 2020 para uma vaga da Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Duda Salabert foi a vereadora mais bem votada da história de Minas Gerais, com 37 mil votos.
Engajada com a pauta LGBTQIAP+, a política criou e preside a ONG Transvest, que oferece cursos educacionais a pessoas transgênero e travestis no estado mineiro. Agora, após receber mais de 208 mil votos, ela se se elegeu e se tornou a deputada federal mais votada na história de Minas Gerais.
Robeyoncé Lima | Deputada Federal pelo PSOL
Eleita em 2018 como co-deputada estadual pelo mandato coletiva “Juntas“, Robeyoncé foi a primeira advogada travesti negra do Pernambuco. Além disso, a política atuou como vice-presidente da Comissão da Verdade Sobre a Escravidão Negra pela OAB-PE.
Dessa vez, Robeyoncé recebeu mais de 80 mil votos válidos para o cargo. No entanto, até o fechamento desta matéria, sua eleição não havia sido confirmada por conta do número de cadeiras que seu partido possui.
De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), a política “pode ter sido prejudicada pela coligação, onde REDE/PSOL tinham apenas uma vaga em Pernambuco”. Por conta disso, a chance é que Robeyoncé se torne suplente no cargo.
Dani Balbi e Linda Brasil marcam presença nas Câmaras Estaduais
No próximo ano, Dani Balbi (PCdoB) assume como a primeira deputada estadual trans no Rio de Janeiro. Enquanto isso, Linda Brasil (PSOL) estará representando as mulheres trans no Sergipe.
Dani entra pela primeira vez num cargo governamental. Antes, a política atuou como professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se tornou a primeira professora transgênero.
Linda, ao contrário, já iniciou sua carreira na política em 2020, quando se tornou a primeira vereadora trans de Aracajú. Ela, aliás, também foi a mais bem votada entre todos os candidatos para a Câmara dos Vereadores na última eleição.
Fábio Felix e Fátima Bezerra: conheça outros representantes LGBTQIAP+
Além das políticas já citadas, teremos, também, representantes homossexuais dentro do governo nos próximos anos. Um deles é Fátima Bezerra (PT), mulher lésbica que se reelegeu como governadora do Rio Grande do Norte.
No Distrito Federal, Fábio Felix (PSOL) foi reeleito como o deputado distrital mais votado da história. O político está no cargo desde 2019, quando foi eleito para o cargo. No mesmo ano, ele também assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF.
Em São Paulo, Guilherme Cortez conseguiu uma vaga na Assembleia Legislativa como deputado estadual com 45.094 votos. Declaradamente bissexual, ele é estreante na Casa legislativa paulista.